terça-feira, 31 de março de 2009

Oportunismo

Antes ninguém queria ser veado nas telas, agora todo mundo quer

Ricardo Líper

Depois que alguns atores fizeram sucesso fazendo papeis de veados (vou usar essa palavra porque oportunismo é coisa de gente baixa), virou moda. Depois eles aparecem ao lado de mulheres e ficam dizendo que só beijaram outro homem no filme e não gostaram etc.
Travestis e transexuais são, em geral, interpretados por mulheres. Será que não existem travestis que possam interpretar transexuais no cinema, teatro ou TV? E homens que fazem sexo com homens e mulheres que fazem sexo com mulheres que possam interpretar personagens com o mesmo hábito?
Lembremos que houve um tempo em que os homens faziam personagens femininos porque mulheres não podiam subir ao palco? Que brancos se pintavam de negros para representar os negros? Sim, um ator pode representar até um esquilo. Mas, nesse caso de interpretar uma característica tão específica de um personagem, não é melhor procurar um que não saia depois dizendo que está apenas atuando como se tivesse medo de ser confundido com o personagem? Que coisa chata isso.

domingo, 29 de março de 2009

Maradona e Pelé. Ricos, famosos, mas chatos e preconceituosos.

Maradona e Pelé não são bons exemplos

Tony Pacheco

Veja bem: Pelé sugere que por ter Maradona cheirado várias durante a vida, ele não seria um bom exemplo para os jovens. Aí Maradona revida dizendo que a iniciação sexual de Pelé se deu com outro homem e não com uma mulher.
E eu pergunto: o quê que homens tão velhos e tão ricos querem com esta superexposição de suas idiossincrasias? Por que esta obsessão com os holofotes? Esta vontade de estar na mídia mesmo que seja para ser execrado em praça pública?
Isto é doença, senhores, e os senhores deveriam procurar ajuda especializada.
Nem Pelé tem nada a ver com os vícios de Maradona, nem Maradona tampouco tem nada a ver com a iniciação sexual de Pelé ter sido com homem. E se foi? Que mal há nisso?
O comportamento destes dois velhinhos não é um bom exemplo para a juventude. Nisso Pelé estava certo, só que ele não se incluiu entre os que têm comportamento execrável e, no caso dele, é de se meter na vida alheia.
Larga a vida de Quelé, seu Pelé!


A hora de avançar a luta

T.P.

Vejo na mídia que está todo mundo injuriado (menos a revista “Veja” e o “Estadão”, claro) com o presidente Lula por ele defender que os trabalhadores não lutem por aumentos salariais neste momento de crise financeira internacional.
Eu não estranho nada. Lula nunca teve formação socialista. Ele sequer tem conhecimento das teorias revolucionárias. Não é por maldade, é por ignorância mesmo. Quer dizer, no início era ignorância, agora ele quer é o dele e o resto que se lasque.
Qualquer estudante de Sociologia sabe que é nos momentos de crise do capitalismo que o trabalhador deve se organizar e exigir tudo.
Todos os grandes avanços das classes trabalhadoras, como a jornada de 40 horas semanais, por exemplo, foram conseguidos quando os capitalistas estavam fragilizados.
Portanto, se há, ainda (não acredito muito mais não...), líder sindical honesto neste País de m..., esta é a hora de exigir tudo: aumento de salário, diminuição da jornada para 30 horas semanais (assim se gera mais emprego ou, pelo menos, se estancam as demissões), planos de saúde de primeira linha etc. e tal.
O princípio que deve nortear a ação das classes trabalhadoras é simples e caceteiro: quando o mundo passou por 20 anos de crescimento e orgia financeira, nenhum capitalista cedeu um centavo dos seus lucros para seus empregados.
Se não dividem lucros, não queiram, portanto, dividir prejuízos. Se tiverem que ir à falência, que vão à falência e os trabalhadores passam a gerir os negócios.

Quem vai pagar o pato tem olhos pretos

T.P.

Nosso presidente da República é completamente sem noção. O aviso a Gordon Brown de que foram “os brancos de olhos azuis” que provocaram a atual crise do capitalismo, é pura bravata às vésperas da reunião do G20.
O recado é para nós, da classe média brasileira, que já estamos sendo inculpados pela crise local.
Vejam os internautas que o governo da Bahia, por exemplo, está ameaçando aumentar a água da classe média em 69% para poder manter baixo o valor da conta das classes populares que têm, obviamente, 10 vezes mais eleitores.
Vocês vão ver, o presidente Lula, ao falar de “brancos de olhos azuis”, mandou um recado não para os europeus e, sim, para os brasileiros que ganham acima de R$3 mil ou pouco mais por mês, o que, num país miserável como o nosso, já é “classe média”. A classe média vai “chimbar”. De novo.
Todos veremos as alíquotas dos impostos subirem como rojões de festa de réveillon. Tudo para manter os programas assistencialistas para a massa pobre, que é estimulada a produzir crianças, o que significa, mais gado eleitoral no curral do governo. Nós vamos pagar esta conta. De novo.

Sistema ridículo

T.P.

A democracia brasileira tem coisas tão ridículas quanto a americana. Lá, é possível a um governador de estado até vender a cadeira de um senador da República.
Aqui, tem o esquema dos suplentes.
O povo de São Paulo deu ao falecido Clodovil Hernandes uma das maiores votações da história do País. No entanto, ele morreu e vai assumir no lugar dele o suplente que é coronel da PM e, pelas declarações dadas até agora, é a antítese do pensamento do morto.
Quer dizer, ele não estará representando nenhum dos eleitores que votaram em Clodovil.
A democracia brasileira é ou não é tragicômica?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Fora com os censores!

E tem gente que não aprende


Alex Ferraz
O ministro da "Justiça", Tarso Genro, aquele mesmo que deu abrigo no Brasil a um criminoso condenado na Itália por vários assassinatos, está querendo censurar totalmente a internet no Brasil. Poderemos virar uma ditadura tipo a China, onde cerca de 60 mil pessoas trabalham exclusivamente para censurar a rede mundial de comunicação, único instrumento de mídia totalmente livre que ainda temos.
É uma vergonha para nosso país ter gente com tais idéias no poder. Um retrocesso. Estão agindo como os militares agiriam se ainda estivessem governando.
Mas não me surpreendem. Lula e sua turma sempre tiveram uma sanha censória assustadora, sombria. Logo no ínício do primeiro mandato, o presidente e seus asseclas tentaram censurar a imprensa (no que foram incrivelmente apoiados pela Federação Nacional de Jornalismo), através do Conselho Federal de Jornalismo. Depois, veio a tentativa de censurar a TV. Agora, tentam calar a internet.
Olha, nem me interessa mais quem virá no lugar desta turma obscurantista que aí está, mas rezo para que esse povo seja banido de vez do poder nas eleições de 2010.
E vão sair numa boa, pois estão nadando em dinheiro.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Direito de ir e vir? E o direito de viver?

Gostem ou não gostem, trabalhadores de volta às ruas.



Tony Pacheco



Vejo as trapalhadas que os vigilantes estão fazendo no trânsito de Salvador e a primeira coisa que chama a atenção é a cantilena da mídia em torno do direito constitucional de ir e vir.
Sim, num mundo em que em muitos lugares o ser humano ainda tem restrições monumentais a este direito elementar, como na China ou nos países islâmicos (estou falando, só aí, em metade da humanidade), é irritante quando um grupo social invade as ruas para impedir que cheguemos aonde queremos chegar.
Mas, o que os críticos da ocupação das ruas não levam em consideração é que aqueles que estão ali protestando o fazem em busca de um direito maior que o de ir e vir: é o direito a uma vida digna. Querem melhores salários (a empresa de consultoria Deloitte acaba de mostrar que o baiano ganha menos 40% do que um paulista para fazer o mesmo trabalho), querem melhores condições de trabalho, querem equipamentos que defendam a vida deles diante de uma marginalidade cada vez melhor armada, que suas empresas de segurança os amparem em caso de conflito com a marginalidade e, em caso de morte, que suas famílias sejam amparadas.
Se isso tudo for debatido apenas entre quatro paredes, os patrões não se sentirão intimidados e não cederão banana de nada aos trabalhadores.

HISTÓRIA DE LUTAS

Aquele que, hoje, critica o engarrafamento de trânsito, pois chegou tarde ao trabalho, à escola ou ao encontro amoroso, será o mesmo que, amanhã, terá que ocupar as ruas também para fazer valer suas demandas por uma vida melhor.
As pessoas precisam compreender que vivem num mundo injusto, onde uma minoria com alto sentido de classe se une para explorar a maioria, que é a classe trabalhadora. Esta luta vem desde os primórdios do capitalismo, no século XVIII, mas pode avançar ainda mais na história, quando o primeiro homem esperto escravizou seus vizinhos na Suméria. Ou mais longe ainda, como querem as feministas, quando o primeiro homem usou a sua compleição física avantajada para colocar um séquito de mulheres para trabalhar para ele na Idade da Pedra e que o fazem ainda nos países islâmicos ou na Índia.
Esta é a história da luta dos seres humanos oprimidos, a maioria, contra os opressores. E não vai parar porque fulaninho quer chegar ao shopping e fulaninha quer dar um beijo no namorado.
A luta irá às ruas, sim, para chamar a atenção de todos para as condições humilhantes das classes trabalhadoras. E, agora, que o capitalismo dá o seu maior tropeção em mais de dois séculos, é hora de ir à luta nas ruas, mesmo que centrais pelegas como CUT, Força Sindical e outras manipuladas por partidos políticos ex-esquerdistas tentem conter a luta por melhores condições de trabalho.
A luta é pela vida. Uma vida digna. Ninguém pode segurar isso. E quem ficar na frente será atropelado.
Quem está no volante do seu carrinho com ar condicionado, muita calma nesta hora. Quem está no ônibus, amanhã pode ser o seu dia de estar na passeata...

Salvador City e o 3D

O filme foi exibido aqui mas sem o efeito de terceira dimensão


Ricardo Líper

Salvador seria a cidade mais engraçada do mundo se não fosse um lugar de muita dor. Salvador, Salvador, estou fazendo uma musiquinha, terra de muita dor. Não é só a miséria, a violência generalizada, a dengue e outras doenças. Até em pequenas coisas, banalidades até, ela é perversa, desorganizada, mal administrada. Uma bobagem como a exibição de cinema. Os baianos não merecem, assim pensam os cinemas e as distribuidoras, verem filmes em 3D. Terceira dimensão. Uma coisa boba, não é? Mas até nisso nos punem. Nos maltratam e fica por isso mesmo. Salvador, Salvador, terra de muita dor. Pum, pum, pum, bam, bam, bam ...

Embraer demite e é premiada

Pois é...




Alex Ferraz


Os ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovaram nesta terça-feira (24) empréstimo de US$ 700 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a empresa de aviação estatal Aerolíneas Argentinas comprar 20 aviões da Embraer.

Eis aí a "pressão" que o governo está fazendo sobre a Embraer para "reagir" à demissão de 4.200 funcionários. Pegar quase R$ 2 bilhões do dinheiro dos impostos que nos arrancam a fórceps para emprestar a outro país, que, por sua vez, vai encher os cofres da empresa brasileira.
É mais uma vez o teatro do Planalto: para a imprensa, diante das câmeras, e nos discursos de palanque, "defesa" radical dos desempregados. Nos bastidores, refém do empresariado, premiando as demissões. Não devemos, jamais, nos esquecer que os líderes sindicais estão todos encastelados em Brasília, muitíssimo bem empregados.
É demais!


GOVERNANDO PARA TOUPEIRAS
É por essas e outras que os governos (e aí falo do atual e seus antecessores, sem qualquer exceção honrosa) não movem uma palha para proporcionar uma educação séria e, consequentemente, abrir as mentes da população, dotando-a de senso crítico. Constróem, sim, centenas de escolas "profissionalizantes", pois querem formar operários, tão somente.
Para governar debochando desse jeito do bom senso e da inteligência dos eleitores, só mesmo tendo um bando de alienados recebendo esmolas oficiais.
Uma vergonha, com licença de Boris Casoy...Mas vergonha que permanecerá, infelizmente, ad infinitum. E vamos votar!

ESPÍRITOS DE PORCO

Por trás de todo governante demagogo, há sempre um marqueteiro. Realmente, esses moços que se intitulam marqueteiros especializaram-se em ajudar governos e candidatos a mentir, engabelar o povo. Consomem horas a fio de suas mentes inegavelmente criativas para bolar estratégias de engabelação. Projetos mirabolantes que sabem que jamais serão executados, siglas bem soantes, escrevem, enfim, a peça que será intepretada pelos poderosos de plantão.
Olha, sempre admirei a publicidade criativa. Tenho mesmo fascínio por ela. No entanto, sinto náuseas diante do marqueteiro político. São de uma crueldade para o povo em nome de quem esrevem os scripts do assessorado!

terça-feira, 24 de março de 2009

Lula no TCA: ambiente perfeito

Teatro Castro Alves






Alex Ferraz

O presidente Lula e o governador Jaques Wagner escolheram, salvo engano pela segunda vez, o palco do Teatro Castro Alves para apresentar projetos mirabolantes para a Bahia e fazer campanha política. Pronto: jamais criticarei os governos petistas por falta de sinceridade. Não haveria lugar mais adequado para o patético teatro em que se transformou o governo Lula, cada vez mais dominado por um "marquetismo" que debocha do bom senso da sociedade.
A tragicomédia dos governos petistas teve um dos melhores palcos do País, quiçá do mundo. Lula prometeu mais R$ 2 bilhões para a Bahia (apesar de ser jornalista e anotar as coisas todos os dias, confesso que perdi a conta de quanto já foi prometido para a Bahia. Deve estar perto da casa do trilhão, sei lá!), fez metáforas patéticas da crise, relacionando-a com gripe e futebol, trocou salamaleques com Wagner, exorbitou na campanha fora de hora e ilegal para Dilma Rousseff e tchau e bênção!
Certamente o palco do TCA já abrigou encenações muito melhores e mais bem produzidas.
Do lado de fora, continua-se a morrer de dengue, a perder emprego, a esmolar nas ruas, a catar resto de comida no lixo dos restaurantes, a matar e morrer por uma pedra de crack, a suar o dia inteiro para "ganhar" R$ 370 líquidos do mínimo, a enfrentar filas desumanas para atendimento médico e a receber bordoadas e tiros da Polícia (aliás, nunca a Polícia matou tanto na Bahia como no governo Wagner, e a secretária de "Justiça", Marília Muricy, não dá um pio!).
Olha, gente, eu, particularmente, estou de saco cheio. Inclusive da cegueira generalizada da população diante do caos.
Mas querem assim? Então, toma!!

domingo, 22 de março de 2009

A esquizofrenia na economia


O chefe mandou e Mantega jogou 45 bi no sistema financeiro. Agora, corta 21 bi de despesas do governo.


Governo Lula mete 45 bilhões na mão dos banqueiros,

mas corta 21 bilhões das despesas do próprio governo.

Tony Pacheco

O presidente Lula saudou o ano-novo dizendo a todos os brasileiros que confiassem na economia do País e que gastassem sem dó nem piedade, pois só assim se alimenta a roda da fortuna que faz girar nossas vidas.
Garantiu-nos, Sua Excelência, que não sentiríamos nada da tsunami econômica que se abateu sobre o mundo. Que aqui seria apenas uma marolinha, uma pequeníssima onda.
O pouco que estudei de Economia na Universidade Federal de Juiz de Fora e na Universidade Federal da Bahia me proporciona o discernimento para afirmar que o presidente está faltando com a verdade. Propositadamente.
No dia 11 de fevereiro escrevi aqui:
“O que as três instâncias de poder no Brasil estão fazendo, portanto, é tornar aguda a crise. Pois se os governos são quem mais compram tudo no mercado, ao promover o "enxugamento" estão, em verdade, engessando a economia e desestimulando os empresários a investir, seja no que for, porque o maior comprador está reticente.
Resumo, enquanto os governos mandam que gastemos para manter a economia andando, eles mesmos paralisam todas as suas iniciativas, fazendo a economia parar.
Ou é esquizofrenia ou é incompetência. Decidam.”
No dia 18 de fevereiro, voltei ao assunto, pois que isso é o que mais interessa a qualquer cidadão do mundo neste momento: para onde vai meu emprego, para onde vão meus investimentos, para onde vai o valor de minhas propriedades, o que posso fazer para não ser reduzido à miséria durante este furacão?
Dizia no dia 18 de fevereiro: “Confirmando o que blogamos aqui no dia 11, pipocam em todo o Brasil os contingenciamentos de parte dos orçamentos de estados e municípios. Aqui na Bahia, o governador Jaques Wagner (PT), contingenciou R$600 milhões do Orçamento 2009.
Todo mundo noticiou, mas ninguém explicou aos ouvintes, telespectadores ou leitores o que isso significa.
Vou ser simples e caceteiro: contingenciamento é quando o Poder Executivo resolve não gastar parte do Orçamento aprovado pelo Poder Legislativo previsto para Saúde, Saneamento, Educação, Segurança, Habitação, Estradas, Portos, Aeroportos etc. e tal. Fernando Henrique fazia isso demais. Lula foi no mesmo caminho. Quem "sifú" (como diz o próprio Lula) fomos nós.”

E, agora, na semana passada, o mesmo presidente Lula que nos mandou gastar à vontade, para recorrer ao crediário e comprar carro, imóvel e eletroeletrônico, este mesmo presidente nos avisa que vai cortar 21 bilhões de reais nas despesas previstas para 2009.
Exatamente como tínhamos antecipado aqui, com a bola-de-cristal que temos e que não tem falhado nos últimos 30 anos.
União, estados e municípios estão em plena recessão. Cortando gastos, despesas correntes, demitindo funcionários, atrasando salários desavergonhadamente, não pagando fornecedores na base do calote puro e simples. Enfim, estão fazendo exatamente o contrário do que estão recomendando que nós façamos. Estão paralisando a economia do Brasil.
Agora, a perguntinha que não quer calar é: o mesmo governo Lula que trombeteia que deu 45 bilhões de reais ao sistema financeiro brasileiro para que ele não desandasse nesta crise (Obama deu na casa do trilhão de dólares), está nos avisando que vai cortar 21 bilhões nos gastos do governo federal: ora, tem dinheiro pra banqueiro mas não tem dinheiro para administrar o dia-a-dia do governo? Hummmmmmm!!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Dengue again


Quando gente inocente morre todos devem se unir
Ricardo Líper

Volto a tratar do assunto. Não sei se é verdade, mas gostaria de experimentar o uso da citronela como meio de afastar o mosquito da dengue. Marconi, que me informou que tem esse capim, por favor, estou interessado em ter uma muda. Me envie por E-mail uma maneira de lhe conectar. Agora temos um E-mail: osinimigosdorei@gmail.com e reproduzo um artigo sobre o assunto que infelizmente não tenho a data e foi retirado da Internet:

"Aragarças: surto de dengue preocupa Secretaria de Saúde

Segundo a primeira-dama e secretária de Saúde, Mara Ney, até os festejos de final de ano tiveram que ser suspensos devido ao surto de dengue na cidade, “esse ano nós tivemos até mesmo que suspender as comemorações de final de ano, em virtude de um surto de dengue, de mosquito da dengue, que tá aqui em Aragarças. É uma preocupação da administração inclusive em transmitir à população com clareza e realidade porque nem todos os municípios mostram a quantidade de pessoas infectadas pelo mosquito da dengue. Então estamos pedindo a colaboração da população para o combate ao mosquito”, disse a secretária. Mara Ney chamou atenção para o fato de que se a população não se posicionar no combate às larvas, não deixando condições favoráveis à reprodução do Aedes Aegypti, como vasilhames ou qualquer coisa que acumule água, o trabalho das equipes de saúde torna-se em vão, “o carro “fumacê” já está a ponto de prejudicar a população, pois a quantidade de veneno despejado na cidade está grande. A população precisa vestir a camisa contra a dengue que é realmente uma doença contagiosa e mata”, destaca a secretária. Ressaltando que não é bom para nenhum município revelar casos de dengue e dizendo que Aragarças está jogando abertamente, mesmo assim a secretária omitiu o número de casos em Aragarças, “já detectamos alguns casos e o que não queremos é aumentá-los”, disse. Mara Ney anunciou que a prefeitura já adquiriu o capim citronela que ajuda ao combate ao mosquito, “adquirimos as mudas, já reproduzimos no viveiro municipal e está à disposição da população mudas do capim citronela pra que possa ser plantado nos quintais e em consequência vai espantar tanto os mosquitos como também as muriçocas, o mosquito da dengue também, pois segundo as pesquisas o cheiro é que espanta o mosquito, mas volto a repetir, que apenas o plantio do capim não é suficiente, é preciso não deixar água parada nos quintais”, finalizou a secretária."
Veja-se o tom de desespero desta senhora. Já eu, não sei porque aqui em Salvador nem se sabe que existe esse vegetal e nem estão, ao que me parece, preocupados em saber. Só falam, falam, mas coisas práticas, como o plantio desta tal citronela, nada...

Chega de enrolação!

Não é só na natureza que ocorrem tsunamis




Alex Ferraz
Os marqueteiros conseguiram convencer o presidente Lula a tentar enrolar ao máximo os brasileiros em relação à crise financeira internacional. Não deve ter sido difícil convencê-lo disso, porque ele próprio, Lula, acredita plenamente que tudo pode ser resolvido com um discurso cheio de bravatas, piadinhas e menosprezando a realidade.
O tiro está saindo pela culatra. A "marolinha" da crise mostrou-se o tsunami verdadeiro que é e começa a inundar o Palácio do Planalto com seu fluxo (imaginem o refluxo, que, dizem os especialistas em marés, é ainda mais arrasador). Nem mesmo os alienados, quase zumbis, do Bolsa Família acreditam mais em "marolinha". O próprio presidente teve que adotar, esta semana, medidas duras para conter gastos do governo (sic). Viu despencar o PIB e, o que mais apavora qualquer poderoso, está vendo começar a secar a grande fonte para todas as mordomias, campanhas eleitorais e falcatruas mil (e, talvez, algumas obrinhas...), que é a arrecadação de impostos.
Eu pergunto, socraticamente: não teria sido, além de honesto, muito melhor para a imagem do governo se o presidente Lula tivesse levado a sério a crise, desde o início? Não precisaria apavorar o povo. Bastaria dizer: "Olha, o problema é sério, está atingindo todo o mundo e nós não estamos fora disso. Mas vamos fazer X ou Y para combater os efeitos" etc. etc. Estaria hoje Lula com a imagem de um governante responsável, que leva a sério o governo e, principalmente, o povo que o elegeu.
Mas, não! Preferiu o deboche, as piadinhas. Pode pagar caro por isso, até porque suas declarações debochadas estão devidamente gravadas e já vêm sendo reproduzidas pela oposição.
A Mantega está derretendo, pessoal!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Nasce a República de Raposa/Serra do Sol

Como se vê (clique em cima do mapa), Raposa/Serra do Sol tem fronteiras com Venezuela e Guiana sem limitação de território brasileiro entre ela e os países vizinhos. Criou-se um novo país dentro do Brasil.
Não quero ser escroto, mas este índio no STF ,com pintura simetricamente perfeita no rosto, não parece índio de escola de samba? Olha a perfeição do arranjo de penas. Hummmmmmmm!!!
Tony Pacheco
Com o voto contrário e solitário do ministro Marco Aurélio de Mello, num universo de 11 juízes, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela legalidade da demarcação contínua da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol, em Roraima. Uma invenção do Conselho Indígena de Roraima, uma entidade mantida pela Fundação Ford e que vive de fundos arrecadados, principalmente, nos EUA e Reino Unido.
Embora financiem, na Amazônia, organizações não-governamentais que "defendem" os indígenas, os Estados Unidos, a única coisa que fizeram com seus índios em mais de 400 anos foi meter bala em 99% deles, ocupando suas terras do litoral da Nova Inglaterra até as praias da Califórnia. Os que restaram são pobres e bêbados vivendo em reservas estéreis. O Canadá reservou aos seus índios, um território chamado Nunavut, uma imensidão do tamanho do Amazonas, só que totalmente congelado, sem nenhum centímetro de terra arável. O Reino Unido trata seus nativos daquele jeito: a Irlanda do Norte, habitada por um povo diferente do inglês, é banhada por rios de sangue desde o início da ocupação de Londres até hoje.
E é essa gente que vem ao Brasil determinar que devemos criar verdadeiros países independentes para os nossos índios dentro do nosso território. São 17 mil quilômetros quadrados. Pra você ter uma idéia, internauta, Sergipe tem 21 mil quilômetros quadrados. É terra que não acaba mais. E tudo contínuo, com fronteiras diretas com Venezuela e Guiana, para que, pelo menos pela Guiana, as tropas estrangeiras possam entrar sem empecilhos...
INSANOS E ANTIBRASILEIROS?
Em 2007, a ONU aprovou uma Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas. É claro que uma declaração não tem valor impositivo, mas é o começo de qualquer problema futuro. Tanto é assim, que EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que têm problemas sérios com seus índios, resolveram não endossar esta declaração.
O governo Lula, não. Endossou logo, afinal, depois do seu mandato de 2014 a 2022 ele vai morar na Itália...
O concreto é que esta Declaração, embora não tenha caráter de obrigatoriedade, abre o caminho para uma futura declaração de soberania pelos territórios como o dos Yanomami ou, agora, da Raposa/Serra do Sol, um local habitado por 19 mil índios, a maioria de escola de samba, vale dizer, gente como a gente, interessada mesmo é em devastar o território para construir fortuna, dada a quantidade de garimpos que os indígenas (e não os brancos, que são agricultores) mantêm ali. É ouro, diamante, nióbio e, possivelmente, petróleo, o que a Fundação Ford vê na região para dar um "apoio" tão irrestrito aos "direitos indígenas". Devia apoiar os sioux ou os cherokee em seu país, os EUA...
A real é que a tal Declaração da ONU diz claramente em seu artigo 4 - "Os povos indígenas no exercício do seu direito à livre determinação, têm direito à autonomia ou ao autogoverno nas questões relacionadas com seus assuntos internos e locais, assim como os meios para financiar suas funções autônomas" e no seu artigo 3 - “Não se desenvolverão atividades militares nas terras ou territórios dos povos indígenas, a menos que as justifiquem uma razão de interesse público pertinente, ou que as aceitem ou solicitem livremente os povos indígenas interessados”.
É por isso que o ministro Marco Aurélio de Mello usou 120 páginas para justificar o seu voto CONTRA a Terra Indígena Raposa/Serra do Sol. Ele, como jurista, primeiro, e como patriota, depois, sabe as consequências do reconhecimento desta reserva contínua em área de fronteira. No futuro, quando formos fazer uma manobra militar de defesa da nossa soberania ali, os indígenas poderão recorrer a um tribunal internacional para julgar se nossa ação é de defesa ou uma invasão. Quem viver, verá!
Marco Aurélio de Mello votou contra esta situação, mas os outros 10 juízes do Supremo comungam com Fernando Henrique Cardoso (criador da reserva) e com Lula da Silva (que implantou a reserva e mandou expulsar os agricultores não-índios da área).
Querem jogar para a galera internacional. O futuro? O futuro deixemos para as gerações futuras administrarem o caos criado agora.
E todo mundo se cala. E vem BA-VI por aí...

segunda-feira, 16 de março de 2009

MILK A Voz da Igualdade

Pela primeira vez no cinema, sexo com o mesmo sexo foi natural


Ricardo Líper

Corra que, aqui em Salvador, os filmes bons, quando são exibidos, saem rápido de cartaz. Pode ser que "Milk" ainda vá chamar a atenção pelos beijos que Sean Penn dá em um outro ator, galã de filmes para adolescentes. O povo ainda acha alguma coisa do outro mundo dois homens se beijando. Fico pasmo como somos bestas. Em pouco tempo riremos muito dessa época em que isso era um grande escândalo. O mais importante em "Milk" não são os beijos nem a vida amorosa dos personagens, mas o enfrentamento da intolerância e a defesa do direito democrático primário de qualquer pessoa escolher quem vai beijar, amar, conviver sem maiores constrangimentos.
Aliás, pela primeira vez, se vê isso no cinema com absoluta naturalidade, porque a luta pela cidadania de quem ama o mesmo sexo é o grande tema de "Milk". As cenas de carícias entre os personagens tornam-se tão naturais que dificilmente chocam quem está vendo o filme. Conseguiram que não fosse a grande razão de ser do filme. O diretor Gus Van Sant, devido a isso, merece um grande louvor. Toda a vida amorosa dos personagens é tão natural e esperada que fica em um segundo plano e a intolerância é o grande tema do filme. Não percam.

O teatro da dengue na Bahia

Além do mosquito, existe a fila para o atendimento


Alex Ferraz
Há pelo menos oito meses que a pedra da epidemia de dengue na Bahia vinha sendo cantada, inclusive pelo próprio governo federal! A tragédia anunciada, porém, mais uma vez pegou os governantes de plantão "de surpresa". Agiram como se costuma agir neste país, notoriamente nesta terra de trio elétrico, da "maior festa de rua planeta" e coisas que tais: esperaram o ladrão arrombar a porta para começar a fechá-la. De uma hora para outra, constrangidos pelo número cada vez maior de mortes, governador e secretário de Saúde decidiram entrar em campo. Aí, vem aquele teatro clássico que nós, que temos um certo tempo de experiência na imprensa (pode botar aí umas três décadas), estamos acostumados a ver repetir-se a cada governo (justiça-se se faça, os do PT não são pioneiros nisso, apenas acentuaram a situação). Num espetáculo midiático, Jorge Solla, secretário da Saúde, "transfere" seu gabinete para Itabuna, foco da epidemia na Bahia. Fica lá uns dois dias, inaugura uma UTIzinha qualquer - com a presença pomposa do governador, sendo que este logo se pica para a Venezuela (foi homenagear Chávez por ele colocar o Exército contra a Oposição?!) -, instala mais uma dezena de leitos e, pronto, está tudo nos conformes (deve achar que assim pensa a população).
Em Savador, o secretário visita o Hospital Geral do Estado, sempre acompanhado por um exército de fotógrafos e repórteres, e estes nada perguntam sobre o principal da epidemia, enlevados que estão com a ação espetacular de Solla.
A outra "medida" adotada para "combater" a doença é acusar as vítimas do mal, culpando-as pela epidemia.
A população, acossada pela falta de saneamento, pelo desemprego, pela deseducação absoluta, pela tortura nos postos médicos públicos, pela violência ultrajante que produz dezenas de mortos num único final de semana (assassinados pelos bandidos ou pela Polícia, gerando um Estado de Sítio branco), estressada ao extremo, vê-se agora com ré num julgamento feito pelos que ocupam palácios e secretarias suntuosas, sem jamais se preocupar realmente em oferecer um bom atendimento médico permanente e boas condições de moradia, por exemplo, coisas fundamentais para se enfrentar e até mesmo evitar uma epidemia desse porte.
Mas eu acho que a população é culpada, sim. Culpada por não ir às ruas EXIGIR ser tratada como gente, deixando essa vida de gado rumo ao abatedouro.

O TEATRO DA CRISE
Vejo na TV, causando-me arrepios e náusea, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, repetir cinicamente, mais uma vez, agora "direto de Nova Iorque" (frisa, com orgulho provinciano, o repórter), que o Brasil é o país que "menos sofre" com a tal crise internacional, e que sairemos desta já, já.
Vejo as notícias sobre desemprego em massa no país, queda na produção, propostas patéticas de redução de salário, medo e tensão entre os trabalhadores, e fico a pensar até quando Lula e seus auxiliares manterão essa farsa, tentando garantir os votos da massa que não pensa, porque para tal foi moldada, e que se dá por feliz se a merreca do Bolsa Família não sofrer com a crise. Ufa!

domingo, 15 de março de 2009

C'est la même chose! *

Não procure Brad Pitt no elenco. O filme é maior que isso.

Tony Pacheco



Foi preciso que meu amigo Rogério Rios (excelente cartunista), que atualmente mora na Irlanda, me desse uma ducha de água gélida, pra que eu acordasse de um sonho recorrente em meus pobres textos. Ele notou que gosto muito de uma Europa idílica, civilizada, em certos termos, superior ao Brasil. Sebastião Santa-Rosa, outro amigo querido, que hoje em dia mora na Áustria, já vinha me advertindo sobre isso: não existe uma Europa ideal.
O ser humano neste tipo de organização social em que vivemos (sociedade burguesa num modelo capitalista de mercado soberano), é estimulado a sobreviver a qualquer preço. A qualquer preço eu quero dizer, aqui, a qualquer preço mesmo.
Rogério e Sebastião lembram-me do meu erro epistemológico e é bom que me lembrem, pois eu posso corrigi-lo: da Suíça à Rússia, de Portugal à Alemanha, em todas as sociedades européias há corrupção, desmandos, ineficiência. A única, mas única diferença mesmo, que existe entre a Europa e o Brasil (e isso, eles não me disseram, basta acompanhar a mídia internacional), é que, em boa parte das vezes, corruptos e todo tipo de criminosos, são obrigados a passar uma temporada na cadeia. E, melhor, têm que devolver o que roubaram.

E, aqui pra nós, quem leu Lampedusa, no seu "Il Gattopardo", sabe que tudo muda pra tudo continuar a mesma coisa.
Já, no Brasil, se rouba, se é ineficiente, e recebe-se uma medalha de comendador, cidadão honorário, essas coisas. Esta é a diferença.

UM FILME EXTRAORDINÁRIO

Para que o internauta entenda bem a razão pela qual, por exemplo, nós vivemos numa cidade onde não são exigidas vagas para automóveis para os clientes nos prédios comerciais, entupindo as ruas de carros e inviabilizando a mobilidade urbana. Onde se plantam shoppings gigantescos (vem mais um aí na inviável Av. Paralela...) em áreas onde não cabe sequer uma barraca de cerveja e salgadinhos. Para entender o porquê de usarmos sempre os países mais civilizados como parâmetro, mas, ao mesmo tempo, reconhecermos que por lá também a lei pode ser “dobrada”, caiu em minhas mãos, graças à maior contribuição chinesa à cultura universal (a pirataria de vídeos), o filme “Rocknrolla”.
O diretor é Guy Ritchie, que, pra mim, era apenas “o marido de Madonna”. Mas que, a partir de agora, nem é mais marido de Madonna (já se separaram). É um cineasta criativo que nos mostra uma Londres que nós, do Último Mundo, sequer imaginávamos, chafurdando num mar de corrupção, com seus vereadores flexíveis...
A história é extraordinária, e começa com um lobista que consegue a liberação de alvarás de construção para prédios que não podem ser construídos se as leis municipais forem obedecidas. Isso não lhes parece a “local thing”, queridas amigas e queridos amigos?
Pois é: assistam “Rocknrolla” (está à venda nos melhores pirateiros) e vejam o mundo real sob outros olhos.
Mas, não se esqueçam: o dinheiro que corre na pirataria de vídeo é o mesmo que corre no tráfico de drogas... E nas obras assistenciais de Madre Teresa, no meu e no seu salários, nas mensalidades das faculdades, no suborno aos congressistas e aos policiais. Enfim, dinheiro é tudo a mesma m..., não é verdade?
Divirtam-se, pois este é o mundo que temos. Não há outro e nem haverá depois da morte, ao contrário do que diz o papa, o pastor e o mulá!


* O título é um "empréstimo" de Ricardo Líper ao meu texto.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sexo e Pensão de Menino

A real do sexo é fazer e manter crianças e só isso importa e interessa

Ricardo Líper

Todos sabemos da impunidade dos crimes no nosso país. Um professor da UFBA foi assassinado no centro de Salvador e ficou por isso mesmo. Não foi só o professor. As pessoas morrem todos os dias como moscas. São roubadas e, mesmo se sabendo quem roubou, nada é feito. Não se investiga a sério coisa alguma. O descaso e/ou corrupção são as regras.

Mas pensão de menino dá cadeia. O povão diz isso como uma das grandes certezas do brasileiro. De fato, é verdade. Eu pensava que não. Habituado à nossa corriqueira bandalheira e corrupção. Mas depois que um conhecido meu pegou duas semanas de cadeia por não ter pago os vinte por cento do salário mínino a uma mulher com quem teve um filho no passado, fiquei convencido que a única coisa que funciona no direito e na polícia brasileiros é, como diz o povo, pensão de menino. Mesmo se o sujeito estiver desempregado tem de pagar e, se não pagar, vai preso. Caso não o faça, a sua mãe ou pai (avós da criança) será obrigado a pagar sob pena de serem presos se não o fizerem.
Por isso, acho tolo discutir o sexo em termos de gostos pessoais, opções etc. Sexo é reprodução da mão-de-obra e pronto. Todo mundo é obrigado a fazer meninos, senão vai ser chamado de veado e quem não pagar a pensão do menino vai preso. E tá acabada a conversa. O resto é besteira para psicanalistas, o Papa e pastores ficarem discutindo e se distraindo com isso.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Viagem aos EUA: adeus liberdade, adeus privacidade!

Fazer o quê nos EUA? Ser humilhado e ter seu laptop confiscado?

Tony Pacheco



O Brasil está entre os países que mais mandam turistas para os EUA e somos, sem sombra de dúvidas, os mais maltratados quando tentamos fazer turismo naquele país. Seja pela burocracia digna de “O Processo”, de Kafka, para conseguir um visto para entrar no Império, até a chegada nos aeroportos, onde somos tratados como se fôssemos terroristas muçulmanos, por nossa pele morena e sobrancelhas grossas.
Em 2008, 675 mil brasileiros foram gastar dinheiro nas terras do Tio Sam, mesmo debaixo de tantas vicissitudes.
A mais nova delas é uma decisão da Corte Federal dos EUA que permite às autoridades alfandegárias analisar e mesmo copiar informações armazenadas em computadores portáteis (laptops) de todos que entram no país.
Fotos, textos, e-mails, planilhas financeiras e todo o tipo de documento guardado nos HDs dos laptops, celulares, Blackberries e iPods, podem ser vasculhados logo na chegada em qualquer aeroporto americano. Adeus, privacidade!
Quer dizer, se você inventou alguma coisa e levou o registro no seu laptop, babau... O sujeito da aduana pode piratear sua descoberta e registrá-la antes de você.
Se você é compositor e está levando uma música no seu celular para mostrá-la a alguma gravadora lá, babau... O sujeito da aduana pode registrá-la como dele.
É o confisco da propriedade intelectual no país que vive nos acusando de não protegermos direitos autorais.
A Associação de Executivos de Viagens Corporativas, órgão que reúne entidades do setor de viagens de negócios de todo o mundo, foi ao Senado Americano contestar. Não deu em nada.
Por isso, antes de ir aos EUA, faça um back-up dos seus arquivos de qualquer aparelho que estiver levando e se for alguma propriedade intelectual, registre pela Internet ou Correios em escritórios americanos antes de viajar.
Ou, se for sensato, esqueça os EUA enquanto eles permanecerem nesta paranoia ridícula.

P.S.: As autoridades nos aeroportos e portos americanos estão autorizadas não só a vasculhar laptops e celulares, mas também confiscá-los. Que tal?

terça-feira, 10 de março de 2009

Na boca do caixa

Alex Ferraz

De meu amigo Raul Cavalcanti, direto da Paulicéia, recebo esta colaboração:
"Li na Coluna de Fernando Rodrigues, ontem, 09.03.2009, na Folha de SP, uma frase perfeita: 'Esquerda e Direita hoje, no Brasil, se confundem na boca do caixa.' A mais perfeita tradução!"

Burguesia boçal e burra

Alex Ferraz
A burguesia nacional quer que tenhamos orgulho do nosso país, mesmo discurso, aliás, dos novos ricos e novos poderosos como a galera do PT e afins. Desfilam, os burgueses nacionais e as "otoridades" de plantão, em aviões de luxo, de carreira ou próprios, pelo mundo civilizado. Da Espanha à Alemanha, da Inglaterra à Itália, da Austrália ao Japão, arrotam as belezas da boa terra Brasil, locupletam-se em compras e, quando governantes, dizem que vão "atrair investimentos".
Um teatro patético. Enquanto fazem isso, o verdadeiro país Brasil está assim: um quarto da população vivendo de esmolas diretas do governo, Bolsa Família, curtindo a ociosidade e fazendo cada vez mais filhos, porque assim ganham "mais." Esta gente miserável, e mais a outra parcela que trabalha duro para ganhar um salário minímo ridículo, quando adoece vê-se diante de um cruel, torturante e infernal sistema público de saúde (quem duvidar, verifique, em Salvador, por exemplo, as medievais filas ao longo da Rua Padre Feijó, no bairro do Canela, onde milhares de pessoas, todos os dias, madrugam, literalmente - quando não dormem na rua - para conseguir "uma ficha"). A soma dos miseráveis do Bolsa Família com os pobretões do salário mínimo, que forma a grande massa da população, amarga ainda uma educação desastrosa e corre o risco de ser morta na próxima esquina, devido ao desleixo comprometedor das autoridades para com a segurança pública. Ah, sim: tem o grupo, cada vez maior, de crianças e adolescentes que morrem ou ficam inúteis devido ao crack.
Este é o imenso lixo sob o tapete persa que a burguesia burra acha que existe neste país (ou tenta mostrar entre si e lá fora).
É uma burguesia que há séculos, literalmente, sempre desdenhou da importância vital de se ter um povo sadio, bem educado e ganhando dignamente a vida para que exista, aí sim, uma nação digna deste nome, socialmente forte, que gere orgulho para os que nela vivem.
E vamos melhorar? Nananinha! Pelo que se avizinha, o povão vai continuar votando em quem aí está (e que lá chegou com a promessa de reverter o quadro social), em troca, agora, de geladeira e até casa de graça, conforme promete a nova mãe dos pobres, dona Dilma. E o pior é que a alternativa será a direita assumida (e não disfarçada de esquerda) paulistana de José Serra...Entre a cruz e caldeirinha, hein?

ENQUANTO ISSO...
Todavia, não se pode negar que o governo "de esquerda" atual (hoje convivendo pacificamente e até dividindo o poder com Renan Calheiros, José Sarney, Collor de Mello, Paulo Maluf e um dos últimos "ícones"da maldita ditadura militar, Delfim Neto) melhorou a vida de muita gente. Sim, deles próprios - a família do presidente está multimilionária! - e do grupo que adotou Brasília.
Tudo com dantes, no velho quartel (êpa!) de Abrantes.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Dengue e a tortura de um povo

Já é calamidade pública: fechem as fronteiras da Bahia.
Ricardo Líper


Não consigo ser idiota. Às vezes tento. Procuro até nas farmácias um remédio talvez chamado de "idiotil" para eu ficar, como todo mundo, idiota. Os únicos culpados pela dengue foram os governos. Os anteriores e o atual. Não existe outro culpado. É prioridade se falar disso porque as pessoas estão morrendo. Só tomando um comprimido de "idiotil" para ficar indiferente. Achar que não existem culpados pelas mortes que já ocorreram. Tem culpados: é assassinato. E ninguém ainda foi processado e preso.
Perguntei a um funcionário, que anda pelas ruas tentando combater a dengue, se ele conhece citronela. Li que essa planta foi cultivada em um cidade do Sul pela prefeitura local e combateu o mosquito. Queria uma muda para plantar em casa. Ele nem sabia o que era essa planta. O errado fui eu que parece que tomei "idiotil". Não devia ter perguntado coisa alguma. Quem pergunta ainda acredita.
Acho uma maldade trazer turistas para cá com a possibilidade de morrerem de dengue hemorrágica. Ou estou dizendo uma mentira? Copa do Mundo? Nem pensar. Ou nós estamos perdendo até a capacidade de ter piedade das pessoas? Um país violentíssimo como o nosso e infestado de mosquitos da dengue não deveria permitir a ninguém entrar em nosso território. É desumano. Não sei como as nossas autoridades conseguem dormir ignorando os cadáveres dos vários turistas assassinados entre nós.
Bem, na verdade não me surpreende, porque os nazistas também dormiam tranquilamente ao lado dos campos de concentração.

domingo, 8 de março de 2009

Um presidente genocida condenado à prisão

Al-Bashir e a toalha-na-cabeça: genocida da mesma linhagem de Hitler, Pol Pot, Milosevic...


Tony Pacheco



Um genocida de nome Omar Hassan Ahmad Al-Bashir (sim, os homens-de-toalha-na-cabeça) governa o Sudão desde 1989 e na semana passada teve uma ordem de prisão decretada contra ele pelo Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, acusado de ter ordenado a morte de 300 mil sudaneses negros, da região de Darfur, de 2003 até agora.
O TPI só se esqueceu que este Idi Amin Dada sudanês também foi responsável pela morte de mais de 600 mil negros sudaneses no Sul do país, até que aceitou, pela força das armas do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA), a autonomia da região que tem maioria cristã e animista (crenças tradicionais).
Este homem e os interesses islâmicos e não-islâmicos que representa, tem em sua conta de morticínio, quase 1 milhão de seus compatriotas, a maioria negros retintos. Ele, embora para o padrão de qualquer sociedade ocidental, seja um "negão", se considera "árabe" e, por isso mesmo, persegue os negros retintos em seu país numa espécie de nazismo de comédia bizarra. Porque os 300 mil que mandou matar numa limpeza étnica de fazer inveja a Josef Stalin, são negros retintos, mas são tão muçulmanos quanto o próprio Al-Bashir. Mas há que se considerar aqui o racismo árabe contra os negros, que é histórico. Os árabes islamizaram as elites negras da África Ocidental e a maioria dos comerciantes de escravos (que geraram as populações negras do Brasil e do resto da América) era de negros islamitas. A história, quando pesquisada seriamente, é dura, mas tem que ser revelada: eram negros islamitas vendendo negros animistas para brancos cristãos, só porque alguns negros acreditavam em Alá e os outros eram considerados animais por acreditarem em seus deuses ancestrais.
Dos 38 milhões de habitantes do Sudão, espalhados numa área equivalente a cinco estados da Bahia, 3 milhões moram em tendas arruinadas, em campos de refugiados, sem água potável e com parcos recursos vindos do exterior, principalmente dos EUA e União Europeia.
Os medicamentos, alimentos e vestuário chegam, mas boa parte é roubada pelos comandados de Al-Bashir.
Ele, depois da condenação do TPI de Haia, está ameaçando expulsar as entidades internacionais que socorrem precariamente os 3 milhões de refugiados, principalmente na região de Darfur, a oeste, perto do Chade. Se fizer isso, será uma calamidade de proporções só vistas na extinta União Soviética e na Alemanha Nazista.

APOIO CHINÊS

Aí o internauta há de perguntar: e por que este tiranete ridículo está no poder há 10 anos sem que a comunidade internacional o retire de Cartum aos tapas, se por menos que isso um Milosevic da vida foi varrido dos Balcans?
É, é a dúvida que não quer calar...
O problema é a China Comunista, a nova China moderna que encantou o mundo com as Olimpíadas ao mesmo tempo que massacrava o povo islamita (quantos paradoxos...) uigur no Sinkiang e os budistas lamaístas do Tibet.
Pequim, na sua sanha por comprar matérias-primas em todo o planeta, compra mais de 80% do petróleo do Sudão e não permite que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) adote nenhum tipo de boicote ou sanção ao ditador Al-Bashir. O genocida ainda tem a colaboração luxuosa da Rússia de Vladimir Putin, que é o maior vendedor de armas para o Sudão. Os russos também não permitem sanções contra Cartum. E tome-lhe negros morrendo de fome, bala ou tédio.
Por fim, vários ditadores árabes (aliás, isso é redundância, todo país árabe é ditatorial) apóiam Al-Bashir, pois temem que sua queda resulte no esfacelamento do Sudão em, pelo menos, quatro países: Darfur, onde Bashir mandou matar 300 mil até agora; Sudão Meridional, onde a maioria é cristã ou animista; Sudão Oriental, que tem apoio da Eritreia; e ficaria apenas o desértico norte para os 39% de autoproclamados árabes muçulmanos que governam o país inteiro com mão de ferro.
Tem jeito? Tem jeito não.
A única luz no fim do túnel é o plebiscito que acontecerá no Sul do Sudão, que poderá levar esta parte do país, que não é mais controlada pelo governo central, à independência. Como no Sul está todo o petróleo, Al-Bashir ficará sem o "combustível financeiro" para sua ditadura e, aí, com certeza ele cairá. Mas a pergunta é: será que ele fará mesmo o plebiscito que acertou com o SPLA em 2005? Hummmmmmmmmmmmm!!!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Vitor Hugo gostou!

Jornalista Vitor Hugo Soares



Alex Ferraz


Meu amigo e companheiro de jornalismo Vitor Hugo Soares, um ícone do jornalismo baiano e dos coleguinhas mais intelectualizados que conheço, encheu-me de orgulho ao enviar e-mail elogiando nosso blog, lembrando a história do jornal "O Inimigo do Rei" e, ainda por cima, tendo a delicadeza de reproduzir em seu blog um comentário meu.
Vitor, seu elogio é mais do que motivo de orgulho. Conhecendo-o como conheço, é um aval para que sigamos firmes em mais esta jornada! Obrigado, companheiro!

E não deixem de visitar o blog de Vitor: http://www.bahiaempauta.com.br/.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Alienação total

Alex Ferraz

A chamada grande imprensa brasileira, a continuar no atual ritmo, levará ao fim os Diários Oficiais, que se tornarão redundantes e, assim, dispensáveis. Vivemos um oficialês sem precedentes. Publica-se o que o ministro diz, o que o presidente declara, o que o deputado fala, o que o vereador "informa", o que a Justiça alardeia, o que a Polícia declara, o que as autoridades, enfim, querem dizer, sem o menor senso crítico.
Se o presidente diz que vai construir um milhão de casas em um mês, pronto: lá está a manchete, peremptória, embora contendo uma promessa surreal. O Planalto, salvo engano, já deve ter prometido mais de R$ 1 trilhão (isto mesmo: trilhão!) para as tais obras do PAC (Programa de Aceleração da Candidadutra - de Dilma, como diz José Simão). Gente, um trilhão! E ninguém pergunta de onde vai sair, quanto já foi liberado, onde está sendo aplicado, em que pé estão as obras (se é que existem)!
Ah, podem argumentar que há comentaristas fazendo este papel. Sim, há uns gatos pingados, mas cuja voz cai no vazio. No vazio dos que só lêem as manchetes de jornal, no vazio dos que "não acreditam" em comentaristas, no vazio, mesmo, da forma pontual com que aparecem, tornando-se, no mais das vezes, "chatos" ou "engraçados" que "desabafam". A grande maioria da população, podem crer, leva tudo isso a sério, e mesmo não tendo um centavo no bolso (ou talvez por isso mesmo) tem orgasmos quando ouve falar em somas trilionárias. Mas são orgasmos falsos. Os verdadeiros são sentidos pelos políticos e governantes, aliados a empresários que mamam solenemente nas tetas do erário. Estes, sim, juntos, sabem o exato sabor de ter bilhões nas mãos, lançando moedinhas no poço dos desejos do Bolsa Família e congêneres.
Ai, meu saco!

MAS SE FOR FUTEBOL...
Agora,querem ver a galera levar a sério, exigir, ir às ruas, fazer quebra-quebra, matar e morrer? Basta acontecer um problema sério com seu time. Aí, a notícia é lida, vista e ouvida com avidez, os debates se acirram, as dúvidas vêm à tona, a indignação eleva-se ao limite máximo. Nos bares, a turba enfurecida regurgita o que ouviu, faz comentários mil, dá socos nas mesas, exibe camisas com as cores do time, faz a revolução.
Afina, futebol é coisa séria...

Lançamento do annefrankismo

Anne Frank escrevendo seu diário

Ricardo Líper


Eu sempre admirei Anne Frank. O que ela fez sempre me impressionou. Uma adolescente, quase criança, obrigada pelo nazismo a se esconder em um sótão, escreveu em um diário suas experiências, foi descoberta e morreu em um campo de concentração. Mas o diário ficou no sótão e o pai, que sobreviveu ao martírio dos campos de concentração, o achou e publicou. Fantástico. O que me tocou, além da brutalidade e injustiça que a garota sofreu, foi que ela contou tudo e esse documento contribuiu muito para impedir que experiências iguais ao nazismo voltassem a acontecer. O poder da palavra escrita é espetacular. É um imenso recurso contra as injustiças e os autoritarismos que sofremos quase todos os dias. Escreva o diário das injustiças que você sofre. Atualmente é muito mais fácil, devido à Internet, divulgá-los. Seja um annefrankista. Se lhe sacanearam em uma repartição pública, em uma empresa, seja lá onde for, lhe maltrataram, narre, em um pequeno bilhete até, e divulgue. Atenção: não minta, não escreva o que outros disseram. Se possível, colecione provas do que está narrando. Mas escreva. Um documento escrito é para a posteridade e anda mais do que você pensa.
Tenha uma lista de e-mails de pessoas suas conhecidas. Mande o que escreveu, por e-mail, para todas elas. Fale com todo mundo e quando cansar a garganta, dê um papelzinho narrando o acontecido. Note que os poderosos têm pavor das narrações de suas perversidades. Odeiam que você conte para todo mundo o que eles fizeram. E se for por escrito, pior. Termina chegando nas mãos deles ou dos seus chefes. Se tiver medo deles, faça anonimamente. Serve também. Bote a boca no trambone. Chie. Não sofra calado. Escreva. Ande com uma caneta e papel no bolso. Encontrou um colega de ginásio que há muito tempo não via, anote o e-mail dele. Foi sacaneado? Conte o ocorrido por e-mail e peça que divulguem. Isso é annefrankismo.
Eu sou o primeiro annefrankista e espero fazer seguidores. Aconteceu com você, escreva e divulgue. Tanto que aqui no blog vou inaugurar em breve umas postagens com esse nome. Aconteceu comigo! E todo tipo de escrotidão que me fizerem narrarei. O início do documento narrativo annefrankista deve começar com "Aconteceu comigo!" Se quiser, diga o local. Aconteceu comigo na ....................... e aí voce narra, candidamente, e sem exagerar, a injustiça sofrida.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Largo de Roma tem que voltar a ser Largo de Roma

Mural em homenagem a Raul Seixas no Largo de Roma







Tony Pacheco

No alvorecer deste ano de 2009, acharam de mudar o nome do Largo de Roma, que ostentava esta denominação desde o século XVIII, para Praça Irmã Dulce.
Não vou entrar, aqui, no mérito de esta falecida senhora ser uma santa (como muitos querem). Respeito, demais até, todas as confissões religiosas.
O que quero colocar em discussão é esta incrível mania das "ôtoridades" de renomear os logradouros sem que a população seja consultada. Ignora-se a história da cidade, a história dos seus habitantes, numa desfaçatez que irrita.
Em primeiro lugar, acho que ruas deviam levar números, como em Nova York. Mas, mesmo que alguém quisesse colocar nomes, estes jamais deveriam ser de personalidades, vivas ou mortas, pois esta atitude atende sempre a interesses estranhos aos das comunidades que habitam tais logradouros. Veja o internauta que há em Periperi uma Praça da Revolução, que homenageia a ditadura militar que matou tantos líderes populares e perseguiu outros, como o nosso presidente Lula ou sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. É ou não é um absurdo?
Mas, como não é possível, ainda, editar uma lei obrigando a numerar as ruas, em vez de nomeá-las, o que sugiro é que um vereador tome a frente de um projeto de lei que proíba a mudança de nome nas ruas de Salvador, a bem de o serviço de entregas postais funcionar a contento e as pessoas não ficarem baratinadas com as mudanças sem sentido que alteram suas vidas.
Prefeito ou vereador que quisesse homenagear alguém, teria que fazê-lo em um loteamento recém-implantado ou em nova rua, avenida ou praça a serem inauguradas.

LARGO DE ROMA

E nem me acusem de ateísmo porque quero a volta do nome de Largo de Roma. Este nome está ligado também à religiosidade católica, já que foi assim adotado em homenagem a uma capela que existia entre o atual largo e o mar. Capela dedicada a ninguém menos que Nossa Senhora de Roma, ou seja, em última instância, homenagem à Mãe de Jesus Cristo.
Então, por que deixar de homenagear a Mãe de Jesus para homenagear uma beata? Até em termos de hierarquia católica, Nossa Senhora está acima de Irmã Dulce. Mesmo se o Vaticano transformar a falecida freira em santa, ainda assim, a primazia é da Mãe de Cristo.
Ou não?
Por outro lado, no Largo de Roma está viva toda uma tradição cultural nascida com o antigo Cine-Teatro Roma, um local que viu despontar carreiras musicais tão esplêndidas para a história da arte na Bahia como a de Raul Seixas.
Fecharam o teatro pra fazer uma capela (outro "culturicídio", fecham cinemas para fazer templos) e, não satisfeitos, ainda mudam o nome da praça.
Em Feira de Santana os vereadores católicos e evangélicos também pegaram a mania soteropolitana de mudar nome de rua. Só que lá o alvo foi a religião dos orixás. Substituíram nomes como Xangô, Ogum, entre outros, por santos católicos ou termos evangélicos.
Felizmente, o vereador Renildo Brito tomou a luta para si e já está com um projeto de lei que proíbe tais mudanças em Feira.
Esperemos que em Salvador algum vereador se destaque no oceano de marasmo e tome iniciativa semelhante.

terça-feira, 3 de março de 2009

Dinheiro UNE ditadura militar e PT

Alex Ferraz

Quando a UNE realizou um sarau em Salvador, recentemente, quase fui apedrejado pelas ditas lideranças estudantis por ter criticado a absoluta alienação política em que mergulhou a entidade, e sua massa associada, e de cujo congresso de reconstrução tive orgulho de participar, cerca de 30 anos atrás, em Salvador. E por que a letargia daquele que já foi o movimento mais influente do Brasil? Porque os chefes dos estudantes estão nadando em dinheiro oficial e não abrem o bico para criticar o governo Lula. Pelo contrário, ostentam fotos do presidente em seu site.
Vejamos os números: de R$ 199 mil que a UNE recebeu em 2004, no início da "já era" Lula, atualmente o repasse oficial está casa dos R$ 4,5 milhões (2008). E lá vem mais dinheiro: apenas neste mal nascido ano de 2009 (dois meses e pouco!) a conta da UNE já recebeu R$ 2,5 milhões dos cofres públicos.
Então, boca fechada.
Em décadas, o País jamais viveu uma crise social como a de hoje, com centenas de milhares de desempregados nos últimos cinco meses, uma corrupção escancarada com políticos roubando à luz do dia, sem a menor cerimônia, e nomes clássicos da ditadura militar e do coronelismo circulando lado a lado com Lula e seus parceiros, como Delfim Netto, José Sarney, Paulo Maluf e tantos outros. Nunca a educação esteve em tão baixa conta, jamais houve tanta violência e o crime organizado nunca ousou tanto. E os estudantes, que antes iam às ruas fazer quebra quebra até por passagens de ônibus, permanecem mudos, em silêncio tumular e comprometedor.
Aí, eu lembro de uma de numa charge que fiz no jornal"O Inimigo do Rei", que esta turma do blog, mais Eduardo Nunes, Hilda Maria, Sebastião Santa Rosa e tantos outros, fazia nas décadas 70/80: mostrava, de um lado, a Polícia Militar segurando seus cachorros pela coleira, e gritando: "Soltem os cães", e, do outro lado, lideranças do DCE (Diretório Central dos Estudantes) segurando estudantes também por uma coleira e berrando: "Soltem os estudantes!"Quase fui linchado pela diretoria do DCE à época, e fiquei com medo de ser espancado pela PM. Sempre foram massa de manobra, os estudantes. Só que nos anos 1960 e 1970 pelo menos havia um pouco menos de alienação e o próprio regime militar nos forçava a reagir, tal a sua forma acintosa de tolher a liberdade de expressão. Hoje, os estudantes continuam massa de manobra, mas não é preciso mais coleira, posto que, domados e amansados pela ignorância absurda que tomou conta do ensino no Brasil, são dóceis demais.
Daí vem a minha equação do titulo deste comentário: as lideranças atuais da UNE estão se beneficiando, ironicamente, de dois extremos da vida política e institucional brasileira: de um lado, a imbecilização da juventude gerada por décadas de uma educação distorcida e supérflua, fruto da reforma de ensino criada pela DITADURA MILITAR, com interesses óbvios; de outro, as benesses de um governo tido como de esquerda, mas que fez do dinheiro público sua principal arma para conquistar desde políticos a sindicalistas, passando, é claro, pelos estudantes (e pelos miseráveis apáticos e humilhados do Bolsa Família).
Uma fórmula eficaz, que silenciou os movimentos de rua. Já disse e repito: Lula deveria ganhar uma estátua construída, conjuntamente, por banqueiros, militares, sindicalistas e estudantes. Nunca este pais teve tanta "paz" social como agora. Até parece que estamos vivendo na Dinamarca. Pois sim!

O Zero dos Professores

Meus professores ganhavam melhor e ensinavam melhor


Ricardo Líper


Deixei para comentar no início das aulas uma prova a que submeteram os professores, na "locomotiva" do país, como até bem pouco tempo S. Paulo gostava de ser chamado. Os professores que dispõem de diploma ou já estão ensinando há muito tempo não precisam fazer provas. Devia ser, inclusive, proibido por lei submetê-los a qualquer tipo de teste, porque é humilhante. Provas são capciosas, feitas por professorinhas psicopatas que chegam ao orgasmo quando dão um zero. Essa mania que envolve autoridades educacionais de fazer o desgraçado que trabalha no ensino a estudar até a morte, compulsivamente, como todas as manias do meio educacional brasileiro, é uma macaquice equivocada. O que faz um bom professor, informado, dedicado ã profissão, é um bom salário. Não há outro meio. Pós-graduações são uma indústria de pós-graduações. Só isso. Ou para espertalhões que ganham dinheiro com isso ou para neonazistas que acumulam poder em mestrados e doutorados assim como outros privilégios. Se pós-graduações valessem alguma coisa, em um país de doutores como o nosso está se tornando, o produto final, o aluno, não estaria sendo reprovado em todas a instâncias aqui e no exterior. O que faz um bom professor é o orguho de ser professor. E esse orgulho começa com um salário bom. Salário esse que o permita ir ao cinema com regularidade, ao teatro, comprar livros, não ir para sala de aula em trapos como nossas pobres professorinhas atualmente vão e nem preocupados em ter dinheiro para comprar o material escolar dos filhos.
Os irresponsáveis que levaram a educação brasileira a esse estado de miséria humana passarão à história como os coveiros da educação brasileira.
O resto é demagogia, doença mental e autoritarismo. Professor tranquilo economicamente, com carga horária que não o transforme em mula, incentivado a ler, discutir temas em fóruns, em encontros da classe, com muita comida boa, bons hoteis, este será um bom professor.
Eu tive bons professores e muitos desses cretinos que estão vivendo de fazer testes com professores, também. Professoras orgulhosas, bem vestidas, perfumadas, absolutamente responsáveis. Li pela primeira vez Poe, em inglês, no segundo grau, com Miss Aline, uma brasileira professora de inglês. Uma senhora de cabelos azuis que encantava a todos, que a respeitávamos pela maneira que demostrava o saber e entrava em sala como uma grande atriz entra em um palco. Foi antes das milhares de reformas, e de levarem os professores a receberem pouco mais de um salário mínimo.
Os professores atuais merecem nota dez por ainda não terem abandonado as escolas. Se um deles cruza o portão da escola em que ensina, para ganhar por mês um salário de fome, só por isso já merece ter dez com louvor.

domingo, 1 de março de 2009

Carnaval In Door. Cuidado com o que você deseja...

Mineirinho, onde é feito o AxéBrasil, o Carnaval baiano em Minas





Tony Pacheco


O Carnaval 2009, parece, foi um divisor de águas depois que o prefeito João Henrique confessou que é muito dinheiro gasto pra pouco retorno.

Mas o melhor mesmo foi a reação dos "barões da folia", ao ameaçar que se insistirem em taxá-los, eles vão fazer um "Carnaval In Door', vale dizer, uma micareta igual à de Belo Horizonte, onde o CarnaBelô foi expulso da Avenida Afonso Pena e foi parar dentro de um estádio.


Neguinho só não conta o porquê.


Eu conto. O CarnaBelô invadiu o Centro de Belo Horizonte. Só que mineiro é um bicho que tem noção de cidadania. Quando viram que a cidade parava para poder fazer a folia baiana, prejudicando milhares de pessoas, um desembargador obrigou os empresários a abandonarem a via pública e fazer a sua farra "in door" (num espaço fechado).


Aqui em Salvador, eu bem me lembro, quando minha colega de Faculdade de Economia Lídice da Mata foi prefeita (1993-1997), tinha gente no governo dela que começou a questionar a injusta fila dos blocos, que põe os "brancos da terra" no horário nobre e os negros na madrugada. Logo logo, tudo se ajeitaria quando o irmão dela, meu amigo Ari da Mata, se tornou o coordenador do Carnaval.


Mas, durante o mal-estar, já que o governo dela pretendia ser de esquerda, lembro-me que dois empresários ensaiaram um discurso-ameaça: "Se não nos querem em Salvador, vamos fazer o Carnaval dos blocos em Lauro de Freitas". E a imprensa especializada chegou a repetir como papagaio esta ameaça, como se fosse possível uma cidade de ruas estreitas como Lauro comportar aquela estrutura de trios gigantes cercados de cordas por todos os lados...


Agora, o discurso se repete, com nova formatação: os blocos se organizariam num espaço fechado, longe das ruas da Barra.


E eu digo: sabe que seria bom?


O formato atual é altamente excludente em termos sociais. Faz com que o povo da cidade seja eterno coadjuvante de sua própria vida. Por seu intolerável gigantismo, demanda um esforço do Estado e da Prefeitura incompatível com a boa gestão da coisa pública. E, de mais a mais, os moradores da Barra não aguentam mais ficar exilados dos seus lares durante quase dez dias por ano. Pense aí, meu irmão! Você, morador de São Caetano ou do Horto Florestal, se alguém expulsasse você de casa por 10 dias, a troco de nada, você ia gostar? Hem? Foi intolerável em Belo Horizonte e teve que mudar. No Rio e São Paulo já é "In door" há muito tempo, assim como em várias cidades onde há micaretas. Um dia vai ter que mudar aqui também.


Que venha a Arena do Axé ou "Axéna", quem sabe, assim, o Carnaval de Salvador volte a ser de participação popular e dona Luana Piovani não venha dizer, novamente, como todo mundo faz agora, que "o Carnaval de Recife tem muito mais participação popular que o de Salvador".


O assédio moral

Alex Ferraz

Quando eu era menino, tinha devaneios com o ano 2000, com o século XXI. Acreditava, na minha doce inocência, que o ser humano evoluiria lado a lado com as já então evidentes transformações científicas e tecnológicas. Homem na Lua, computador etc., tudo isso, parecia aos meus olhos de criança, caminharia lado a lado com uma fabulosa evolução humana no trato social, mesmo a despeito de naquele momento vivermos uma bestial ditadura militar, contra a qual eu já lutava ainda mal entrado na adolescência.
Como diria um amigo meu: ledo, ledíssimo engano! Não vou aqui - e nem teria espaço, sob pena de maçar os leitores - argumentar com tratados sociais ou filosóficos. Irei à cena comum: em uma loja de venda de celulares, sediada em sofisticado shopping de Salvador, o ambiente é um espetáculo de uma tecnologia que avança vertiginosamente a cada dia. Piscam leds, aparelhos com design futurista (ou este termo já é retrógado?) enchem as vitrines e os olhos de ávidos consumidores.
Mas por trás de tanto avanço, manuseando para venda um desses aparelhos que só faltam falar sozinhos, estão funcionários tratados a pão e água pelos seus superiores. Aliás, antes fosse a pão e água.Muitas vezes, não há pão, sequer água. São violentados por um assédio moral medieval, do tempo em que o amo levava a tiracolo seu escravo e o chicoteava em público. São explorados no horário de trabalho, aviltados por salários que destoam completamente das imensas fortunas que as empresas desse ramo faturam, e ainda por cima têm que ouvir de gerentes: "Vocês aqui são apenas números."
Mas não é só na loja de celular, cujo cenário adotei por mostrar claramente a estúpida diferença entre os avanços tecnológicos e o monumental atraso social deste país. Lojas de grifes famosas são outro exemplo. Gerentes que sorriem servilmente para os branquinhos filhinhos de papai que ali vão deixar uma boa grana, até que tratam bem os funcionários na frente do cliente. Mas quando este dá as costas, o inferno retorna: os empregados são proibidos de sair até para mijar. Nos períodos de grandes vendas (Natal, por exemplo), são exigidos à exaustão, principalmente se fizerem parte do famigerado contingente do "emprego temporário", sobre o qual a imprensa algumas vezes tece loas patéticas.
As ditas autoridades da área trabalhista nada fazem. Uma fiscalização pífia é realizada quando o assunto consegue chegar à mídia - antes de ser censurado - e pronto. Naquele momento, finge-se tudo. O gerente ameaça o empregado, que não quer, não pode perder o emprego, e todos atuam num teatro mambembe, mas que "convence" o fiscal, que, por sua vez, já foi ali sabendo da encenação, até por conta da sua experiência. O fiscal é mais um que sabe que nada vai mudar.
E quando pensam que pelo menos com os colegas podem se dar bem, esses escravos do século XXI topam com a faceta mais nojenta do caráter humano: a traição, seguida de sua irmão gêmea, a covardia. Quem se queixa é visto como um"problema" (assim como os que se destacam na venda também sofrem tremenda pressão dos colegas, que os humilham na frente dos clientes). Ah, agora entendi: é desse contingente mau caráter também entre os empregados que, certamente, surgem os futuros gerentes, mantendo a tradição do trato animalesco.
Para glória do dono do comércio, provavelmente bebericando antecipadamente o champanhe de fim de ano em algum país civilizado da Europa, onde o empregado é tratado como gente (existe?).