segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Trama Internacional". O filme.


Como o capitalismo age nos bastidores

Ricardo Líper

O melhor exemplo da essência do capitalismo é a máfia. Empresa tem que ser vitoriosa, e quanto mais o é, tem na máfia o seu arquétipo. O traficante de drogas é o sonho do empresário. Ele vende um mercadoria que vicia o comprador e suas taxas de juros são fixadas por ele ao sabor da sua ganância. É outro modelo. A mercadoria que exige a alma e o corpo do sujeito para consumi-la. Refrigerantes e hambúrgueres chegam perto e cada vez mais a indústria de gorduras saturadas se esforça para atingir a perfeição das drogas.
Agora, vamos ao filme. Um banco que trabalha com o crime. Um banco que faz tudo que a máfia faz. Mata, corrompe e não recua em nada para ter o acúmulo de capital. Porque o x da questão é vender dinheiro e vender dinheiro só é possível criando o consumo para gerar a dívida. O cartão de crédito só tem o seu lucro máximo quando o cliente não paga e se endivida. Este filme resume toda a economia. Supera de longe todos os cursos universitários sobre o assunto e o cacarejar obtuso de seus professores. É um filme americano, curiosamente. Faz essa denúncia de maneira contundente e clara. Nos livra de diretores emproados e tirados a intelectuais como os que acadêmicos e pessoas também tiradas a intelectuais, que não gostam de cinema, admiram. Cinema é refletir sem chatear, com paixão, com ação, com tudo que faz o drama ser drama e nos levar a um estado de atenção constante e prazeirosa. Não percam.

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