quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O nome da desgraça é COELBA


A posição que os postes da Coelba mais gostam de ficar: em cima de carros ou pessoas. Também, poste de ferro velho em cidade marítima é oligofrenia pura.

tonY Pacheco

Participei deste pequeno inferno sofrido por Líper e descrito abaixo. Perdi o estoque de alimentos que estava na geladeira e fui um dos idiotas que ligou para a espanholíssima Coelba.
Ao ligar para a Coelba, às 13:30, para comunicar que dois postes estavam podres (um partiu ao meio e o outro ainda vai partir, com certeza) em nossa rua, uma atendente de call center, sem nenhum comprometimento com os interesses dos palhaços que pagam contas astronômicas de luz, exigiu uma série de informações, como se eu tivesse querendo algum favor e não estivesse denunciando que um poste da Coelba podia matar uma criança ou um idoso ao desabar.
É patético, é ridículo ter uma multinacional com sede em Madrid cuidando dos postes de nossas ruas aqui no Fim do Mundo.
Na maioria dos estados dos EUA fornecimento de energia, água e infraestrutura em geral são campos vedados a empresas estrangeiras. E isso na sede do capitalismo mundial. Aqui, no Fim do Mundo, Fernando Henrique entregou toda a infraestrutura a estrangeiros sem nenhum compromisso com os brasileiros e Lula manteve a bandalheira do mesmo jeito.
Mas voltemos. A Coelba apareceu através de uma terceirizada, o que é proibido por lei, pois se a ATIVIDADE FIM da Coelba é distribuir energia, ela não podia entregar, de acordo com as leis do Brasil, a manutenção de seus postes e fiação a terceirizados. Mas aqui é o faroeste do Fim do Mundo. Tudo pode.
E a terceirizada não substituiu o poste de ferro todo enferrujado e partido ao meio e nem tampouco o outro poste prestes a cair. Colocou um talude no poste, como se fosse uma perna quebrada tratada na ortopedia e deixou lá, até a próxima chuva.
Se fosse na Espanha e uma empresa brasileira fizesse isso, os espanhóis, que são homens de verdade, botavam a sede de nossa empresa para explodir nos ares, pois eles explodem a si mesmos por minuto, quanto mais a estrangeiros que os sacaneiam...
Mas, como somos um bando de putas (eu, inclusive), vou aguardar até o poste cair em cima da minha cabeça ou de algum vizinho.

Aconteceu comigo



O comum na vida diária do habitante de Salvador


Ricardo Líper

A natureza é aleatória o que, para os seres humanos, a torna irresponsável, porque temos consciência dela. No último dia 27 de outubro de 2009, terça-feira, o dia estava nublado, mas sem chuvas. De repente, por volta das 12 horas e poucos minutos, caiu uma chuva forte que durou quase duas horas. Bem na rua onde moro, no Centro de Salvador, um poste de ferro todo enferrujado inclinou-se rachando ao meio. Daí, até à noite, foi um martírio para os moradores que terminaram iniciando a noite sem luz e correram sérios perigos. A companhia que fornece luz para Salvador, foi comunicada do acontecimento às 13 e 30, mas levou horas e horas para chegar. Resultado: noite sem luz e prejuízos e mais prejuízos com alimentos perdidos em geladeiras sem eletricidade.
Será que em Madri seria assim? Essa companhia é espanhola. A culpa não é dela. É de nosso País e seus governantes que não administram o que deveria se administrado. Não parecem que ouviram falar de uma coisa chamada multa. O resultado é que a qualidade de vida nossa de cada dia é zero. Vivemos em um terror constante e qualquer chuva de merda leva ao desespero a população. Essa companhia de fornecimento de energia administrada por irresponsáveis não costuma dar manutenção ao sistema de fornecimento de energia da cidade. Acidentes como esse só não são de maior gravidade porque o acaso assim não quer. Vivemos à mercê da sorte. Somos, ao morarmos em Salvador, como folhas secas levadas pelo vento sem nenhum controle do que pode acontecer conosco ao sair de casa. Podemos ser mortos por sacizeiros, pela polícia perseguindo bandidos, cairmos nos buracos nas ruas, contrairmos dengue hemorrágica, meningite e outras doenças fatais e se precisarmos de hospitais, contrairmos pneumonia, pois nossos médicos e suas UTIs (campos de concentração) não sabem tratar.
Mas só enxerga jardim na selva quem mama nela ou sofre de idiotia.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Nordeste? Nunca mais!


Anita Bryant recebe uma merecida torta na cara por sua campanha homofóbica


TOny PAcheco

Minha querida amiga turismóloga Eliane Curvello vai me desculpar, mas diante da homofobia que grassa no Nordeste brasileiro, está na hora de os gays do Sul e Sudeste brasileiros, assim como seus parentes e amigos, tirarem o Nordeste de seus destinos turísticos, pois um gay no Nordeste corre 84% mais risco de morte por assassinato do que um gay no Sul do Brasil, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), que fez a sua VIII Parada em Salvador, no último domingo.
E, na lista rosa shock de cidades nordestinas a serem boicotadas eu incluo Salvador, onde a homofobia também tem crescido assustadoramente. Aqui, como denuncia a coluna “Em Tempo”, de Alex Ferraz, na “Tribuna”, governador e prefeito sequer deram as caras na Parada para prestar solidariedade a esta comunidade perseguida que merece respeito.
Nos EUA, quando Anita Bryant, uma modelo que fazia propaganda de suco de laranja da Flórida, resolveu fazer campanha antigay, a comunidade homossexual resolveu boicotar o suco de laranja e a mocinha homofóbica perdeu o emprego.
Os gays brasileiros precisam deixar a posição de esperar compaixão e passar a exigir direitos, inclusive pelo boicote. Seja eleitoral ou econômico.
Imagine o Nordeste sem os turistas gays (com altíssimo poder aquisitivo) do Sul e Sudeste!!!
O boicote obrigaria as autoridades nordestinas a terem um comprometimento maior com a causa anti-homofóbica, ao contrário da indiferença atual. Os comandantes de órgãos de turismo pressionariam seus governadores e prefeitos a terem maior empenho na luta contra a homofobia. E, finalmente, os empresários do setor hoteleiro, de bares e restaurantes, de transportes etc. etc. etc., seriam forçados a também pressionar as autoridades, tanto políticas quanto de segurança pública, a fim de conter os assassinatos de homossexuais no Nordeste.
Ao boicote turístico do Nordeste, pois!

Pernambuco e Sergipe, campeões do mal.

Antes de ir a Porto de Galinhas, Recife ou Olinda, pense que Pernambuco, voltou a ser, quantitativamente, o estado mais violentamente antigay, com 27 assassinatos em 2008.
Imagine que nos EUA, com 300 milhões de habitantes, 25 homossexuais foram assassinados por motivo de ódio em 2008. Pernambuco, aquela merdinha (ofendendo a quase todos pernambucanos, pois se são indiferentes, são cúmplices...), matou 27. É mole?
Já Sergipe, ridiculamente pequeno e despovoado, proporcionalmente, é o estado mais homofóbico do Brasil.

É hora de boicotar

É hora de boicotar o Nordeste, de Salvador a São Luís, passando por Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Teresina, Lençois Maranhenses, Canoa Quebrada, Porto de Galinhas, Morro de São Paulo e Porto Seguro, até que as autoridades nordestinas assumam a luta contra a homofobia. Ponto final.

Que coisa feia!

O trio da boate Off Club, na Parada Gay 2009, resolveu fazer um negócio que nunca se viu em nenhum lugar do mundo: quando chegou em frente ao Quartel do Exército, resolveu dar uma ré e a multidão foi obrigada a mudar o sentido do desfile, que ia em direção à Avenida 7 de Setembro, causando um início de pânico.
E deram ré até o Campo Grande, sabe Deus por quê, emparedando as pessoas que ficaram apavoradas, pensando se tratar de algo calamitoso à frente.
E o povinho fashion que estava em cima do trio da Off Club ainda dava risada com o aperto de milhares de pessoas.
Quanta irresponsabilidade!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os Bastardos Inglórios


O nazismo como nunca vimos

Ricardo Líper

Tarantino fez um dos seus melhores filmes. Não pode deixar de ser visto. É uma orgia de cinema. Ele homenageia tudo e, principalmente, o próprio cinema. A primeira sequência de cenas é uma obra prima. A fotografia é tão perfeita que parece que a tela está pintada. A música destacada, como nos filmes de western italianos. Perfeita. Mas o mais importante é como ele demonstra conhecer a natureza humana. Não posso adiantar muito para não lhe tirar o sabor. Repare o espetáculo que é o personagem caçador de judeus. O ator esbanja talento. O personagem representa, principalmente nos seus últimoso atos, a essência do ser humano. Nada importa a não ser a traição em benefício próprio. Esse personagem, cuja cretinice é total e absoluta, no meu entender é o comportamento comum nos seres humanos. Existem exceções. Cabe a nós ter a sorte de encontrá-las. Eu encontrei, até agora, uns dois. A proporção é baixa mesmo. Tem gente que durante a vida toda só encontra sujeitos como o caçador de judeus. Corra para ver esse grande filme. Um grande espetáculo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Polícia para quem não precisa


Acorda, Alice, você está na Bahia-ia-ia-ia, Brasil-il-il-il...


tony pacHECO

Quando a gente menos espera o futuro chega. No filme "Blade Runner - O Caçador de Andróides", realizado há mais de duas décadas, o diretor Ridley Scott mostra um futuro onde a atmosfera, superaquecida, provoca chuvas o tempo todo e onde as classes dominantes da sociedade se retiraram para condomínios de concreto dos quais elas só saem pelo ar. Jamais através de veículos terrestres.
Todo mundo achou um absurdo, na época. Eu, para desespero de meus amigos jornalistas e anarquistas, achei que aquele futuro ia chegar logo.
E, chegou.
Hoje, o "Correio" estampou na capa um esquema da Polícia Militar com o sindicato dos empreendedores imobiliários (um tal Secovi-BA, que eu nem sabia que existia), para dar segurança imediata a condomínios de classe média alta na Pituba, Itaigara, Loteamento Aquarius, Caminho das Árvores, Horto Florestal, Candeal e Graça.
É um esquema em que o porteiro dos condomínios de ricos e novos-ricos entra em contato direto com a Polícia e ela chega rapidinho para impedir delitos.
O jornal ficou indignado. A promotora pública Rita Tourinho chegou a dizer que "esse projeto é, no mínimo, uma imoralidade".
Ela está certa, mas, o que não é imoralidade na administração pública brasileira? A Saúde funciona para a maioria? A educação de qualidade funciona para maioria? Ah, então tá!
Esta é a questão de fundo.
A existência destes condomínios de luxo totalmente isolados do resto da cidade é aquilo que o americano chama de "cocooinização". É uma tendência mundial deste planeta de 6,7 bilhões de pessoas, caminhando célere para os 10 bilhões.
Não há segurança possível para tanta gente. Nem alimento. Nem casa. Nem água. Nem educação. Não há nada parecido com vida civilizada para tanta gente.
A tendência é a minoria dominante formar guetos de alto luxo e alta segurança e viver apartada do resto, nós, os moradores da periferia: nós, que quando chamamos o 190, nem conseguimos completar a ligação. E quando completamos, as viaturas da Polícia chegam quando os marginais já estão em Aracaju, Maceió, por aí...
Este convênio com bairro de rico serviu pelo menos para uma coisa (tudo tem um lado positivo): eu e outros otários notamos, FINALMENTE, que moramos na periferia de Salvador, na periferia do Brasil, na periferia do mundo e não no centro de decisões como pensávamos até hoje. Só tenho a dizer: bem-feito pra mim, e pra todo mundo.
Já nosso estagiário, ao ver a manchete do "Correio", foi mais realista que o jornal: "O pessoal tá se queixando de quê? Bairro pobre tem ligação direta. É o Disque Bala ou Bala Delivery - se um policial for atacado, eles entram no bairro pobre rapidinho e metem bala em todo mundo."
Este estagiário tem futuro.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pérolas de um escriba vulgar

Alex Ferraz

Em primeiro lugar, quero pedir perdão aos meus críticos (eles têm uma AUTORIDADE, hein!) pela linguagem chula que uso. Como 35 anos de jornalismo, muita leitura e tendo estudado em colégio público famoso desta cidade quando o ensino público não era isto que aí está (e após ter militado desde os 14 anos e por muito tempo no PCdoB, sem PCB que eram também ditadores!) certamente devo ter neurônios a menos e por esta razão não aprendi a escrever de forma correta, acadêmica e assaz brilhante. Perdão, senhores censores de estilo, mas infelizmente sou assim. Espero que os senhores não cheguem ao poder, visto que, lá, poderiam executar-me pela linguagem chula.

Dito isto, vamos a algumas pérolas observadas enquanto bebia cerveja em um botequim sujo e jogava conversa (chula) fora com "o povo".

- Dizem que as investigações do governo do Rio de Janeiro concluíram que as Forças Armadas estão portando armas de uso exclusivo dos traficantes.

-O governador Sérgio Cabral (eu vi e ouvi, na TV, ou teria sido um delírio causado por dois litrões da skol?), descontrolado, aos berros, disse que vai prestar satisfações ao Comitê Olíimpico Internacional sobre o que ocorreu no Rio, e prometeu que isso não acontecerá nas Olimpíadas que vão salvar "o povo" deste país. Depois e antes, que se fodam os cariocas e todos os brasileiros.

-O ministro da "Justiça", Tarso Genro, declarou para todos ouvirem que os fatos agora ocorridos na Cidade Maravilhosa não acontecerão na Copa nem nas Olimpíadas, porque estará lá a Força Nacional. Depois, que se lasquem cariocas e brasileiros em geral.

- O Brasil se prepara para comemorar 200 milhões de habitantes. Deveríamos chorar. Com a roubalheira que sempre caracterizou todos os governo desta terra, não há dinheiro para atender nem metade da população que aí está.

No mais, voltaremos com outros comentários superficiais, destituídos de bases científicas e filosóficas, e que, portanto, jamais expressam a realidade e não devem ser levados a sério.

Passar bem, caros!

domingo, 18 de outubro de 2009

Galileu


Não deixe de ler

Ricardo Líper

Não tenho pudor de recomendar uma revista quando ela é boa. A revista "Galileu" desta vez fez um trabalho excelente. Corra para comprar que vale a pena ler quase todas suas páginas. Principalmente a matéria de capa que elimina uma série de ideias que picaretas de vários tipos ficam por aí espalhando. Coisas do tipo se comer engorda, plantar árvores salvará o planeta etc. Que escola é bom e educa os alunos. Que professores são anjos, aliás, sobre isso, em breve, os colocarei no devido lugar, isto é, no Tribunal de Nuremberg. A grande maioria é fascista. A grande maioria não vale nada. Ruins com os colegas, intrigantes, mesquinhos, desequilibrados.
A "Galileu" recomendada é a Edição 219, deste mês de Outubro de 2009.
Não percam: vale a pena!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

É mentira e/ou cumplicidade

Alex Ferraz

Centenas da milhares de crianças, jovens e adultos estão se destruindo com o crack no Brasil.

Nenhum governo, nem este nem o de FCH, nem o de Wagner nem o de Paulo Souto, mexe nem mexeu uma palha, quando deveria, pelo menos, reservar parte dos bilhões que gastam com propaganda enganosa para fazer uma campanha constante, radical, alertando para o suicídio que o uso desta droga representa. Mas preferem excomungar o chope!

Deduzo: como não são imbecis e, se o são, devem ter pelo menos meia dúzia de assessores que pensam, os homens do governo (e a dita nata da sociedade), não agravando a todos, com o diz o povo, devem de alguma forma tirar vantagem da devastação causada pelo crack. Afinal, a maioria dos que morrem é de pobres, "vagabundos" etc., marginais, enfim, e esta é uma oportunidade de ouro para mandá-los pros quintos dos infernos. O azar é que os filhinhos de papai também estão entrando na onda. Mero efeito colateral.
Também posso deduzir que muita gente fina por aí ganha uns trocados com essa parada.

Dizem que não há dinheiro para policiar o interior, que não existe grana para contratar delegados etc. Mas sobra dinheiro para viajar o mundo, para gastar bilhões com Copa e Olimpíadas e para encher o bolso de uma cambada de ladrões que vão desde a extrema direta aos ditos "de esquerda". Conversa mole para enganar otários. Há dinheiro, sim, é muito. Mas tem que ser gasto na campanha de Dilma, de Wagner, como era gasto nos tempos de ACM na Bahia, quando bastava se aproximar o período eleitoral para que houvesse uma drástica apertadela de cinto no funcionalismo e gastos públicos em geral. Para fazer caixa para a campanha, a fim de ganhar e continuar levando o seu, que ninguém é besta. Então, é mentira.

É mentira a alegação de que não há dinheiro para pagar bem professores e construir escolas públicas decentes e de alto nível, não se limitando às tais profissionalizantes, que só servem para formar operários, mão de obra para a burguesia. Não querem que ninguém aprenda bem. Não querem um ensino de qualidade, porque isso incomoda, cria mentes pensantes, vem o terrível espírito crítico e aí fica difícil engabelar com conversa mole.

Tem muito mais mentira, mas enchi o saco de escrever.

Ah, sim: tem gente que acredita nessa conversa mole toda. São uns alienados. Tem gente que finge que acredita, defende até, e vai me xingar pelo que eu disse. Estes ganham muito bem para isso. Tchau e bênção!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A República da Itália Austral


A maior contribuição italiana ao Brasil: tudo aqui acaba em pizza


AVVISO/AVISO

Antes de ler este post, quero que as pessoas que não me conhecem pessoalmente saibam de três coisas: 1) entre o neoliberal assumido Fernando Henrique Cardoso/PSDB e o populista Lula/PT, eu sou mais Lula e seu PT, por mais ameaças sombrias que eles projetem sobre o futuro do Brasil, pois de FHC nós sabemos exatamente o quê esperar, pois em oito anos a única coisa que ele fez foi escancarar a economia brasileira para grupos internacionais, reduzindo-nos a pagadores de contas sem direitos, a classe média, e uma maioria de miseráveis assistida pelo Bolsa Família, inventado por ele. Merda por merda, prefiro a que fede menos; 2) participei ativamente, em 2002, da campanha do primeiro mandato de Lula, doando dinheiro, comprando camisas, bonés, distribuindo panfletos, para desespero de meus amigos anarquistas mais próximos, pois depois da desgraça que foi o governo FHC, no meu entendimento, qualquer coisa com cheiro de mudança seria melhor, e para desespero, também, de meus patrões em “A Tarde” (fui obrigado a publicar uma matéria ridicularizando Lula, poucos dias antes da eleição, no caderno que editava, por exigência direta de um dos meus patrões, para me ridicularizar e tentar dobrar minha consciência); 3) tudo isso não me faz ter menos medo do que pode estar sendo engendrado no Brasil com Bolsa Família e manobras tais como instrumentalização do movimento camponês e dos sindicatos urbanos. Acho que vem merda por aí.
Vamos ao post:


A Itália Austral

Se Lula pode atribuir aos “brancos de olhos azuis” a culpa da crise econômica mundial, eu posso ver a sucessão de escândalos escabrosos no País, depois que Lula tomou posse em 2003, como consequência de uma constatação: nunca houve tantos italianos no poder no Brasil como agora. Dos mais recentes escândalos, como a união com Sarney, Collor e Renan Calheiros ao escândalo da farra das passagens aéreas, com familiares, amantes e amigos viajando com nosso dinheiro pelo mundo, de graça, com a defesa imediata da farra pelo presidente; mensalão etc. etc. etc.
Dê-se ao trabalho: vá ao Google e veja quantos italianos estão no governo Lula/PT. E essa galera (basta olhar o que a Itália viveu e vive atualmente em termos de descalabros com Berlusconi) é mesmo da “pá virada”, como dizia minha avó: para o Bem e para o Mal.
Para o Bem, por exemplo, foram os italianos que trouxeram para o Brasil o pensamento anarquista e o sindicalismo revolucionário, que acabou gerando muitas de nossas conquistas trabalhistas através de greves realmente radicais acontecidas nos primeiros anos do séc. XX sob a liderança libertária formada por ítalo-descendentes. Este foi o Bem que os italianos nos fizeram na política.
Agora, nosso ex-ministro da Fazenda era Palocci, o atual é Mantega, italianos. A mulher do presidente é descendente e o próprio Lula e seus filhos já têm a cidadania italiana. Há dezenas de senadores e deputados ítalo-descendentes.
Eles são mais de 26 milhões em todo o Brasil, concentrando-se principalmente em São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, embora haja representantes deles em todos os estados, inclusive, na Bahia, nas regiões de Jaguaquara e Itiruçu. Cerca de 250 mil brasileiros já são cidadãos italianos também, como Lula e nossa primeira-dama, e outros 500 mil estão na fila para obter a cidadania dupla como eles. Serão 750 mil italianos aqui dentro em breve, todos com dupla cidadania.
Faça uma viagem pela composição do governo, do nosso Congresso, das assembléias estaduais e, principalmente, pela composição dos quadros dirigentes do PT e você tomará um susto.
Mas, claro, minha constatação é tão boba e infundada quanto a de Lula sobre os “olhos azuis”. Se me condenarem depois deste post, lembrem-se de condenar Lula também, com o mesmo vigor, sobre os “olhos azuis” e sua culpa sobre a recente crise econômica global...

A maior do mundo
O Brasil, com 15% de sua população de origem itálica, acabou se tornando uma Itália Austral, pois é a maior comunidade italiana fora da Itália e este país nunca tentou nos invadir pelas armas, mas domina a imensa maioria dos postos-chaves de nossa política, indústria, comércio, artes e também da imprensa, onde eles se dão ao luxo de serem a mídia que elogia Lula e a mídia que faz oposição ferrenha a Lula.
Já os franceses tentaram fazer, com canhões, uma França Austral e uma França Equinocial por aqui. No Rio de Janeiro e no Maranhão, respectivamente, mas não conseguiram: brasileiro só é “comido” com conversa-mole. Na porrada nem adianta – vide o fracasso da ditadura militar (só porrada) e o sucesso de Lula e sua república de "buona gente" (só conversinha e papo-furado).
Agora, que venham as porradas. Ou não.

ToNY PaCHeco

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Anticristo


O anticristo de Lars Von Trier

Ricardo Líper

Foi por acaso. Eu gosto de filme que me distrai. Confesso que gosto de policiais classe z, terror, suspense, enfim, uma boa história, intrigante, bem contada, sem o autor querer ser reconhecido como gênio. Há muito tempo não quero perder meu tempo tentando entender a última cheirada de cocaína ou o último cigarro de maconha desse pessoal. Com um título desse pensei ser alguma coisa tipo Carrie, A Estranha. Surpresa quando vi o nome do diretor: Lars Von Trier, festejado cineasta dinamarquês. Dizem que o filme é polêmico. Quando não se tem o que dizer sobre o que nos desconcerta dizemos que é polêmico. Besteira. O filme tem verdades luminares. Muito delírio, também. Mas é espetacular. A entrevista do diretor que está diponível na internet é monumental. Foi vaiado em Cannes. Se eu fosse do Júrí daria todos os prêmios a ele. Jornalistas indignidados. Muita coisa sem explicação alguma e nada disso importa. Quando não entendo imagino que é resultado ou do delírio do autor ou de substãncias alucinógenas e não me preocupo em entender. E não importa também o que levou o autor a fazer isso ou aquilo. O negócio não é se o resultado nos levou a sentir prazer, pensar ou não, mas se nos sacudiu na cadeira. Repare, se entende quase todo o filme. Foi muito bem fotografado. Elimina a fronteira entre filme pornô e filme não-pornô. Tem cenas de sexo explícito.
Tem uma frase que me ganhou: "a natureza é o templo de Satã".
O sexo entre um homem e uma mulher no filme é terrível e destrutivo. É didático como terapia contra o estresse. Enfim, deve ser visto. Revisto até. Mas, repare, sem pipoca e sem refrigerantes. Tome, de vez em quando, um vinho tinto com pedaços de salmão para as homenagens devidas.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Macaúbas: isso é só o fim.




TONy PACheco

Para quem não acompanhou, na madrugada de segunda-feira para terça, uma quadrilha num Uno Mille e numa Palio Strada invadiu a cidade de Brotas de Macaúbas, a 600 km de Salvador, lá pelas bandas da Chapada Diamantina.
Esta parte do Uno e da Strada é patética. Vamos pular...
Os 11,5 mil habitantes, que contam com apenas o Banco do Brasil, tiveram o desprazer de conhecer o que é a marginalidade que assola todo o estado da Bahia.
A quadrilha fez 26 reféns, sendo um deles, o único PM da cidade.
É isto mesmo. No governo do PT, quando tudo será diferente da “Herança Maldita” da Arena/PDS/PFL/DEM, na Bahia de Todos Nós e no Brasil, Um País de Todos, uma cidade de 11,5 mil habitantes tem apenas um PM e ele, claro, se rendeu.
Aí me lembrei que este município tem muito a ver com minha vida. Primeiro, ele me lembra de Carlos Lamarca a quem, quando adolescente, meu pai ensinou-me a admirar de longe, lá das minhas Minas Gerais, por sua resistência à ditadura militar. Foi em Brotas de Macaúbas que Lamarca tentou organizar, em 1971, uma célula rural do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR-8, um grupo guerrilheiro para enfrentar os milicos.
Também de Brotas de Macaúbas são meus vizinhos em Salvador, pois no meu bairro eles mantêm uma república estudantil e vez por outra fazem festas com detestáveis músicas sertanejas (forró? Sei lá!). Mas as meninas e os meninos de Macaúbas são pessoas educadíssimas. Só o gosto musical é que me mata. E aos vizinhos...
Por fim, vendo as cidades do interior baiano sendo, uma a uma, sitiadas por gangues de vagabundos da capital (dizem as próprias “ôtôridades”, que tem policial no meio...), também foi por água abaixo o meu sonho de, ao aposentar-me, ir morar numa cidadezinha do interior baiano.
Como diz o Luiz Brasileiro, no comentário sobre o post de Ricardo Líper, “não há sociedade humana”, vivemos a selva, onde grupos mais ou menos organizados atacam, humilham e submetem, temporária ou definitivamente, outros grupos. Só isso.
Pobre interior baiano, com seus núcleos policiais formados por um, dois ou três PMs e um, dois ou três policiais civis. No máximo.
Estão todos no mapa das quadrilhas. E não contem com o governo do PT para socorrê-los, pois essa galera não respeita nem seu passado (nem Brotas de Macaúbas, um ícone da esquerda brasileira, mereceu um contingente maior de policiais).
Aguarde, interior baiano, seja no sul ou no norte, no leste ou no oeste, a vagabundagem vai chegar por aí. Como vocês são católicos, rezem para o Deus de vocês para que seja uma quadrilha humanitária, como esta de Brotas de Macaúbas, que só roubou o Banco do Brasil (merecido!). Em algumas cidades estão levando também o dinheirinho suado do povo...
E vamos lá, que ainda sentiremos saudades de 2009, achando que foi um ano pacífico. Como diz Marcelo Nova, "isso é só o fim, isso é só o fim".

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Filmes que precisam ser revistos


Não deixe de rever

Ricardo Líper

"A Confissão" (The Confession, 1999) é um filme importante. Na história do cinema, muitos filmes são importantes. E precisam ser revistos periodicamente. Um casal de judeus tem um filho. O filho pega uma gripe que, possivelmente, evoluiu para um infecção respiratória mais grave ou poderia ser uma apendicite. O pai adora o filho. O pai tem uma postura ética segura. Quer criar o filho da mesma maneira. O filho é uma criança de 5 anos. Ele, em desespero, com o aumento da febre da criança, o leva a um hospital. Aí, encontra-se com o inferno. Os médicos e enfermeiros, arrogantes, agressivos, o humilham e demoram tanto de atender a criança que, com o maior sofrimento e desespero, ele e a mulher tomam um táxi e a criança morre se deslocando para outro hospital.
A cena é perfeita como cinema. Ele, depois de algum tempo, executa a tiros o atendente do hospital, o médico e a médica que mataram seu filho por se recusarem agressivamente a atendê-lo.
Comentário de um amigo meu: se todos fizessem isso, não existiriam mais médicos. Esse filme deveria abrir qualquer curso da área de saúde. Não sou a favor de assassinatos. Muito menos da pena de morte. Acho que a própria natureza, de forma cruel, rapidamente, se encarregará de executar todos nós. Mas sou a favor da prisão perpétua. Não como é feita aqui; prisão mesmo, e o indivíduo só saindo no caixão. Sim, com todo conforto elementar, não importa. Saber que só vai sair morto basta. Não precisa ser pior do que os campos de concentração como são as nossas prisões neste país de ninguém. Mas só sair da cadeia para o cemitério sem Dia dos Pais, Natal, nada. Agora, aqueles que não conseguirmos colocar na cadeia, e são muitos, a crítica sitemática, a acusação, os processos, devem ser os instrumentos para matá-los em vida. Ou, quem sabe, fazer com que eles se matem.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sobre nostalgia de uma Salvador mais feliz

ToNy PacheCo


Demorei, mas resolvi escrever alguma coisa sobre nostalgia, tema do artigo de Alex Ferraz que emocionou a muitos internautas e a mim também, por lembrar de uma Salvador e um Brasil que já foram mais amigos dos seus cidadãos.
Sem dúvida, lembrar de momentos felizes é sempre saudável, mas temos que levar em conta que nosso cérebro (nossa memória) é absurdamente indulgente com o passado.
Por não conseguirmos lembrar das exatas dificuldades pelas quais passamos, como defesa de nossa sanidade mental o cérebro vai deletando as lembranças ruins e só vai deixando as boas.
Neste sentido, assim como Alex, lembro-me de uma Salvador de só 1 milhão de habitantes, quando cheguei aqui. Saía de casa no Campo da Pólvora e pegava o ônibus de São Lázaro no Terminal da Praça da Sé para fazer algumas matérias na Ufba. Foram anos e anos. Nunca fui assaltado, nem dentro nem fora do ônibus. Lembro-me de dias ensolarados, mas, por autodisciplina, depois de ter cursado Psicanálise, consigo me lembrar que a empresa de então (se a memória não me falha, era Joevanza, ou coisa que o valha), não colocava ônibus suficientes e tínhamos que andar numas sucatas desconfortáveis sempre desrespeitando os horários e lotadíssimas. Mas lotadíssimas mesmo. Eu chegava quebrado e suado em S. Lázaro e voltava pra casa moído...
Quer dizer, os tempos passados são muito bons porque só nos lembramos da parte positiva deles.
E esta Salvador medonha de hoje, cheia de sacizeiros e mendigos, ônibus que um dia são assaltados e no outro incendiados, onde o ladrão está em todas as esquinas e até dentro dos shoppings, será lembrada por um outro Alex, daqui a 20 anos, como um lugar maravilhoso, ensolarado, no qual saía-se com os amigos, tomava-se um chopp no Farol da Barra ou comia-se uma bela moqueca na Pedra Furada.
Sem dúvida, serão deletados os ônibus incendiados e a insegurança generalizada e 2009 será lembrado como um ano gentil.
Neste sentido, para o bem de nossa saúde mental, o melhor mesmo é nos lembrarmos que o melhor momento para viver nossas vidas é agora, pois com violência ou sem violência, com miséria ou sem miséria, com presidente analfabeto e manipulador ou sem ele, esta é a nossa única oportunidade para extrair alguns momentos de felicidade deste mundo idiota e cruel. E se a coisa ficar violenta demais, ainda assim podemos comprar uma bela arma e darmos uns tiros também. Por quê não?
Alex, meu querido, sorria, você está na Bahia!

Aconteceu Comigo ou O Complexo de Anne Frank


Por que tudo no Brasil vira tortura?


Ricardo Líper

O capitalismo no Brasil não é capitalismo no sentido exato do termo. O capitalista não quer só lucrar prestando um serviço. Ele quer fazer, de forma clara e explícita, o semelhante de besta. Não camufla sua desorganização e má-fé. Não lhe importa também fazer papel de palhaço. Minhas contas telefônicas ficaram sem pé nem cabeça depois de uma coisa chamada Oi Conta Total. Muito complicadas, boladas, ao que me pareceu, por mentes insanas. Fui para cancelar e substituir pelo pacote normal: 41 reais a conta do telefone, use ou não, e a internet caríssima (R$120) de apenas um mega. Levei no posto da empresa Oi.
Mais de uma hora sendo maltratado. Coisas que superam Kafka, só se pode fazer essa operação por telefone. E, no posto, só um telefone, com uma recém-viúva desesperada para cancelar uma conta do seu marido falecido há 9 meses, que sua pensão não dava para pagar.
Um hora para ela e outra para mim. Tinha tentado fazer em casa. Esgotou a bateria de um telefone sem fio... Na Cretinolândia também você paga um aluguel vitalício à companhia telefônica, use ou não o telefone. Tem de pagar. Pense bem que capitalismo perfeito.
Usando ou não você tem de pagar. Consumindo ou não você paga ou tem o serviço cortado. O sonho de qualquer capitalista. E, tem mais, em um governo que se diz de esquerda. Aqui até o socialismo é pretexto para cretinices e mais cretinices.
Tudo, o cristianismo também. Veja o catolicismo e o protestantismo o que fazem. Tudo que chegou aqui no Brasil os espertalhões usam para explorar, agredir e humilhar o semelhante. A brasilidade aparece e pronto. E tem mais, o agente torturador não acha que tem um comportamento igual aos nazistas em campos de concentração. Nasceu para ser cretino. Sua cretinice é essa. Se se admitisse nazista não era cretino. Era sincero. Tinha consciência que compactuava e estava ali também para torturar o semelhante em benefício de uma empresa sádica. Que satanás tenha pena de suas almas.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dicas muito úteis

Veja aí, galera, como enfrentar os tubarões:


COISAS QUE NINGUÉM CONTA PRA GENTE!


Serviço 102 (Informações)
Quando você precisar do serviço 102, que custa R$ 2,05.
Lembre-se que agora existe o concorrente que cobra apenas R$ 0,29 por
informação fone 0300-789-5900.
Para informações da lista telefônica, use o nº 102030 que é gratuito, enquanto que o 102 e 144 são pagos e caros.

*Correios*
Se você tem por hábito utilizar os Correios, para enviar correspondência,observe que se enviar algo de pessoa física para pessoa física, num envelope leve, ou seja, que contenha duas folhas mais ou menos, para qualquer lugar/Estado, e bem abaixo do local onde coloca o CEP escrever a frase 'Carta Social', você pagará somente R$0,01 por ela. Isso está nas Normas afixadas nas agências dos correios, mas é claro que não está escrito em letras graúdas e nem facilmente visível.O preço que se paga pela mesma carta, caso não se escreva 'Carta Social', conforme explicado acima custará em torno de R $0,27 (o grama). Agora imaginem no Brasil inteiro, quantas pessoas desconhecem este fato e pagam valores indevidos por uma carta pessoal diariamente?

*Telefone Fixo para Celular*
A MELHOR DE TODAS!!!
Se você ligar de um telefone fixo da sua casa para um telefone celular, será cobrada sempre uma taxa a mais do que uma ligação normal, ou seja, de celular para celular. Mas se acrescentar um número a mais, durante a discagem, lhe será cobrada apenas a tarifa local normal..

Resumindo:

Ao ligar para um celular sempre repita o ultimo dígito do número.
Exemplos:
9XXX - 2522 + 2 / 9X7X - 1345 + 5

Atenção:

o número a ser acrescido deverá ser sempre o último número do telefone celular chamado !

Serviços bancários pela Internet (Importantíssimo)
Para quem acessa o Home Banking de casa.

Vale a pena ler e se prevenir.
Quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet,siga as 3 dicas abaixo para verificar a autenticidade do site:


1 - Minimize a página.

Se o teclado virtual for minimizado também, está correto. Se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata!

Não tecle nada.


2 - Sempre que entrar no site do banco, digite SUA SENHA ERRADA na primeira vez .

Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada.

Mas se digitar a senha errada e não acusar erro é mau sinal.

Sites piratas não têm como conferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha..


3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado; além disso clique 2 vezes sobre esse ícone;
uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer.

Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.
Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas garantirão que você jamais seja vítima de fraude virtual.

No, we can't!

Alex Ferraz

Besta que sou, ainda me choco com o cinismo dos governos. Acabo de ver no jornal "Hoje", da Globo, o presidente Lula falar com uma seriedade e sisudez contundentes sobre o esforço hercúleo que ele e uma equipe de mais de 200 pessoas, ao custo de mais de R$ 100 milhões para os cofres públicos, estão fazendo em Copenhague para que o Rio de Janeiro seja escolhido como sede da Olimpíadas de 2016. E, numa imitação barata de Barack Obama, Lula disse, textualmente: "Temos mostrar ao mundo que, sim, nós podemos " ("Yes, we can" foi o slogan de Obama na campanha).

Não, presidente Lula, não podemos! Não podemos gastar cerca de 30 bilhões (eu disse BILHÕES)de reais, conforme cálculos oficiais já amplamente divulgados pela mídia, para construir um presépio no Rio de Janeiro, com transporte especialíssimo para levar atletas da dos hotéis à Vila Olímpica, contornando, naturalmente, os muros nazistas construídos para separar a miséria dos privilegiados, e coisas que tais.
Não podemos porque 30 bilhões de reais dariam para consertar a saúde pública, melhorar substancialmente educação, e, melhor do que isso, desfavelizar todo o Rio de Janeiro e talvez muitas outras capitais brasileira. Ou ainda equipar dignamente a segurança pública, hoje relegada a segundo plano por causa do lobby das empresas de segurança privada e dos traficantes. Com 30 bilhões de reais se faz muito, muito mais coisa do que encher os cofres de multinacionais que querem publicidade, da Rede Globo (não foi à toa que a apresentadora do "Hoje", assim que o presidente falou, repetiu um "sim, nós podemos", com dedinhos cruzados e largo sorriso) com muita publicidade e direitos de transmissão, seja lá o que for. Para não falar na enorme, gigantesca roubalheira que acontecerá, como houve no Pan 2007, no Rio, cujos equipamentos foram simplesmente abandonados depois, tendo custado o triplo do calculado inicialmente.

Em Chicago, cidade do presidente Obama e uma das mais ricas do país mais rico do mundo, a população criou até um site para dizer "não" às Olimpíadas. Protestaram contra a ida do presidente a Copenhague para fazer lobby pela cidade e argumentam que, com a crise, muitas obras importantes foram paralisadas ou não saíram do papel e precisariam dos bilhões de dólares a serem gastos em jogos que vão divertir meia dúzia de alienados por um mês. Estou falando de uma das cidades mas ricas dos EUA!

Não, presidente Lula, não podemos! Não devemos! Festejar Jogos Olímpicos, assim como Copa do Mundo, num país onde graças à crueldade medieval de sucessivos governos, desde 1500, vive uma população gigantesca na mais absoluta miséria, é uma piada de péssimo gosto.

Gostaria, sinceramente, que alguém de bom senso me desse argumento favorável a tamanho gasto irresponsável, sem falar nos 100 milhões já jogados fora nesse processo de escolha. Tudo para fazer campanha para 2010.

Olha, nunca mais pago imposto, podem crer. E que a Receita fique sabendo disso. Não estou aqui para fazer papel de otário!