terça-feira, 30 de junho de 2009

MENTIRA, MENTIRA, MENTIRA!

A FARSA DA REDUÇÃO DO IPI


Este carrinho é vendido aos mexicanos por R$33 mil. Como Lula renuncia ao imposto de importação, mesmo com os outros impostos, deveria chegar para nós brasileiros por R$42 mil, mas é vendido pela Volks a R$63 mil. Pode senhores deputados? Pode senhores senadores? Renúncia fiscal no Brasil é para enriquecer montadora estrangeira e prejudicar as camadas populares e a classe média.

toNy paCHecO

O brasileiro paga os preços mais altos por automóveis em todo o mundo. O México, por exemplo, vende o carro Ford Fusion aos seus cidadãos por R$38.631. Você não está “viajando” não internauta. O Fusion é vendido no México a R$38.631. Desde 2006, ele é importado pelo Brasil, mas o governo Lula/PT fez um acordo com os mexicanos e não cobra os 35% de Imposto de Importação. Com a logística de transporte, o marketing, ICMS, IPI, PIS, Pasep, Cofins e a “adaptação” à nossa gasolina batizada de álcool pela Petrobras, além do lucro da montadora, o Fusion deveria custar para o brasileiro R$48.651. Mas chega por aqui a R$84.000.
O governo brasileiro criou o paraíso de otários para as montadoras mexicanas, pois deixa de recolher 35% de imposto, mas as montadoras não repassam isso para os consumidores brasileiros. A Volks vende o New Beetle por R$33.620 aos mexicanos e, aí, manda ele para o Brasil, sem impostos, e com seu lucro e as despesas daqui, teria que vendê-lo a R$42.318 para nós. Mas vende por R$63.140. E a Honda vende o CRV aos mexicanos por R$41.072 e aos brasileiros por R$94.500, quando deveria chegar aqui por R$51.698.
O mesmo acontece com a gasolina, da qual somos autossuficientes, mas que a Petrobras, para pagar mais de R$70 mil por mês a D. Dilma e outros “conselheiros”, tem que nos atochar na bomba.
Mas o mais cruel está acontecendo com a tal queda do IPI para veículos de 1.000 cilindradas (os famosos Um ponto Zero), que foi de 7% para 0%. Para os modelos médios, o imposto caiu de 13% para 6,5% para motor a gasolina e de 11% para 5,5% no caso dos modelos a álcool ou bicombustíveis. Para os veículos off road, o IPI caiu de 15% para 7,5%.

O desafio d’Os Inimigos

O desafio do blog é, encontre em Salvador um Fiat Mille 3 portas 1.0 Flex com o desconto de 7% do IPI: o carro, a preço de tabela, quando o governo resolveu reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) era de R$21.754, menos os 7% do IPI aos quais o governo federal renunciou, isto é, menos R$1.522, o carro teria que ser encontrado nas concessionárias a R$20.232.
Tente encontrar na Bahia o Mille 3 portas a este preço é o nosso desafio.
O Volkswagen Gol 1.0 Flex 3 portas era, na tabela (com o IPI de 7%), R$25.300. Com a redução de R$1.771, o Gol deveria estar sendo encontrado na Bahia a R$23.529.
Tente encontrar na Bahia o Gol 3 portas a este preço.
O Chevrolet Celta1.0 Flex Life 3 portas tinha o preço de tabela de R$24.963. Menos o IPI (R$1.743), deveria ficar em R$23.220.
Tente encontrar na Bahia o Celta a este preço.
O Ford Fiesta 1.0 Flex 4 portas era R$29.750 na tabela. Sem o IPI (R$2.079), deveria custar R$27.671.
Tente encontrar o Ford Fiesta a este preço.

Os carros de classe média

Quando o governo resolveu reduzir o IPI dos carros da classe média em 50%, a alíquota passou de 13% (para os movidos a gasolina) para 6,5%.
Assim, o Novo Ford Focus GLX automático sedan 2.0, que tinha o preço de tabela de R$60.685, teria que ser vendido a R$56.741, graças à redução do IPI de 6,5% (R$3.944). Mas, sabe por quanto você encontra este Focus “com IPI reduzido”? Rará! Por R$62 mil. É incrível! A Ford aumentou o carro em vez de diminuir.
E o Honda Civic? Na tabela, estava a R$64.365. Com a “redução” de 6,5% do IPI (R$4.183), deveria ir para R$60.182. Agora, tente comprar um Civic LXS Flex por este preço...
Já o Fiat Linea 1.9 LX Dualogic Flex tinha preço de tabela de R$56.800. Com o IPI “menor”, o desconto seria de R$3.692, reduzindo o preço ao consumidor para R$53.108. Se você achar este Linea por este preço (que é o que o governo Lula pensava que ia ser, com a renúncia fiscal de 6,5% dos 13% do IPI), você ganha uma viagem à Disneylândia...
Aliás, a Fiat é que está abusando mais da redução do IPI. O modelo Stilo Dualogic, que vai sair de linha já já, chegou a ser vendido em dezembro passado por R$52.500. Aí, o governo renunciou a 6,5% do IPI e pensou-se que o carro iria para R$49.088. Mas, em vez disso, a Fiat pintou de preto o seu carro de design antigo, colocou umas perfumarias e está vendendo o mesmo com o nome de Blackmotion por nada mais nada menos que R$65.900.
Só sendo muito doido para comprar um carro que está saindo de linha por R$13 mil a mais, sem desconto nenhum do IPI.

Resumo da ópera

As montadoras brasileiras parece que se juntaram às suas concessionárias para lesar o consumidor brasileiro: simplesmente não repassaram o desconto do IPI que o governo Lula providenciou para aquecer o mercado e evitar demissões.
Esta renúncia, que já chega os R$2 bilhões, na verdade, está prejudicando o governo, lesando os interesses das classes populares (pois diminui as verbas para Saúde, Educação, Segurança etc.) e transformando em palhaços os cidadãos de classe média, que estão pagando mais caro por carros que deveriam estar, em média, 6% mais baratos do que em dezembro do ano passado.
Está na hora de o governo acabar com esta farra e revogar, imediatamente, esta redução de IPI.
E nem vou falar aqui do preço das geladeiras, que deveriam estar 10% mais baratas e estão mais caras, em alguns casos, até R$200 mais caras.
Como diz o filósofo Clécio Max, “você só nasce uma vez e nesta única vez nascer no Brasil é azar demais”.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Anônimos também podem comentar

Agora, conseguimos! Hehehehhehehehe. Qualquer um pode comentar em nosso blog. Se identificando ou não. Estávamos procurando isso, porque tem gente que tem muito o que falar, mas não tem coragem. E TEM DIREITO de não se comprometer.
Pronto, agora entra TODO MUNDO. Tenha ou não conta Google.
Conseguimos! Pode nos chamar de gênios e de idiotas. Aqui não tem moderador. Viva a liberdade total, absoluta, sem limites.

A alucinada maneira de ser da humanidade

Presos filipinos dançam em homenagem ao cantor morto

Ricardo Líper

O ser humano já perdeu a capacidade de me surpreender há muito tempo. Sei como é e o que esperar dele. As circunstâncias que Michael Jackson morreu foram dramáticas. Qualquer pessoa que morre à beira de retomar a carreira e de ganhar muito dinheiro com shows com ingressos esgotados nos faz ter muita pena. Além disso, os artistas quando morrem eu lamento muito e já tive oportunidade de dizer isso noutra ocasião. Eles só nos fizeram felizes, ao contrário de muita gente que só nos fez e faz infelizes.
Bem, mas sou radicalmente contra a morte, inclusive a pena de morte. Acho esse um dos absurdos da nossa existência. Mas, o surpreendente foi a repercusão da morte de Michael Jackson. Ele estava esquecido, era malhado por todos que o criticavam por sua aparência, androginia, supostos ataques sexuais a menores. Enfim, o achavam excêntrico demais. Não era de se esperar tamanha euforia no mundo todo diante de sua morte. De repente, discos dele esgotam, prisioneiros reunidos, que possivelmente antes o chamavam de veado, fazem coreografia com suas músicas. Enfim, todos choram, dançam, fazem presepadas. Acho bom, até porque, ele merecia. Mas, nessa festa toda vejo a falta de caráter de todos. Tem gente que gosta de celebridades sejam quem forem. Que fica histérica só de ver todos reverenciarem alguém. Repare: são quase as mesmas pessoas que vão ver o Papa, o presidente do Irã, um cientista famoso qualquer, um escritor, um artista de cinema. É capaz de chegar à histeria em qualquer um desses momentos. Estou convencido que se Deus existe, quando projetou o ser humano estava cochilando ou tinha bebido.

domingo, 28 de junho de 2009

“Viado bom é viado morto?”


Elizabeth Taylor fazia questão de aparecer ao lado de Michael enquanto ele foi caluniado

Liza Minelli e Michael Jackson falavam-se toda semana

TONy pachecO

Bem, pelo que estamos vendo da reação do mundo à morte de Michael Jackson, o homofóbico grito de guerra de José Augusto Berbert no jornal “A Tarde” durante décadas continua válido, pois nunca se viu tanto elogio a um morto que, há pouco, era caluniado.
Sei que este blog é para lutar contra a hipocrisia no mundo, por isso estou levantando este assunto. Mas, sei também, que Freud provou, por a mais b que não existe processo civilizatório sem hipocrisia.
Imagine só uma situação: você dizer ao seu chefe, amanhã, ao chegar ao trabalho, tudo que você pensa sobre ele. Tudo, mesmo. Sem nenhum receio.
E imagine ele dizendo depois tudo que pensa sobre você...
Não existiria convivência humana se não houvesse hipocrisia. Ela só não pode ser é oportunista e sem caráter como esta que estamos assistindo na Internet, na TV, nas rádios e na mídia impressa a respeito do Rei do Pop.
E por que eu digo isso?
Michael Jackson foi vítima de pais de adolescentes picaretas que tentaram vender seus filhos ao ídolo pop. Como ele era um ser angustiado com sua própria personalidade, sua natureza, enfim, foi uma vítima fácil para adolescentes doentes e papais e mamães vendilhões da sexualidade dos filhos.
No momento em que a Justiça americana pegou no pé de Michael Jackson, somente duas pessoas no showbusiness resolveram dizer em alto e bom som que não acreditavam nos papais e mamães picaretas e, sim, acreditavam no homem Michael Jackson, uma pessoa generosa e tímida, talvez o artista mais generoso com as causas dos desafortunados em toda a história do showbusiness.
Elizabeth Taylor, atriz e “monstro sagrado” de Hollywood, e Liza Minelli, atriz e cantora. Só estas duas mulheres de primeiríssima grandeza artística e moral se levantaram, imediatamente, em defesa de Michael Jackson, sem pensar um segundo, sem pensar em conveniências.
Noventa por cento do showbusiness americano voltou-lhe as costas na hora da acusação ridícula que lhe fizeram os papais e mamães comerciantes de adolescentes. Tanto era ridícula que ele venceu todos os processos e foi inocentado. Mas, isso, depois de perder milhões e milhões de dólares com advogados, pois como diz o rapaz da TV, “o sistema é bruto”, mas o sistema judiciário americano é muito mais bruto do que pensa nossa filosofia aqui do Fim do Mundo.
Liz Taylor e Liza Minelli fizeram questão de aparecer em público, a todo momento que Michael permitia, ao lado dele. Em todas as entrevistas em que falavam dele, elas deixavam claro sua admiração pelo artista e pelo homem generoso que ele era.
E o resto? Os rappers americanos, com o idiota racista chamado Eminem à frente, ridicularizaram Michael Jackson, embora todo o hip hop tenha nascido da coragem pioneira de Jackson, o primeiro verdadeiro ídolo pop negro da história do showbusiness, pois venceu a barreira da raça ridicularizando em suas músicas e em seus performáticos clipes, o racismo em todas as latitudes.
Fica, portanto, o meu protesto contra estes idiotas preconceituosos que, enquanto Michael Jackson era vivo, tratavam-no como um “viado maluco” e, agora, que ele está morto, resolveram ver a genialidade deste que foi e será durante muito tempo o rei do pop.
Sem Michael Jackson, 90% do pop mundial talvez hoje continuasse a ser comportadinho, chatinho e sem nenhum brilho. Esta é a real e estes picaretas que agora rendem homenagem a ele, deveriam ter vergonha na cara, pois quando ele mais precisou, não obteve uma palavra sequer de solidariedade.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

IRANIANO ANALISA A REVOLTA NO IRÃ





Um olhar anarquista sobre os protestos no Irã

A entrevista a seguir, realizada pelo portal anarquista espanhol de notícias A Las Barricadas, com apoio de José Antonio Gutiérrez (colaborador de anarkismo.net), foi realizada com Payman Piedar, militante anarquista e exilado iraniano, que participou de numerosas iniciativas libertárias tanto nos Estados Unidos como no Peru. Além disso, foi o editor da revista anarquista Nakhdar, editada em inglês e em farsi (pode se consultar mais sobre sua trajetória política e sua análise geral sobre a situação iraniana na seguinte entrevista realizada pelos companheiros do NEFAC¹). Na entrevista que se segue, tentamos elucidar, em meio às distorções da mídia ocidental e da censura dos meios de comunicação iranianos, as chaves para compreender o que realmente está se passando nestes dias no Irã. Ainda que não estejamos ante uma sublevação de caráter revolucionário, no calor da agitação social sempre crescem as probabilidades de subversão popular.

A LAS BARRICADAS - Se diz que estas são as manifestações mais importantes desde a Revolução de 1979... Você vê alguma continuidade entre estes protestos e aquelas?
Payman Piedar < Sim, é verdade que estas mobilizações ou manifestações são as maiores e mais importantes desde a revolução de 1979. Na realidade, desta forma começou a revolução de 1979.

O Shah, ditador e marionete do imperialismo yankee, cometeu o erro de não aceitar nenhuma crítica a seu poder máximo e o povo, que já estava farto de seu reinado de tantos anos de repressão, por fim se levantou, e lhe mandou ao lixo da história.

E claro que há uma continuidade na revolução, ou melhor, na insurreição de 1979, porque na realidade não houve revolução social, mas uma revolução política, uma mudança do controle político de um regime monárquico a um religioso-teocrático, foi seqüestrada pelos mulahs (sacerdotes), com o Aiatolá Ali Khamenei como chefe máximo, e na realidade iniciou outra era de sistema ditatorial.

Então, o povo anseia e se mata pela liberdade como pelo pão e a água. Especialmente os jovens, já que 65% da sociedade iraniana têm menos de 30 anos e já estão fartos de ser humilhados e reprimidos. Mais ainda, este movimento que já aparece como outra revolução a qual espero que continue nestes momentos, e a continuação da revolução constitucional de 1905 que não chegou a seu fim. A liberdade, ainda assim sendo de tipo burguês e limitada, é algo que a sociedade iraniana não teve até hoje. Olha só, o governo democrático da burguesia nacional do Dr Mosadegh não durou mais de 2 anos, de 1951 a agosto de 1953, porque os yankees e a CIA fizeram seu primeiro experimento com a derrota de seu governo, ainda antes de derrotar a Arbenz na Guatemala, em 1954.

ALB > - De que forma acreditas que as atuais mobilizações possam fazer erodir o regime teocrático?

Payman - A resposta a esta pergunta não é fácil. Tudo depende de até que ponto continuem estas mobilizações. Felizmente a aura, a "dignidade", dos Mulahs, especialmente a de Khamenei, que é o chefe religioso máximo, a continuação de Khamenei, foi fraturada. Já temos escutado o slogan "morte a Khamenei" e ontem queimaram sua imagem nas ruas Zanjan em Teerã. Este sinal é muito importante. Já não existe medo de nada.

Já é quase o momento revolucionário em que "os de baixo já não suportam mais", como dizia Lênin, mas falta um pouco para que "os de cima já não possam governar". Hoje escutei que começou a ruptura entre os altos dirigentes Mulahs em Qom, algo assim como o Vaticano dos xiítas. Uma facção deu a ordem de prisão a filha maior do Aiatolá Rafsanjani, um dos Aiatolás mais poderosos, ricos e corruptos; foi presidente durante 8 anos entre 1989-1997, e no dia seguinte, ou seja hoje, o deixaram livre. Bom, Rafsanjani têm duas posições importantes na hierarquia do poder, uma delas é a de chefe máximo da "Assembléia dos Expertos", que são uns 80, onde têm o poder de eleger ou destituir ao chefe máximo religioso, neste caso Khamenei.

Assim, se os acontecimentos e mobilizações continuarem por uns dias ou semanas mais, é possível que esta assembléia vote a destituição de Khamenei. Quem ficará em seu lugar? Pode ser que ponham um grupo de 8 (já há um rumor sobre esta possibilidade) em lugar de um ditador máximo. Ou, na melhor das hipóteses, pode ser que o movimento não pare até a derrota total do regime teocrático.

Não esqueçam que estamos nesta tessitura porque Khamenei cometeu o erro fatal de aprovar a eleição fraudulenta em seu sermão religioso de sexta-feira passada. Por isso é muito difícil que retroceda ou que o povo aceite sua desculpa. Mas a última palavra ainda não está dita. A burguesia e os chefes religiosos podem chegar a um acordo de costas ao povo e tratar de acalmar a situação. Mas vejo isso difícil.

ALB - Que papel tem jogado os trabalhadores até o momento nestas mobilizações? Há alguma possibilidade de que o protesto se alastre segundo os interesses das classes populares?
Payman - Sem dúvida que dentro destas mobilizações há trabalhadores de diferentes setores: Comércio, Serviços, Autônomo, Informal, Subemprego, marginal e os desempregados. Temos que recordar que existe 25-35% da população que está sem emprego. O setor ausente, por hora, é o setor mais importante, que são o petroleiro e o petroquímico, majoritariamente localizado no sul do país, próximo da zona do Golfo Pérsico. No dia em que eles parem e votem uma greve geral será o momento do êxito da revolução ou, melhor dito, a derrota completa do regime teocrático. Para capitalizar este movimento a favor dos interesses das classes populares, tudo depende de que este setor tão importante entre e tome a iniciativa nesta mobilização.

ALB - Se insiste constantemente na mobilização da oposição, mas certamente os partidários de Ahmadinejad têm se mobilizado em importante número, quem sabe em números maiores que a mesma oposição (o que é por razões óbvias ignorado pela imprensa ocidental), qual é o fator que mobiliza aos partidários do regime do Irã?
Payman - Em primeiro lugar, os partidários do regime de Ahmadinejad não são mais que os da oposição. Na realidade o resultado verdadeiro da votação presidencial foi o seguinte: Mousavi 19 milhões e pouco; Karrobi, outro "reformista" 13 milhões e pouco; Rezaie, do mesmo lado de Ahmadinejad, um pouco "moderado", com 3 milhões e pouco e Ahmadinejad com 5 milhões e pouco dos votos, e os votos anulados foram 1 milhão e meio.

Os partidários de Ahmadinejad majoritariamente vêm dos setores populares, que receberam um abono extra de $50 e sacos de batatas. Também um setor de aposentados que justo uns dias antes da votação receberam um alto reajuste de suas pensões: antes recebiam $200 e agora recebem $600. Não nos esqueçamos que este regime tem uns 3-5 milhões de Jovens Basij, uma milícia paramilitar, como as falanges de Franco na Espanha, que são de setores populares. Assim que suas famílias são basicamente pró-regime porque recebem salários. Mas há também um setor minoritário de estudantes de institutos e universitários que também receberam este abono de $50 durante a campanha eleitoral.

Suponho que há um setor de classe média baixa feliz porque Ahmadinejad, durante sua campanha, expôs o que todo mundo já sabia, alguns nomes dos corruptos que têm suas próprias máfias econômico-políticas, como o mesmo Rafsanjani. Por isto que este setor também o apoiou.

ALB - Há alguma diferença de classes entre um e o outro lado? Fazemos esta pergunta já que na ausência de uma alternativa revolucionária consolidada e clara, a classe trabalhadora e os pobres em geral freqüentemente mobilizam-se por causas conservadoras...
Payman - Não há muita diferença entre os grupos de poder. Todos são parte do poder burguês em geral. Nenhum "representa" a classe média em geral, ou ao seu setor sob o das classes populares. Todos estão economicamente a favor das políticas neoliberais, privatizações, a favor da OMC (Organização Mundial do Comércio), com diferenças mínimas sobre subsídios. Uns querem dar um pouco mais de dinheiro aos pobres, mensalmente, e outros querem dar esses subsídios via os preços do pão, do transporte público e dos seguros.

Politicamente, sem dúvida, a oposição quer dar uma imagem democrática: tolerar a liberdade de expressão e não censurar ou fechar os jornais da oposição; não aplicar a pena de morte para os menores; dar mais oportunidades as mulheres no setor público; não aplicar penas de prisão para os estudantes universitários radicais; dar "mais" poder as mulheres em assuntos de divórcio etc.

ALB - Chama a atenção a moderação das palavras de Obama ante as mobilizações, moderação que contrasta com os urras e vivas lançados por Bush e cia. quando das manifestações de Beirute e de Kiev já faz um par de anos... A que se deve esta atitude de cautela?
Payman - A posição de Obama é muito diplomática. O imperialismo yankee sabe muito bem que o Irã não é o Iraque, Afeganistão ou Paquistão; nem é Beirute nem Kiev. Não há nenhuma possibilidade de que possam invadir o Irã, nem sequer durante o governo Bush não houve planos de atuar tal como no Iraque, menos ainda agora que as coisas andam fervendo. Não podem correr riscos com a situação interna do Irã.

Não querem que as coisas piorem porque no fim das contas é melhor ter alguém que não interrompa a saída de petróleo da região... Ele sabe que os Mulahs já estão falando de que "Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha estão intervindo no Irã..." para distrair não somente a opinião pública iraniana, mas a do mundo inteiro, por isso Obama disse que não quer que se interprete que os Estados Unidos estejam se metendo nos assuntos internos do Irã. Mas já ontem, para satisfazer aos conservadores, adiantou a seguinte nota: "que o governo iraniano não reprima aos opositores, que não seja tão violento..."

Além do mais os Mulahs têm ajudado um montão aos yankees na tarefa de "estabilizar" a situação no Iraque e Afeganistão. Em outras palavras, eles, os Mulahs, sutilmente, têm estado em sintonia com os interesses geopolíticos dos yankees. Melhor não botar em risco esta situação muito delicada. A estas alturas, para o interesse hegemônico do imperialismo yankee, Obama é a melhor carta que possuem. Bush e sua política já são história, é passado.

Em sua última viajem ao Oriente Médio, Obama deu uma palestra na Universidade do Cairo, capital do Egito, tratando de dar uma imagem pró islâmica, não tão inimiga do mundo árabe; também visitou ao rei da Arábia Saudita e seu aliado eterno, os sionistas/fascistas israelenses. Tudo indica que está tratando de passar uma imagem de consenso e não tão confrontacional. Ainda que esta política, em geral, é uma tática inteligente por sua parte, estrategicamente não vai funcionar na região em função do conflito israelense-palestino, pois, como sempre, não se oferece nada tangível aos palestinos.

ALB - Qual será o provável desenlace desta conjuntura? Podem os setores progressistas fazer alguma ilusão com a oposição ou é necessário forjar uma alternativa própria?
Payman - Os setores progressistas não podem nem devem se iludir com a oposição existente. Em primeiro lugar, a oposição não é laica; é islâmica e pró-constituição islâmica. Não estão contra a figura de "Velayate Faghie", ou seja, do ditador máximo religioso. Só querem ter a possibilidade de manobrar politicamente dentro do marco da constituição da República Islâmica, nada mais. E como o movimento dos trabalhadores não é forte para nada, pois não temos sindicatos livres, todos são controlados pelo Estado, são amarelos, os progressistas só podem usar esta oportunidade para criar um ambiente menos repressivo, um pouco mais livre para respirar, organizar e desenvolver suas metas anticapitalistas e planos de luta a longo prazo.

Os trabalhadores, os jovens, as mulheres, os marginais, os desempregados têm que forjar sua aliança pouco a pouco; criar suas afinidades, organizações, assembléias, conselhos, e logo trabalhar seus planos para sua libertação final: destruindo o Estado, erradicando o capital e limpando sua mente de todas as religiões e superstições. Esse será o dia para celebrar.

[1] http://ainfos.ca/05/oct/ainfos00384.html

Entrevista realizada em 21 de junho de 2009

Tradução > Juvei

(reprodução de e-mail do amigo CARLOS BAQUEIRO)

O Hitler do Irã


O islamita atômico explodindo a liberdade no mundo


O que o mundo deseja a Ahmadinejad: vá pro meio dos Infernos!


Ahmadinejad, o aprendiz de Adolf Hitler, o novo xá tirânico do Irã

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ainda o diploma de Jornalismo e outros diplomas


Santos por fora, fascistas por dentro

Ricardo Líper

Soube, por Tony Pacheco, que na Inglaterra o advogado não precisa fazer o curso de Direito para se tornar advogado. Ele estuda por ele e presta um exame na Ordem dos Advogados local. Passando, fica apto a exercer a profissão. Na minha opinião esse é o modelo ideal e deveria ser implantado para todos os cursos.
Os cursos universitários com seus mestrados e doutorados são indústrias. Os professores universitários, com raríssimas exceções, quando não são doentes mentais, formam grupinhos, acumulam poder, fazem tráfico de influência, manipulam concursos, o diabo. Hitler e Stalin perdem para eles. Sob a capa de estarem, segundo eles, fazendo ciência, debatendo cultura, na realidade estão cultivando o puxassaquismo, a arrogância, a autoritarismo desenfreado. Ninguém fala nada ou porque não sabe ou porque pretende fazer uma carreira universitária, calando porque senão jamais entrarão em uma universidade para dar aulas.
Não existe crítica às universidades. Repararam? Como Jesus, elas são incriticáveis. Estou sendo pioneiro. E, tem mais, acho que tem que ter uma CPI para apurar isso tudo. Se tem para político tem que ter para as outras camadas da sociedade. E já. Além disso, é preciso que as autoridades brasileiras, que algumas vezes me surpreendem (justo eu, que não tenho nenhuma esperança em relação a elas nem no destino desse infeliz País), façam com os outros cursos o que fizeram com o Jornalismo. Nada se ensina nada a não ser modismos e tolices feitas por alucinados. É preciso se fazer como a Inglaterra fez e para todos os cursos. Acabar com essa oligarguia fascista de professores universitários. Tem que se dar uma opção a esse povo miserável acostumado a sofrer nas mãos de todos, desde médicos, professores, funcionários de empresas e públicos e até segurança de shoppings.
Os cursos continuariam mas desmoralizados como o são de fato. Para dar emprego aos professores universitários e para aqueles que se submeterão aos seus rituais porque não querem fazer um exame de notório saber. Isso para consolar os que já têm diploma que não é mais necessário. É um diploma universitário. Serve para alguns empregos para além do Jornalismo em si. Serve para fazer um mestrado ou doutorado, não em Jornalismo, que ninguém é louco, mas noutro programa se a pessoa for bom em puxar o saco e ter paciência para seguir o ritual desses débeis mentais até a defesa da tese.
Quem já tem seu diploma, não chore, faça do limão uma limonada.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Brincando de casinha 2, a missão







Brincadeiras de macho. As fotos falam por si.

Alex Ferraz
Lendo comentário do meu amigo Tony Pacheco sobre homens que querem fazer filho a qualquer custo, literalmente, lembrei dos jogadores de futebol. Vocês já repararam que todo jogador de futebol se casa logo, tem um filho e mostra para todo mundo na TV, faz gestos de embalar criança quando faz um gol e coisas afins?

Não como esse reggae. Não agravando a todos, como diz o povo, mas a maioria desses jogadores quer mesmo é dizer que não é viado.

Aliás, não gosto desse termo. Na verdade, o correto é dizer homem que faz sexo com homem.

Pois bem. Mas o que se sabe é que as concentrações de times, da Copa ao futebol municipal, são verdadeiras orgias, no mais das vezes.

Os caras transam mesmo entre si, numa boa.

Aliás, João Saldanha (1917-1990), provavelmente o mais corajoso comentarista esportivo qaue a imprensa brasileira já teve, e talvez o único intelectualizado, escreveu em seu livro de memórias "Uma Vida em Jogo" que, na Copa de 1970, no México, entrou na concentração e foi ao quarto de um idolo dele e deu de cara com o referido na cama com outro grande ídolo...

Esse negócio de ter filho para tirar de tempo, como diz o povo, é generalizado. Tem uma molecada aí que transa adoidada com homens, mas que, sempre que pode, exibe o trofeuzinho de carne e osso para despistar.

Taí, acho que isso é que é não ser homem; não ter a coragem de assumir o que gosta.

A propósito de jogadores, vejam este trecho de entrevista concedida por Dadá Maravilha à revista ISTOÉ, na edição de 19 de março de 1997:

"ISTOÉ - No seu tempo, existia homossexualismo no futebol?

Dario - De montão. Em 70, Dadá tinha um corpo maravilhoso. Havia um zagueirão que era louco pelas minhas pernas. Até que um dia o cara veio e encheu a mão. Dei uma pernada nele. Disse: 'Sai pra lá, rapaz.' Hoje, acho graça disso."

Alguns mistérios desvendados - 1


(Neojornalismo: uma só imagem ilustra dois temas - casal heterossexual tatuado tentando "brincar de casinha")


toNy PacheCo
(Ph.D. pela Universidad de Ciencias Alternativas de la Información, en Navarra, Euskhadi)

Por que todo mundo está tatuado?

Pesquisas da Universidade de Nuuk (Kalaallit Nunaat) indicam que anteriormente os jovens ocidentais tinham a certeza de que estudando e perseverando teriam acesso aos patamares maiores da escala social. A mobilidade social existia para todos. E todos acreditavam, também, nas instituições do Estado: Polícia, Exército, Justiça, Escola.
Por isso mesmo, todos temiam tatuar-se e, um dia, cair nas mãos do Estado e ficar marcado para sempre. Aliás, Polícia e Exército não aceitavam em suas hostes os tatuados. E tatuado que caísse nas mãos da Polícia logo recebia a alcunha referente à sua “tatoo”: Jimmy “Cabeça de Touro”, João “Escorpião”, Marcel “Índia nua” e por aí vai. Os jornalistas da mídia controlada faziam a festa quando descobriam tatuagens em marginais e davam um tratamento especial a essa galera - batiam com a mídia e os policiais batiam com os cassetetes.
Aí chegaram os tempos modernos, onde ninguém mais acredita nas instituições do Estado, todas voltadas para o bem-estar das classes dominantes e dos seus servos, os servidores públicos.
Ninguém acredita mais em futuro, pois futuro não há, segundo os estudos acadêmicos da Universidade de Nuuk. Daí para ninguém mais temer ter marcas definitivas na pele (tatuagens) foi um pulo. Se não há mais famílias para nos reprimir (os homens “sartam fora” ao primeiro sinal de gravidez) ou pessoas “respeitáveis” do Estado para nos controlar, cobrimos de tatuagens o corpo todo e quem não gostar “que se lenhe”. Damos uma sonora banana (tem banana musical, os Bananas de Pijama).

Por que os relacionamentos não duram mais?

Estudos da Universidade de Bandar Seri Begawan, em Brunei Darussalam, indicam que o que ficou impraticável não é pensar num relacionamento “até que a morte os separe” nem tampouco a revolução sexual que colocou a mulher no mapa do gozo.
O problema, fundamental, segundo os estudiosos de Brunei, é que “é muito caro brincar de casinha”. E o que querem dizer com isso: os casais (falamos aqui dos casais heteros, nos quais sonha-se que um homem irá bancar a brincadeira) formam-se, pagam a cerimônia em 18 meses, compram os móveis em 96 prestações, a casa em 35 anos, o carro em 80 meses e têm logo o primeiro pimpolho (também chamado “filho”). Ora, estudos da Universidade de Kota Kinabalu (em Sabah) confirmam que não se consegue levar um pimpolho do berço até o diploma universitário numa fábrica de diplomas com menos de US$175 mil (R$350 mil, ao câmbio de hoje). A "Tribuna da Bahia" publicou estudo semelhante por aqui.
Diante disso, principalmente a parte masculina dos casais que tentam “brincar de casinha” no Ocidente, raciocina (sic): “Será que não é melhor ter todas as mulheres do mundo e (por que não?) alguns moleques de aperitivo, comprar uma pick-up Mitsubishi e frequentar as melhores festas do que pagar 80 meses por um Celtinha 1.0 para levar Dona Encrenca pra todo lado?"
A resposta todos vocês já sabem, mesmo sem cursar a Universidade de Bandar Seri Begawan: segundo estimativas da Igreja Católica Apostólica Romana (a única cristã, o resto é tudo heresia, pois Jesus Cristo disse – “Tu és pedra e sobre ti erguerei a minha Igreja”), seis de cada 10 matrimônios realizados no Ocidente terminam antes de 12 meses.
É, a galera não aguenta mesmo o tranco. “Brincar de casinha” é caro demais.

*****************************************************************

Na próxima semana: Por que as bandas estrangeiras resolveram incluir o Brasil em suas turnês? Y Por que há 40 anos drogas só eram para iniciados e hoje todo mundo fuma, cheira, bebe e o escambau?
Não percam! Ou percam e se arrependam.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Canudo dispensável


Bob Woodward e Carl Bernstein


Alex Ferraz

Bob Woodward e Carl Bernstein são considerados nos Estados Unidos, e em boa parte do resto do mundo, os jornalistas mais famosos do século XX (quem duvidar, vá ao Google, digite os nomes deles e leia nos sites americanos). Claro! Eles fizeram um perfeito trabalho de investigação jornalística e acabaram derrubando o homem mais poderoso do mumdo, o então presidente Richard Nixon, no célebre caso Watergate.

Bob e Carl, imortalizados em livro e no filme "Todos os Homens do Presidente", eram (não sei se continuam...) repórteres do jornal Washington Post.

Ah, sim: não eram formados em jornalismo!

Aliás, nos Estados Unidos, onde a liberdade é levada a sério para os cidadãos (embora para o resto do mundo, muitas vezes, os amercianos pensem diferente, vide as ditaduras que já financiaram na América Latina, inclusive aqui, não é preciso ter diploma algum para trabalhar em jornal.

Quando lá estive, certa vez, a convite do Departamenbto de Estado, premiado por reportagem que fiz em A Tarde, ainda ecoava na Bahia a greve de fome que fiz com mais três jornalistas em defesa do direito de colegas muito mais antigos que nós, que viviam exclusivamente do bom jornalismo que praticavam e praticam até hoje, que estavam na mira do Sinjorba para serem simplesmente defenestrados das redações, porque não eram diplomados. Na época, eu cursava da Faculdade de Comunicação da UFBA.

Pois bem: lá nos States, dentro da sala do editor chefe do Washington Post, perguntei ao diretor da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Washington o que era necessário para ser jornalista nos EUA. E ele respondeu: "Basta escrever bem e estar sóbrio na hora de pedir o emprego."

Voltando ao Brasil: Nelson Rodrigues, talvez um dos maiores jornalistas que este país já teve (além de formidável dramaturgo), não tinha diploma.

Portanto, acho uma bobajda sem par essa discussão em torno do diploma. Aliás, sem querer ser agressivo com os novos, a quantidade absurda de erros, inclusive de conceituação, que boa parte dos estagiários tem cometido nas redações, hoje, é de espantar!

Em tempo: a exigência do diploma para jornalista foi obra da ditadura militar. Foi em 1969, quando os generais de plantão em Brasília resolveram impedir que intelectuais diversos (artistas, escritortes, poetas etc.) tivessem acesso aos órgãos de imprensa para criticar o governo.

E POR FALAR...

E por falar em imprensa, vejam vocês que o deputado federal Emiliano José (PT), jornalista que trabalhou como meu repórter na Tribuna da Bahia quando eu, precocemente, já exercia a Chefia de Reportagem aos 21 anos de idade, está agora querendo ressuscitar a falecida Lei de Imprensa, morta e muito bem morta pelo STF. Emiliano quer "liberdade com responsabilidade" (responsabilidade esta que seria medida pelo poder), mas parece esquecer que o regime militar, que o prendeu e torturou por ele ser comunista, criou a Lei de Imprensa exatamente para calar os jornalistas mais críticos. Lamentável, deputado, lamentável...

"Trama Internacional". O filme.


Como o capitalismo age nos bastidores

Ricardo Líper

O melhor exemplo da essência do capitalismo é a máfia. Empresa tem que ser vitoriosa, e quanto mais o é, tem na máfia o seu arquétipo. O traficante de drogas é o sonho do empresário. Ele vende um mercadoria que vicia o comprador e suas taxas de juros são fixadas por ele ao sabor da sua ganância. É outro modelo. A mercadoria que exige a alma e o corpo do sujeito para consumi-la. Refrigerantes e hambúrgueres chegam perto e cada vez mais a indústria de gorduras saturadas se esforça para atingir a perfeição das drogas.
Agora, vamos ao filme. Um banco que trabalha com o crime. Um banco que faz tudo que a máfia faz. Mata, corrompe e não recua em nada para ter o acúmulo de capital. Porque o x da questão é vender dinheiro e vender dinheiro só é possível criando o consumo para gerar a dívida. O cartão de crédito só tem o seu lucro máximo quando o cliente não paga e se endivida. Este filme resume toda a economia. Supera de longe todos os cursos universitários sobre o assunto e o cacarejar obtuso de seus professores. É um filme americano, curiosamente. Faz essa denúncia de maneira contundente e clara. Nos livra de diretores emproados e tirados a intelectuais como os que acadêmicos e pessoas também tiradas a intelectuais, que não gostam de cinema, admiram. Cinema é refletir sem chatear, com paixão, com ação, com tudo que faz o drama ser drama e nos levar a um estado de atenção constante e prazeirosa. Não percam.

sábado, 20 de junho de 2009

Aquele abraço!


Se o show de ontem é o novo padrão de Gil, é melhor ele voltar a ser ministro

TOnY pAcheCo

Fui, ontem, ao show de Gilberto Gil no Terreiro de Jesus e tomei um susto: foi um anticlímax. Desanimado, cantando arrastadamente, Gil está uma sombra do showman de antigamente.
Agora, pode estar doente. Não sei. Podia estar, ontem, num daqueles dias em que nenhum ser humano consegue fazer nada direito. Não sei.
Só o que sei é que, a julgar pela apresentação de ontem, se aquilo for o novo padrão de show de Gil, é melhor ele voltar à política para não sujar a imagem, a lembrança, que temos dele em palco. Foi lamentável.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

drops de fel & mel (III)



Gilmar Mendes em montagem da Internet: dando língua, muito bem dada, para as fábricas de diplomas. Jornalismo é liberdade e liberdade não precisa de diploma. Parabéns, Gilmar Mendes!
ToNy PaCHeco (jornalista porque escrevo, não porque cursei faculdade)

Diploma de quê?
O Supremo Tribunal Federal acaba de extinguir a exigência de diploma de nível superior para o exercício do jornalismo. Muito bem feito. Este diploma era autoritário, elitista, excludente e inimigo da liberdade.
Só me lembro de meu amigo Alex Ferraz em greve de fome, enquanto era aluno da Escola de Comunicação, porque o falecido líder sindical dos jornalistas, Anísio Félix, queria impedi-lo de continuar na Chefia de Reportagem da “Tribuna da Bahia” enquanto fosse aluno da faculdade, mas não estivesse formado.
Alex já era jornalista desde a pré-adolescência, no Colégio São Bento. Não tinha nada a aprender na faculdade.
Sou formado em Jornalismo pela UFBa e, em verdade vos digo, a única coisa que aprendi na faculdade foi a diagramar jornal. Isto porque Heloisa Sampaio, a professora, era diagramadora e ensinava a nós como ensinava aos não-formados na Redação de “A Tarde” (lá, só diagramava quem não era formado em nada).
Quer dizer, só aprendi na faculdade o que qualquer aluno de Primeiro Grau podia fazer.
Aprendi jornalismo com Alex Ferraz fazendo, junto com ele e Edmundo Sento-Sé, Eduardo Nunes, Hilda Braga, Sebastião Santa-Rosa, Ricardo Líper, o jornal “O Inimigo do Rei”, quando ainda era aluno de... Economia. Ou seja, eu já era jornalista quando estudava Economia na UFBA.
Diploma de jornalista? Já vai tarde.

Elite baiana x populacho
A briga das classes dominantes baianas pela manutenção de um símbolo de sua superioridade sobre o resto dos mortais, nós, o populacho, é sintomática: eles acham, mesmo, que não são cidadãos comuns. Podem ocupar terras da União (toda a beira-mar do Brasil pertence à União; é lei) e ficar por isso mesmo.
Mas, deveriam ter um pouquinho mais de inteligência e fazer a defesa em outra linha: o Yacht Club da Bahia (notou que o nome é em inglês?) construiu, sim, sobre a lâmina d’água, mas, e os Alagados?
Há uma invasão de pobre junto do Yacht, na Contorno até a Vila Brandão. O populacho construiu durante décadas sobre a lâmina d’água da belíssima Enseada dos Tainheiros (Alagados) e nunca a União se importou com isso. Pelo contrário, quando se incomodaram, construíram casas à beira-mar, gratuitas, e entregaram aos antigos moradores.
Se o Yacht tem que sair dali, então, vamos tirar todos os pobres e os ricos da beira d’água, inclusive o Hotel Pestana e os pescadores de todas as ZPs.
Esta seria a defesa ideal, para botar fogo neste País, que é o que ele está precisando.
Tem que botar fogo nesta josta pra ver se a gente sai desta República de Acomodados, a República dos Conformados.

Pensamento vivo (I)
Nosso líder incontestável das massas, o presidente Lula, disse em Astana, em seu passeio pela Ásia Central, depois de ver os jardins primaveris de Ekaterimburgo, que a manifestação de 1 milhão de pessoas em Teerã contra a suposta manipulação da eleição presidencial pelo virtual ditador do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, era tudo “choro de perdedor”.
Fiquem atentos, este é o pensamento vivo de Lula. Eleição para ele é isso: pode ser manipulada à vontade.
Segundo a mídia européia, na verdade, Ahmadinejad ficou em terceiro lugar. Eu disse, terceiro lugar. Pobres iranianos, pobres seguidores de Lula!

Pensamento vivo (II)
Em outro momento revelador de sua verdadeira índole, o presidente Lula disse que o senador José Sarney, que dispensa qualquer comentário a respeito de seu caráter, “não pode ser tratado como uma pessoa comum”.
Isto é um recado para aqueles que pensam em, um dia, vasculharem o tempo em que Lula foi presidente (se ele decidir, realmente, sair do poder no ano que vem).
Lula investe em seu próprio futuro: não quer Sarney, um ex-presidente, sendo perseguido pela minoria honesta da Nação. Ele quer, também, no futuro, que o esqueçam e aos seus atos controversos, pois, para ele, presidente está acima dos cidadãos “comuns”.
Vou manter a elegância e não vou dizer “comum é a ponte-que-caiu”, mas, direi: o fundamento da República é a igualdade absoluta de todos os cidadãos perante a lei.

PTbrás
Estamos assistindo, absolutamente indiferentes, a um dos maiores escândalos de toda a História do Brasil: o governo federal (Executivo), os congressistas (Legislativo) e os supremos juízes (Judiciário) participam de uma manobra para que a CPI da Petrobras não seja instalada.
Quer dizer, se tanta gente quer que essa CPI não investigue nada, é óbvio que HÁ MUITO O QUE SER INVESTIGADO.
Isto é lógica elementar. É cartesiano. É meridianamente claro.
Quem vai pra rua exigir o fim da CPI está dando um recado claro: “TEMOS MESMO MUITO A ESCONDER. SOMOS UMA MÁFIA, NÃO SE METAM CONOSCO”.

Impagável
“Jesus entrou na passarela ao som de Madonna”; “Jesus desfila ao lado de Gisele no São Paulo Fashion Week”... É, realmente, totalmente demais o nome do namorado brasileiro de Madonna.
Só pelo deboche que é ver o nome de Jesus misturado com moda, vida mundana, vida sexual de uma estrela, enfim, é muito muito muito revolucionário.
Nem a atual campanha milionária dos ateus europeus nas ruas do Velho Mundo tem um efeito tão devastador sobre a religião.
Agora, imaginem se ele se chamasse Maomé!!! O presidente Ahmadinejad do Irã já teria mandado um comando iraniano meter bala no rapaz. Kkkkkkkkkkkkk!

Wanessa ou Shakira?
Wanessa Camargo não quer mais ser filha de Zezé di Camargo. Lançou um CD com nome de Wanessa, mas mudou o cabelo e ficou igualzinho ao de Shakira, a colombiana de voz grave e, pior, está cantando uma música com Ja Rule, o rapper americano arroz-de-festa.
Vi na MTV: ela está cantando igual Shakira, tem o cabelo igual ao de Shakira e está tentando dançar igual a Shakira.
Deixou de ser Wanessa Camargo para ser Wanessa Shakira.
Nada mais digo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jornalistas sem diplomas


Será que eles tinham diploma de jornalista?

Ricardo Líper

A partir desta semana, o jornalista não precisa ter diploma para exercer a profissão. Até que enfim. Jornalismo é dar notícias e opiniões. Se se exigir diploma liquida-se a liberdade de expressão. E, na prática, muita gente escreve em jornais, faz jornais. Eu mesmo sou um deles e não sou jornalista. É preciso que se acabe com esse academicismo que quer botar as patas em todas as atividades humanas. Gente autoritária, grupistas, elitistas que há muito já deveriam estar respondendo CPIs. Os cursos só dão dinheiro, pompa e poder a eles.
Sou ardoroso defensor do autodidata. O diploma é um ritual que a gente se submete para poder exercer a profissão. Se não for, paralelamente, autodidata, se arromba. A maoria dos professores universitários nada ensina. Chegaram onde chegaram porque têm autodisciplina para decorar besteiras e puxar os sacos dos poderosos. O resto é papo. Por isso tenho tanto medo de ir aos médicos. Eles só aprendem com as enfermeiras e no prontos-socorros. E, claro, quando estudam por eles mesmos e gostam do que fazem. Até um sujeito com curso de ginásio pedindo exames para tudo e lendo bula de remédio cura doenças. Agora, os médicos mercenários cometem enganos absurdos. Imaginem as outras profissões!?
Cursos devem existir para quem quiser fazer para tentar aprender algumas técnicas. Agora, não se pode deixar de jeito algum que esses professores se transformem, como gostam, em uma nova aristocracia exigindo leis para que só exerçam as profissões aqueles que estudaram nas faculdades onde eles acham que ensinam. Excetuando medicina e engenharia, com todas as ressalvas feitas aos cursos dessas profissões, o resto, no meu entender, não precisaria de diplomas. Os cursos são bons para os professores e doutores divagarem, delirarem e ganharem dinheiro. E como já disse, para quem quiser delirar com eles. Agora, não se deve impedir que os que estudam de fato exerçam a profissão. Deveriam substituir mestrados e doutorados por notório saber. Ou deixar os mestrados e doutorados para quem é incapaz de poduzir conhecimento por conta própria e ficam produzindo coletâneas de opiniões de autores europeus ou norte-americanos sob a orientação desses cretinos.
Caetano Veloso, Rita Lee e outros já deveriam, há muito tempo, ter o doutorado de música assim como Jorge Amado o de Letras. E Nelson Rodrigues o de Letras e de Teatro também. Não sei se o Nelson tinha diploma de jornalista. Quá,quá,quá, quá, quá. E, se tinha, certamente não aprendeu a escrever na faculdade.

O Senado e os oxímoros

"O que é oxímoro?

Oxímoro é, segundo o Dicionário Houaiss, uma figura de retórica na qual se combinam palavras de sentidos opostos, que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam uma expressão.

Por exemplo:

o grito do silêncio,

silêncio ensurdecedor,

obscura claridade,

contentamento descontente,

ilustre desconhecido e por aí vai.

Noutro exemplo, Escola Superior de Guerra é um oxímoro, na opinião de Millôr Fernandes. Segundo ele, sendo de guerra não poderia ser superior.

Pois é. ... O Brasil, além de tudo, é mesmo um país "oximoroso".

O autor da descoberta é o professor de Português Sérgio Rodrigues.

Há um tremendo oxímoro que não sai das manchetes dos jornais nos últimos dias:

"Conselho de Ética do Senado"

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Horário de Verão: eu te disse, eu te disse!




Alex Ferraz

Em 8 de setembro de 2008, assim como todos os anos, tanto em "A Tarde" como, agora, na "Tribuna", eu bato na questão de que o fim do Horário de Verão na Bahia só fazia nos distanciar da maior parte do Brasil, causando prejuízos ao turismo, ao comércio, à geração de energia e sua economia e ao lazer das pessoas.
Ontem, finalmente, os empresários baianos acordaram e resolveram defender novamente a inclusão da Bahia no Horário de Verão. Tomara que o governador Jaques Wagner ouça a voz da razão.
Eis minha coluna de setembro passado:

frase: “Desconfie quando, na savana, você vai para o Sul enquanto as pessoas mais inteligentes e ricas do safári estão indo para o Norte...”

A Bahia do lado dos perdedores
Todas as empresas, públicas e privadas, que representam 80% (eu disse, oitenta por cento) do Produto Interno Bruto do Brasil estarão, a partir do dia 19 de outubro próximo, num horário, enquanto a Bahia, e o resto dos estados pobres do Nordeste, estarão em outro.
Todos os órgãos públicos que comandam a vida do País (Banco Central, Banco do Brasil, Justiça Federal, INSS etc.) estarão num horário. E a Bahia em outro.
Já as redes de TV (Globo, Record, SBT, Band etc.) e de rádio (BandNews, NovaBrasil FM) estarão num horário e a Bahia, em outro, criando transtornos horríveis dentro dos lares.
E as operadoras de telefonia e administradoras de cartão de crédito? Estarão num horário e a Bahia em outro.
E os vôos no aeroporto? O maior mangue por causa da diferença de uma hora, pois as companhias e o Comando Aéreo Nacional estarão em horário diferente do nosso.
Mas se você for fazer um concurso ou jogar nas loterias, atenção, pois o horário das provas e das apostas não será o daqui e, sim, o do Brasil que comanda, do Brasil que dá certo.
Já vamos para o quinto ano sem Horário de Verão, remando contra a maré do resto do País, ficando uma hora atrasados em relação a Brasília, Rio, São Paulo, Minas, os estados do Sul e do Centro-Oeste, onde pulsa a economia nacional.
Eu pergunto, por que permitir que a Bahia fique do lado atrasado do Brasil?

Adaptação
Que há dificuldades de adaptação disso ninguém duvida. Os EUA adotaram o Horário de Verão a primeira vez em 1918 e foi um enorme desconforto, principalmente por causa da reação de (imagine!) religiosos fundamentalistas, dizendo que queriam mudar o “horário de Deus”. Coisa de gente ignorante, pois nada é mais humano que a contagem do tempo, uma convenção da qual nenhum deus participou. Só o homem. E é por isso que o governo da Bahia tem que nos incluir do lado da maior parte do Brasil. Se é uma convenção, que ela venha a nosso favor.

Segurança energética (I)
Não é tanto por economia e, sim, por segurança do sistema de fornecimento de energia que o Brasil adota o Horário de Verão. Durante os meses de Verão ocorre um aumento na demanda de energia, o que se dá por volta das 18 horas, quando as pessoas retornam para casa e ligam luzes, chuveiros, ar condicionado, ferro elétrico etc. Esse também é o horário em que a iluminação pública é acionada. O aumento repentino da demanda pode ter impacto negativo na estabilidade do sistema elétrico, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

Segurança energética (II)
Ao se adotar o Horário de Verão há um deslocamento na entrada da iluminação pública (devido à iluminação natural, ainda presente), que passa a não mais coincidir com a chegada das pessoas em casa após o trabalho. Por causa de fatores como este, o aumento da demanda se dá gradualmente, o que melhora a segurança do sistema.
Por isso o horário especial é adotado nos 30 países mais desenvolvidos do mundo.

Felicidade é tudo
Diz a lenda que o membro da Sociedade Astronômica Real, o inglês William Willett (1856-1915), bolou a diminuição do consumo de luz artificial ao mesmo tempo que estimulava o lazer dos britânicos, o que, por si só, já justificaria a adoção do horário especial na Bahia. Afinal, entre outubro e fevereiro está a nossa Alta Estação turística. Nada melhor que deixar os turistas em nossas praias até às 19h30, com luz solar, gastando na nossa orla e fazendo nossa trôpega economia andar. E, claro, para nós baianos, a delícia de sair do trabalho e ainda poder ir ao Humaitá ou à Barra e ver o mais lindo pôr-do-sol do Brasil, deixando as luzes em casa apagadas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Desdém pelo povo


Estação da Lapa: o portal do Inferno.

Alex Ferraz

Nunca consegui entender a razão do sistemático abandono da Estação da Lapa, maior terminal de ônibus urbanos de Salvador e por onde circulam cerca de 600 mil pessoas por dia.

Há anos, eu disse anos, que as escadas rolantes não fucionam a contento, que há vazamentos em todas as partes, que equipamentos outros e mesmo vidros estão quebrados, que se praticam vários assaltos por dia, sempre nos mesmos horários e locais, e que, enfim, nenhuma autoridade do setor toma qualquer providência séria e permanente para tornar aquele local pelo menos digno de ser usado por gente.

Nem quero comparar com a beleza e absoluta limpeza e conforto das estações do metrô de São Paulo. Mas a Lapa é um inferno, uma tortura e uma prova escandalosa de que as nossas autoridades ditas responsáveis pelo local não têm a menor sensibilidade.

Nossa (lá deles!) Câmara de Veredores de Salvador e nada é a mesma coisa. Muito título de cidadão e homenagens com nomes de ruas, mas total desdém pelo povo, a despeito de ser quem elege aquela cambada.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Longe de mim as criancinhas


Analise e diga que você gosta


Ricardo Líper

O meu segredo é ser sincero comigo mesmo e dizer aos outros o que penso porque não costumo ter medo de ninguém. Não tive medo da ditadura militar nem dos marxistas de plantão da época, censores de tudo que não era oba oba para Cuba e URSS. Não é agora que vou ter medo da opinião de ninguém a meu respeito. Agora, o curioso é que depois que digo o que penso, muita gente, até aqueles que me criticaram, concordam comigo. A vida tem cada uma. Nada tenho contra crianças. Jamais maltrataria nenhuma delas nem apoiaria serem maltratadas. Mas não gosto junto de mim. Acho chatas, na maioria das vezes, e insuportáveis quando os pais resolvem ignorar que elas estão chateando os outros. Sim, podem me achar abominável e serem hipócritas o quanto quiserem. Nada mais intolerável do que crianças correndo e gritando, por exemplo, em um restaurante, em um cinema, se batendo em você e os cretinos dos pais fingindo que não está ocorrendo nada. É preciso se respeitar o espaço das pessoas. Por exemplo, fumantes. Devem ter um local deles. O fumo faz mal, mas eles têm o direito de se intoxicarem. Entretanto, só a eles. Isso é democracia e civilização. Crianças devem ter locais nos restaurantes, locais públicos só para elas e seus pais. Locais com crianças e locais sem crianças. Prédios, conjuntos de apartamentos com crianças e sem crianças e sem seus pais chatos também. Na América do Norte e na Europa existem milhares e milhares de prédios, villages e condomínios onde os moradores não têm crianças. Isso é civilização. Quem gosta de algazarra de menino mora aqui e ali. Quem não suporta mora acolá. E todos se respeitam e todos vivem bem.
Nada contra as criancinhas. Mas quem pariu mateus que o embale. Quero ter direito a ter paz. Sei, podem me xingar. Depois vocês concordarão comigo.

BRIC - tudo nos separa, quase nada nos une.



Singh (Índia), Medvedev (Rússia), Jintao (China) e Lula (Brasil): colocando as profundas diferenças em dia

tOnY PaCHecO

Amanhã, em Ekaterimburgo, na Rússia, haverá a reunião dos governantes dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), grupo ideal criado em 2001 em relatório da Goldman Sachs, especialista americana em análise de investimentos.
A maioria dos analistas brasileiros de política internacional vê o 16 de junho de 2009 como um dia histórico que vai marcar a virada do mundo do unilateralismo comandado pelos EUA, para o multilateralismo, isto é, um mundo novo em que nenhum país poderá mais se dizer dono do mundo.
Infelizmente, as análises estão eivadas da vontade petista de que o mundo seja aquele que se deseja e não aquele que existe na realidade.
Os BRIC poderão ser (já são, na verdade) importantes atores no cenário econômico internacional, afinal a China é hoje a segunda maior economia do mundo, logo após os EUA. A Índia já é a quarta, logo após o Japão, e Brasil e Rússia são as nona e décima economias da Terra, após Alemanha, Reino Unido, França e Itália. Isso é um peso enorme, mas, necessariamente, não dá nenhum sinal concreto da criação do Grupo dos BRIC nem tampouco de um G-4, um novo polo de poder para o enfrentamento com o G-7 capitaneado pelos EUA.
Ao contrário do G-7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), que tem um ideário comum (economias capitalistas de mercado, democracias liberais e com herança cultural mais ou menos comum), os BRIC precisam ser analisados pelas suas imensas disparidades em todos os sentidos.
Vamos analisar um por um os aspectos que impedem qualquer possibilidade de união formal entre os membros do G-4.

ÍNDIA x CHINA
Os dois maiores países do mundo em população (1,1 bilhão x 1,3 bilhão - ou 1,5 segundo alguns analistas - de pessoas) vêm de uma rivalidade de séculos, mas que chegou ao auge em 1962, quando o Exército de Libertação da China simplesmente invadiu e ocupou 20% do estado indiano de Jammu & Cachemira (Akhsai Chin) e, de quebra, ainda invadiu e ocupou a maior parte do estado indiano de Arunachal Pradesh (Xizang do Sul, para os chineses). Foi uma vitória tão acachapante e desmoralizante para a Índia, que a China, em novembro de 1962, depois de 12 meses de escaramuças, resolveu decretar um cessar-fogo unilateral, pois, se continuasse guerreando, faria como Israel fez em 1967 contra os árabes: dominaria todo o norte indiano como os judeus dominariam Egito, Síria e Jordânia... se quisessem.
A China está lá, firme e forte, ocupando territórios da Índia, um país que tem uma população quase do mesmo tamanho da chinesa, mas só dispõe de um terço do território do vizinho.
A partir daí, a Índia passou do discurso terceiro-mundista até chegar à aliança clara com os EUA, porque sabe que a única defesa que tem contra o extraordinário poderio chinês é ter um aliado mais poderoso que a China.
Índia e China, portanto, poderão ter boas relações, ter alguns pontos de convergência, mas jamais se unirão a ponto de formar um bloco comum de poder mundial.
É inviável, improvável e contraproducente para os dois Estados. E Estados não costumam ter amigos e, sim, interesses, e os interesses de Índia e China são totalmente conflitantes.

CHINA x RÚSSIA
Desde que os czares russos começaram a estender o seu país europeu, reunido em torno de Kiev e Moscou, para o leste, ocupando os vastíssimos territórios do norte siberiano e o centro da Ásia (onde hoje estão o Cazaquistão, Turkmenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e Quirguizistão), que historicamente pertenceram à China quando esta era parte do Império Mongol, existe conflito entre Moscou e Pequim.
A partir daí e durante séculos, os dois países disputam o poder na Ásia a ponto de provocar situações hilariantes como a bitola dos trens chineses ser diferente da dos trens russos apenas e tão somente pelo medo que Pequim tinha de ser invadida pelo Exército Vermelho a bordo do Trem Transiberiano (isto está claro no filme recente “Transsiberiano”, com Ben Kingsley).
Depois do fim da União Soviética, em 1991, a China adotou uma agressiva política de aproximação com as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central e, não por acaso, o Grupo de Xangai também se reúne esta semana em Ekaterimburgo, mostrando que a reunião do G-4 é apenas “perfumaria”.

O PAPEL DO BRASIL
China e Índia desejam, para o Brasil do futuro, o papel de país fornecedor de “commodities”, isto é, querem voltar ao colonialismo do séc. XVI, quando foi a vez de as nações européias transformarem boa parte do planeta em fornecedor de ouro e outros produtos naturais para as nascentes potências do Velho Mundo.
Neste novo mundo multipolar, a Índia quer reservar para si o papel de fornecedora de serviços e tecnologia, principalmente na área de Informática, terreno no qual já mostra liderança mundial.
A China quer ser o grande polo industrial do planeta e já o é, pela sua mão-de-obra que nem pode ser chamada de barata, é miserável mesmo, pois com 100 reais por mês contrata-se mão-de-obra especializada neste ocenano de gente com um bilhão e quinhentos milhões de habitantes.
A Rússia tem reservas de petróleo e gás de fazer inveja aos xeques do Oriente Médio e seu destino econômico nas próximas décadas está claramente destinado a ser isso: fornecedor de petróleo e produtos petroquímicos.
Ao Brasil seria reservado o papel de plantador de soja e criador de gado, além de poço sem fundo da extração de minério-de-ferro e outras riquezas minerais. Sem dúvida alguma, o pior de todos os papéis, pois o comprador, neste tipo de mercado, praticamente impõe os preços, não permitindo ao país vendedor muita margem de manobra.
Num quadro semelhante, não se vê o quê o Brasil pode esperar destes inconvenientes companheiros de viagem do BRIC.

O CONSELHO DE SEGURANÇA
Outro equívoco de análise eivada de petismo é achar que assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas pode ser conseguido com apoio de China, Rússia e Índia.
Os dois primeiros países já são membros e não desejam a ampliação do colegiado, pois ampliar o poder de veto dos membros do CS-ONU significa praticamente a diluição do privilégio, tornando-o irrelevante.
A Índia deseja ser membro do CS porque tem poder nuclear e um exército moderno e poderoso (agora, depois da derrota de 1962 para a China). EUA e Rússia ajudariam a Índia a ser membro para poder conter o poderio chinês.
Agora, o Brasil não tem armamentos atômicos, tem Forças Armadas sucateadas onde falta até munição para treino de seu contingente. Que segurança podemos oferecer ao mundo?
O Conselho de Segurança da ONU foi montado para impedir que interesses de países pequenos com assento nas Nações Unidas superassem os interesses dos países que tinham o poder efetivo ao final da Segunda Guerra Mundial. Têm assento no CS os países com poderio nuclear e, principalmente, o poder de mandar suas ogivas atômicas a alvos distantes através de mísses continentais e intercontinentais, que é o caso de EUA, Rússia, China, Reino Unido e França, os cinco membros do Conselho atual.
Paquistão, Índia, Coréia do Norte e Israel têm poder nuclear, mas, com exceção da Coréia do Norte, que persegue o aprimoramento de seus mísseis, os outros não têm como mandar para muito longe os seus artefatos nucleares.
O poder do Conselho está baseado em força militar e não em força política. É isto que os articuladores diplomáticos do governo Lula-PT insistem em não compreender.
Numa análise rigorosa, o Brasil não tem nenhuma razão objetiva para ter assento no Conselho de Segurança, pois seu poder militar é praticamente nenhum.

EKATERIMBURGO
A cidade de Ekaterimburgo (ou Yekaterinburg), a 1.667 km de Moscou (a distância entre Salvador e o Rio) tem um valor simbólico enorme para as reuniões do Grupo de Xangai (China, Rússia e países da Ásia Central) e dos BRIC, que acontecem ali a partir desta terça-feira.
Foi ali que a família imperial russa foi toda fuzilada, em 1918, pelos bolcheviques vitoriosos na Revolução Russa de 1917.
Para os membros do Grupo de Xangai, ela tem o valor simbólico de ser a fronteira entre a Europa e a Ásia, por estar na região dos Montes Urais, que dividem os dois continentes.
Finalmente, é a cidade de nascimento de Boris Yeltsin, o primeiro presidente russo pós-comunista, que selou o fim da União Soviética.
Vai ser o palco de muito trabalho para o Grupo de Xangai e um excelente passeio primaveril para Lula, Jintao, Singh e Medvedev.

domingo, 14 de junho de 2009

Por que detesto Lula

Alex Ferraz

As decepções começaram com Fernando Henrique Cardoso.Embora sendo eu já escolado no anarquismo e cônscio de que não há governo que preste, pensei que com FHC, um intelectual que chegou a exilar-se na ditadura militar (exílio que é sempre ponto positivo no currículo de qualquer um)e panfletou junto com Lula nas portas de fábricas do ABC paulista, no reinício das greves, as coisas seriam um pouco diferentes. Afinal, era um intelectual com vestígios de pensamento socialista.

Bobagem minha! FHC revelou-se o autêntico ponta de lança do neoliberalismo no Brasil, vendeu as estatais a preço de banana, debochou dos aposentados, uma merda total (menos para ele, que, dizem as más línguas, teria saído da Presidência com um caixa pessoal em torno de R$ 2 bilhões - mas eu NÃO ACREDITO NISSO!).

Aguentamos dois mandatos desse sujeito,até porque ele armou um esquema tipo o mesalão de Lula para conseguir a reeleição.

E aí veio Lula. Nos braços do povo, venerado, em prantos no discurso da vitória, na Avenida Paulita, jurando que nenhum brasileiro ficaria mais sem ter um prato de comida na mesa no seu governo, que iria criar dez milhões de empregos, melhorar a saúde pública e dar um jeito na segurança pública.

Hoje, passados quase oito anos, depois de escândalos monumentais envolvendo os mensaleiros e até um próprio filho dele, Lulinha, rapaz que fez fortuna milionária da noite para o dia, Lula revela-se mais uma terrível farsa.

Eu também tinha acreditado nele. Fiz até campanha. E é por isso que o detesto, junto com sua gangue.

À beira do fim do segundo mandato,louco para mexer na Constituição para ficar mais quatro anos seguidos (embora, cinicamente, desminta isso a todo momento, enquanto orienta seus deputados e senadores a manobrarem pela mudança constitucional), Lula está deixando (se é que vai largar o osso!) uma herança terrível: dezenas de milhões de pessoas viciadas na esmola oficial do Bolsa Família, outros milhões passando fome e que, depois de oito anos, continuam a pedir comida em porta de bares e resturantes; uma saúde pública de fazer corar de vergonha um haitiano e uma segurança pública que dispensa adjetivos, pois suas forças viraram uma ameaça contra pobres e pretos, enquanto as autoridades do tráfico vivem no bem bom, intocadas, salvo um ou outro chefinho preso para dar satisfação à imprensa.

Lula liquidou com os movimentos populares, já que, em vez dos 10 milhões de empregos para o povo, crou quase cem mil para seus apaniguados, incluindo aí chefes de sindicatos, além de encher a UNE de dinheiro para calar também os estudantes. Abarrotou os cofres dos bancos (são os que mais dão lucro no mundo, os do Brasil)e manteve no poder, como aliados seus, os mais vis representantes da corrupção e baderna com com a coisa pública deste país (vide José Sarney, Renan Calheiros e Collor de Mello, para não falar no milagreiro da ditadura militar chamado Delfim Neto e nos afagos que o presidente recebe de Paulo Maluf).

Falam algums coisas nas quais eu não acredito, apesar de toda a decepção que tenho em relação a Lula. Dizem, os perversos da "zelite", que o presidente já teria amealhado uma fortuna semelhante ou maior que a de FHC (parece que a média, nesses casos, gira em torno de R$2 bilhões) e que seu filho seria sócio de fazendas milionárias com o banqueiro Daniel Dantas. Acho isso uma perversidade da oposição, geeeente!

Pois aí está o quadro. E querem saber? A mim pouco importa quem será o próximo presidente da República, se houver outro nos snos que vem. Só tenho agora uma certeza: o povo brasileiro continuará estúpido, alienado, miserável, dependente das esmolas oficiais, cooptado por todas as igrejas(todas são safadas e sabem que quanto mais pobres desinformados houver, mas "fiéis" elas terão),lutando para comer um naco de pão,fabricando filho todo ano (incentivado pelas novelas bestiais da Globo, que mostram o ato de parir como algo "abençoado", "lindo", sem alertar que isso só se aplica à diminuta parcela que ganha bem neste país, e olhe lá!), morrendo nas filas cruéis do que restou dos hospitais públicos, dizimado pela dengue, meningite e febre amarela e, alguns, estudando em escolas técnicas cuja única função é formar mão de obra para que os capitalistas ganhem ainda mais dinheiro.

Nada disso vai mudar.

A menos que esse povo tomasse consciência e fosse às ruas bradar nas portas dos palácios de governo, fazer greves gerais, exigir seus direitos. Mas o milagre brasileiro já acabou. Ou melhor, nunca existiu.

sábado, 13 de junho de 2009

O Brasil e o dia em que Deus criou o mundo



Criação do mundo por Leonardo DaVinci

toNy PAchecO

Diante do entusiasmo deste povo rico e culto pela Copa do Mundo e da aprovação do governo Lula/PT por estratosféricos 80%, um amigo ex-oficial do Exército (ele deu baixa, porque, segundo suas palavras, “não aguento tanta burrice”) contou-me a seguinte piada:
“Deus chamou os anjos para criar o mundo e aí os anjos trouxeram um globo terrestre para a distribuição das bondades e das maldades (risos) sobre o planeta.
E Deus disse – aqui, nesta gigantesca península, que vai se chamar Europa, eu colocarei povos trabalhadores, voltados para a Ciência e a Cultura, tão engenhosos que vão, um dia, conquistar todo o planeta. Pra contrabalançar, vou colocar sutis diferenças entre estes povos, para que eles vivam em guerra até fazerem uma que quase extermine todos eles e, aí, eles voltem a viver em paz. Para depois voltarem a brigar novamente.
Já, aqui, onde no futuro se chamará Rússia, farei o maior país do mundo. Vou colocar um povo guerreiro e de uma tenacidade sem par. Mas, para contrabalançar o tamanho do país, vou meter gelo, gelo e mais gelo em dois terços do território e um pouquinho de gelo no terço restante. Com tanto gelo, o povo terá que ficar bebendo todo o tempo e o espírito guerreiro ficará amaciado.
Os anjos começaram a olhar de ladinho para o seu Deus...
E prosseguiu o Altíssimo – aqui, onde, no futuro, vai se chamar América e Canadá, colocarei pradarias férteis onde se plantarão grãos e se criará o gado. Um destes países vai dominar o mundo no futuro. Para equilibrar, vou colocar vulcões, terremotos, maremotos e muitos, mais muitos furacões mesmo, para não dar paz a esta gente.
E os anjos acharam que Deus até que estava equilibrando bem a coisa e perguntaram, "e aqui, Deus, abaixo dos Estados Unidos da América?"
E Deus disse – ah, deste pedaço aqui eu gosto. Vou colocar aqui umas árvores que vão dar uma tinta vermelha que vai tingir os panos e ficar todo mundo colorido, só alegria. Vou chamar de Brasil. Vou colocar um litoral gigante com um mar azul de águas mornas. Vou botar praias de areia fina, gostosa de se recostar e tomar um sol que vai brilhar a maior parte do ano. Não vou deixar ter furacão, terremoto, maremoto ou vulcão: a terra e o mar aqui serão calmos. Falar em terra, vou colocar a maior quantidade de terra arável do mundo. Tão arável que jogando uma semente no chão ela vai nascer. Vou botar uma floresta gigante, que vou chamar de Amazônia e a maior parte das criaturas vivas do planeta vão morar aqui. E vou colocar a maior reserva de água potável do mundo: o país terá tanta água que poderá usá-la também para produzir energia. No subssolo vou colocar petróleo, ouro, prata, ferro, urânio e todo tipo de minerais para enriquecer o país.
Aí os anjos se injuriaram – "Venha cá, “seu” Deus, que negócio é esse? Este tal de Brasil vai ter tudo do bom e do melhor. Isso não é justo. Não sobrou nada de tão mal que possa contrabalançar tanta riqueza e tanto bem-estar..."
E aí o Onipotente, em sua infinita sabedoria, determinou – vou colocar uma quadrilha de políticos para administrar tudo isso e um povinho de merda que com tudo de bom que terão eles não vão conseguir fazer porra nenhuma com o país deles: vai ser miséria e tiroteio pra todo lado.
E os anjos deram os seus sorrisos angelicais de satisfação e assentimento...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A infinita capacidade humana de se iludir


A ilusão dos que querem crer

Ricardo Líper

As pessoas só acreditam no que querem.
Principalmente quando estão ganhando dinheiro, pompa e poder no que fazem. Assim sendo, o santo acredita que está servindo a Deus e acabando com a miséria apanhando mendigos na rua. Embora lhe digam que a miséria é social e pouca caridade pouco adianta, ele, no seu delírio, não acredita e acha que ele, o santo, está acabando com a miséria. O delírio não é apenas dos santos. Ex-comunistas que foram salvos de serem carrascos intransigentes porque não tomaram o poder por aqui acreditam que, agora, no poder, estão construindo o socialismo. Não adianta lhes dizer que apenas estão fazendo um governo igual aos outros com a pouca diferença que as elites que agora comandam vieram de classes médias outrora condenadas a um salariozinho apertado. Podem fazer alguma coisa no sentido de uma melhor distribuição de renda, mas até agora o que se vê são ações muito tímidas nesse sentido e muito populismo. Bem, mas as ilusões servem para os embalar nos milagres que querem nos fazer crer que estão ocorrendo. Mas abra a janela e veja nosso povo vestido de trapos. Nossas professorinhas indo dar aulas com sandálias de plástico e roupas compradas em liquidação. Mas, acredita neles, além deles mesmos, quem quer. Delírio não é realidade. Eis a questão.

O povo brasileiro merece



Eis o "Verdão", que será feito em Cuiabá com o dinheiro que seria para escolas

tONy PAChecO

Tem aquele ditado: “Todo castigo pra corno é pouco”. Isto se aplica a este negócio de Copa do Mundo. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, jurou que a FIFA não queria que dinheiro público fosse usado para fazer ou reformar estádios de futebol num País, como o Brasil, sem escolas, sem saúde, sem Polícia, sem estradas. E Cuiabá, a capital do lenhado estado de Mato Grosso, acaba de anunciar que vai construir o estádio para a Copa TOTALMENTE COM DINHEIRO PÚBLICO. Por enquanto, anunciam R$400 milhões com o estádio. Mas, claro, como no Rio de Janeiro, na época dos Jogos Panamericanos, quando a roubalheira começar, isso aí pode ser multiplicado por 2, 3 ou, quem sabe?, quatro. E quem promete é o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos. E ele não é do PT e, sim, do PSDB, que, como se vê, é apenas parte da sopa de letrinhas que é a política no Brasil, pois a ideologia dominante é a mesma: vamos imbecilizar este povo de idiotas que ele esquece que é pobre, sem educação, sem segurança, sem saúde, sem nada.
Vamos vigiar e ver por aqui o que o governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador vão dizer, pois estão, os dois, junto com o Governo Federal, há 10 anos tentando concluir um metrô de 6 km e até hoje não conseguiram botar os trens nos trilhos. Vão construir uma nova Fonte Nova e remodelar o Barradão e Pituaçu em quatro anos, com dinheiro da iniciativa privada, sem meter dinheiro público nisso?
Vamos ver.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Cuba vai voltar à OEA. E daí?



Como a URSS acabou, agora é Chávez o novo dono de Cuba



Fidel sela com Kruschev a submissão de Cuba à URSS


tONy PaCHeCo


O noticiário da semana passada foi centrado na explosão do Airbus da Air France/KLM, mas ganhou um diferencial quando a OEA achou de permitir a reintegração de Cuba ao organismo interamericano.
E tome-lhe comentário de gente que não entende nada de geopolítica, de ideologia nem nada, e outros que por interesses escusos dão a Cuba uma importância que Cuba, definitivamente, não tem.
Cuba é uma invenção americana. Quem foi meu aluno de História no Colégio Hugo Baltazar sabe disso: os cubanos tentaram ser independentes da Espanha no final do século XIX, sob a liderança de José Martí, mas voltaram a ser colônia espanhola. Na época, Cuba tinha relevância econômica internacional, pois produzia um terço de todo o açúcar de cana consumido no mundo. Somente em 1902, no entanto, conseguiram independência real de Madrid, quando os EUA resolveram conceder independência sob controle, pois os americanos entraram em guerra contra a Espanha em 1898 e tomaram-lhe Cuba e Filipinas. Colonizaram Havana até 1902 e colocaram um governo fantoche sob vigilância.
Em 1933, um sargento do Exército cubano, Fulgêncio Batista, tornou-se a eminência parda que mandava em Cuba, sob proteção americana, e chegou a presidente de 1940 a 1944. Em 1952, Batista tornou-se ditador. Aí começam as guerrilhas de resistência a Batista, até que em primeiro de janeiro de 1959, Fidel Castro e seus companheiros entram em Havana e acabam com o regime ditatorial e começam a sua própria ditadura, que se alia à então União Soviética em 1961, quando do rompimento formal com os EUA. Em 1962, a URSS tenta construir plataformas de mísseis atômicos para atingir os americanos de perto e quase o mundo vai a uma guerra nuclear total nos governos Kennedy (EUA) e Kruschev (URSS). É nesta época que Cuba foi expulsa da OEA, que agora abre-lhe as portas novamente.

IRRELEVÂNCIA TOTAL

Cuba deixou de ser relevante para o mundo no final do séc. XIX, pois foi perdendo, aos poucos, a primazia no fornecimento de açúcar de cana e no séc. XX esta primazia esfumaçou.
A salvação de Cuba foi tornar-se um polo de discórdia entre os protagonistas da Guerra Fria (EUA e URSS). Os soviéticos (russos) enfiaram dinheiro na ilha a fundo perdido, permitindo que Fidel Castro montasse uma ditadura-modelo em termos de educação e saúde. Mas só isso. E ao custo de milhares de fuzilamentos sumários e boa parte da população tendo fugido para os EUA e outros países.
Quando a União Soviética acabou, em 1991, Cuba quase acaba junto, com milhares de seus melhores habitantes se lançando ao mar e a pobreza se alastrando.
Mas, como Fidel tem aquilo lá virado pra Lua, surgiu na Venezuela o coronel Chávez que passou a fazer o papel da URSS a partir de 1999, vendendo a Havana 100 mil barris de petróleo por dia, a preço subsidiado; contratando 20 mil médicos cubanos que passam a trabalhar a peso de ouro na Venezuela; contratando a Operação Milagre, pela qual milhares de latino-americanos são enviados a Cuba para fazer operações nos olhos, tudo pago pelo petróleo venezuelano; manutenção de milhares de estudantes venezuelanos em universidades cubanas (tudo pago por Caracas); e, para mostrar que Chávez é bonzinho, mas não é besta, assinatura de contratos para que a Venezuela retire petróleo da plataforma marítima cubana, além de explorar níquel e outros minérios em terra. Quer dizer, desconfie quando a esmola é demais...
Aí, Cuba voltou a crescer 5% ao ano, mais que o Brasil. Mas deixou de ser colônia americana e, depois, soviética, para se tornar colônia venezuelana.
É um destino atroz para os 11 milhões de habitantes de um país que é do tamanho de Pernambuco e está entre os mais pobres do mundo.
Por isso mesmo, se vai voltar ou não à OEA, isso não interessa a mais ninguém, a não ser a alguns garotinhos tirados a comunistas que ainda existem aqui no Brasil e outros países lenhados da América Latrina.