Tony Pacheco
No alvorecer deste ano de 2009, acharam de mudar o nome do Largo de Roma, que ostentava esta denominação desde o século XVIII, para Praça Irmã Dulce.
Não vou entrar, aqui, no mérito de esta falecida senhora ser uma santa (como muitos querem). Respeito, demais até, todas as confissões religiosas.
O que quero colocar em discussão é esta incrível mania das "ôtoridades" de renomear os logradouros sem que a população seja consultada. Ignora-se a história da cidade, a história dos seus habitantes, numa desfaçatez que irrita.
Em primeiro lugar, acho que ruas deviam levar números, como em Nova York. Mas, mesmo que alguém quisesse colocar nomes, estes jamais deveriam ser de personalidades, vivas ou mortas, pois esta atitude atende sempre a interesses estranhos aos das comunidades que habitam tais logradouros. Veja o internauta que há em Periperi uma Praça da Revolução, que homenageia a ditadura militar que matou tantos líderes populares e perseguiu outros, como o nosso presidente Lula ou sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. É ou não é um absurdo?
Mas, como não é possível, ainda, editar uma lei obrigando a numerar as ruas, em vez de nomeá-las, o que sugiro é que um vereador tome a frente de um projeto de lei que proíba a mudança de nome nas ruas de Salvador, a bem de o serviço de entregas postais funcionar a contento e as pessoas não ficarem baratinadas com as mudanças sem sentido que alteram suas vidas.
Prefeito ou vereador que quisesse homenagear alguém, teria que fazê-lo em um loteamento recém-implantado ou em nova rua, avenida ou praça a serem inauguradas.
LARGO DE ROMA
E nem me acusem de ateísmo porque quero a volta do nome de Largo de Roma. Este nome está ligado também à religiosidade católica, já que foi assim adotado em homenagem a uma capela que existia entre o atual largo e o mar. Capela dedicada a ninguém menos que Nossa Senhora de Roma, ou seja, em última instância, homenagem à Mãe de Jesus Cristo.
Então, por que deixar de homenagear a Mãe de Jesus para homenagear uma beata? Até em termos de hierarquia católica, Nossa Senhora está acima de Irmã Dulce. Mesmo se o Vaticano transformar a falecida freira em santa, ainda assim, a primazia é da Mãe de Cristo.
Ou não?
Por outro lado, no Largo de Roma está viva toda uma tradição cultural nascida com o antigo Cine-Teatro Roma, um local que viu despontar carreiras musicais tão esplêndidas para a história da arte na Bahia como a de Raul Seixas.
Fecharam o teatro pra fazer uma capela (outro "culturicídio", fecham cinemas para fazer templos) e, não satisfeitos, ainda mudam o nome da praça.
Em Feira de Santana os vereadores católicos e evangélicos também pegaram a mania soteropolitana de mudar nome de rua. Só que lá o alvo foi a religião dos orixás. Substituíram nomes como Xangô, Ogum, entre outros, por santos católicos ou termos evangélicos.
Felizmente, o vereador Renildo Brito tomou a luta para si e já está com um projeto de lei que proíbe tais mudanças em Feira.
Esperemos que em Salvador algum vereador se destaque no oceano de marasmo e tome iniciativa semelhante.
No alvorecer deste ano de 2009, acharam de mudar o nome do Largo de Roma, que ostentava esta denominação desde o século XVIII, para Praça Irmã Dulce.
Não vou entrar, aqui, no mérito de esta falecida senhora ser uma santa (como muitos querem). Respeito, demais até, todas as confissões religiosas.
O que quero colocar em discussão é esta incrível mania das "ôtoridades" de renomear os logradouros sem que a população seja consultada. Ignora-se a história da cidade, a história dos seus habitantes, numa desfaçatez que irrita.
Em primeiro lugar, acho que ruas deviam levar números, como em Nova York. Mas, mesmo que alguém quisesse colocar nomes, estes jamais deveriam ser de personalidades, vivas ou mortas, pois esta atitude atende sempre a interesses estranhos aos das comunidades que habitam tais logradouros. Veja o internauta que há em Periperi uma Praça da Revolução, que homenageia a ditadura militar que matou tantos líderes populares e perseguiu outros, como o nosso presidente Lula ou sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. É ou não é um absurdo?
Mas, como não é possível, ainda, editar uma lei obrigando a numerar as ruas, em vez de nomeá-las, o que sugiro é que um vereador tome a frente de um projeto de lei que proíba a mudança de nome nas ruas de Salvador, a bem de o serviço de entregas postais funcionar a contento e as pessoas não ficarem baratinadas com as mudanças sem sentido que alteram suas vidas.
Prefeito ou vereador que quisesse homenagear alguém, teria que fazê-lo em um loteamento recém-implantado ou em nova rua, avenida ou praça a serem inauguradas.
LARGO DE ROMA
E nem me acusem de ateísmo porque quero a volta do nome de Largo de Roma. Este nome está ligado também à religiosidade católica, já que foi assim adotado em homenagem a uma capela que existia entre o atual largo e o mar. Capela dedicada a ninguém menos que Nossa Senhora de Roma, ou seja, em última instância, homenagem à Mãe de Jesus Cristo.
Então, por que deixar de homenagear a Mãe de Jesus para homenagear uma beata? Até em termos de hierarquia católica, Nossa Senhora está acima de Irmã Dulce. Mesmo se o Vaticano transformar a falecida freira em santa, ainda assim, a primazia é da Mãe de Cristo.
Ou não?
Por outro lado, no Largo de Roma está viva toda uma tradição cultural nascida com o antigo Cine-Teatro Roma, um local que viu despontar carreiras musicais tão esplêndidas para a história da arte na Bahia como a de Raul Seixas.
Fecharam o teatro pra fazer uma capela (outro "culturicídio", fecham cinemas para fazer templos) e, não satisfeitos, ainda mudam o nome da praça.
Em Feira de Santana os vereadores católicos e evangélicos também pegaram a mania soteropolitana de mudar nome de rua. Só que lá o alvo foi a religião dos orixás. Substituíram nomes como Xangô, Ogum, entre outros, por santos católicos ou termos evangélicos.
Felizmente, o vereador Renildo Brito tomou a luta para si e já está com um projeto de lei que proíbe tais mudanças em Feira.
Esperemos que em Salvador algum vereador se destaque no oceano de marasmo e tome iniciativa semelhante.
O interesanta na reforma da eferida praça foi o destino dado ao viveiro que tinha ali, virou ponto de encontro da Guarda Municipal!!
ResponderExcluirBravo, também sou por um projeto que não se mude nome de rua sobretudo nesses tempos de demagogia.
ResponderExcluirHá um caso ainda pior: A Ponta do Humaitá, rua Santa Rita Durão - do frei e poeta, etc. - quando da mudança das placas, há una 8 anos atras os fdp colocaram... ruia da Boa Viagem!!! Pode? por simples, inescrupuloso e leviano gesto uma rua foi rebatizada!!! PQP!
Realmente, nós cidadãos somos desrespeitados descaradamente todos os santos dias. Que tipo de política é essa? Demoraram mais de um ano para reformar a bendita praça(o que nos deu um imenso transtorno) e só entregaram próximo à eleição visando ganhar votos.Pra quê mudar o nome da praça??? Estava feio??? Ou vossa senhoria mudou o nome da praça para lembrarmos que um dia gastou um tostãozinho furado fingindo que se preocupa com o bem estar da população da cidade baixa e ganhar VOTOS??? Porquê não mudaste o nome da AV.CENTENÁRIO que ficou tão bela e entregue em tão pouco tempo??? Não mudaram o nome pois a população importante da BARRA e adjacências fariam um enorme protesto e não isso não seria bom. Mas já que a população da cidade baixa não tem ao menos uma associação de moradores e é tão pobre e ingênua vamos botar pra FUDER nesses idiotas e ganhar mérito eterno... Blá blá blá blá... poderia perder o dia todo a escrever as atrocidades que somos forçados a engolir todos os dias, mas, como sei que não vai adiantar porra nenhuma mesmo encerro meu comentário por aqui.
ResponderExcluirdaqui a pouco vai se chamar praça Santa irmã dulce.
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