Pela primeira vez no cinema, sexo com o mesmo sexo foi natural
Ricardo Líper
Corra que, aqui em Salvador, os filmes bons, quando são exibidos, saem rápido de cartaz. Pode ser que "Milk" ainda vá chamar a atenção pelos beijos que Sean Penn dá em um outro ator, galã de filmes para adolescentes. O povo ainda acha alguma coisa do outro mundo dois homens se beijando. Fico pasmo como somos bestas. Em pouco tempo riremos muito dessa época em que isso era um grande escândalo. O mais importante em "Milk" não são os beijos nem a vida amorosa dos personagens, mas o enfrentamento da intolerância e a defesa do direito democrático primário de qualquer pessoa escolher quem vai beijar, amar, conviver sem maiores constrangimentos.
Aliás, pela primeira vez, se vê isso no cinema com absoluta naturalidade, porque a luta pela cidadania de quem ama o mesmo sexo é o grande tema de "Milk". As cenas de carícias entre os personagens tornam-se tão naturais que dificilmente chocam quem está vendo o filme. Conseguiram que não fosse a grande razão de ser do filme. O diretor Gus Van Sant, devido a isso, merece um grande louvor. Toda a vida amorosa dos personagens é tão natural e esperada que fica em um segundo plano e a intolerância é o grande tema do filme. Não percam.
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