quinta-feira, 4 de junho de 2009

As vacas da Paralela e a mídia de gabinete



As vacas deixaram as fazendas para viver nas ruas de Salvador

tOnY PaCHecO


Começo dizendo: sou saudosista, sim, mas adoro tecnologia. Adoro computador e comprei o meu antes mesmo que o jornal "A Tarde", onde eu trabalhava, resolvesse comprar computadores para a Redação. Sou internauta de primeira hora. Amo novas tecnologias: fui um dos primeiros compradores de celular na Bahia, quando a empresa era a Telebahia Celular, uma estatal federal que me cobrou uma fortuna por uma linha que tem o mesmo número há quase duas décadas. Enfim, repito, adoro tecnologia.
Mas, certas coisas não podem ser feitas por máquinas: a investigação jornalística é uma delas.
Hoje, TVs, rádios, jornais impressos e sites querem "pescar" tudo na Internet e não têm repórter de campo.
Exemplo disso são as vacas da Paralela, que pela enésima vez tomaram conta da maior avenida da terceira maior metrópole do Brasil, foram mostradas na TV, foram motivo de editoriais na Internet e nas rádios, foram fotografadas pelos jornais, mas ninguém mandou um repórter se informar sobre QUEM É O DONO DAS VACAS. Dizem que o elemento tem "costas quentes" ou "costas largas", vale dizer, tem alguma autoridade protegendo ele para fazer da Av. Paralela pasto.
Não vi em lugar nenhum o nome do dono das vacas.
Isto é jornalismo de gabinete. Não investiga nada. Aceita versões oficiais, quando o assunto é administração pública, e publica versões da Internet, quando o assunto é privado.
Assim, realmente, é melhor EXTINGUIR o diploma de jornalista, porque ficar catando informações no computador, qualquer um pode fazê-lo, não precisa ficar quatro anos numa faculdade.

2 comentários:

  1. Isso mesmo Tony; hoje, as faculdades formam novos jornalistas que, apesar das tecnologias, insistem em permanecer diante dos modernos monitores dos computadores, “catando” as informações dos outros sites mais ágeis, e com informações não-confiáveis. Ninguém quer apurar mais nada, são repórteres “controle remoto”, apuram tudo de forma superficial, por causa da ansiedade e da pressa para “fechar” sua matéria, principalmente a “on line”. Ninguém quer mais ir até ao local da notícia, apurar o que de fato ocorreu e ocorre. O caso das vacas da Paralela ilustra muito bem isso. Por causa disso, o jornalista fica também sem conhecer a cidade onde mora e trabalha, pois não sai do circuito casa-trabalho-casa e esporadicamente, o barzinho da esquina, ou shopping. Pergunte se alguém sabe onde fica Ilha Amarela, ou Fazenda Coutos?, é só um exemplo; é lamentável meu caro amigo; que saudade do Jornalismo dos bons tempos !!!!!

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Se vai acusar alguém nominalmente, identifique-se e anexe as provas. Não vamos pagar indenização na Justiça por acusações que não fizemos.