sexta-feira, 31 de julho de 2009

O capitalismo oligopolista brasileiro

ou: de porquê a gente paga sempre os maiores preços do mundo por tudo que consumimos no Brasil - computadores, carros, passagens aéreas etc. etc. etc.

tonY pachecO

Sempre tive curiosidade de entender o funcionamento das estruturas econômicas, por isso mesmo, meu primeiro curso universitário foi nessa área, na Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas.
Uma das primeiras lições que aprendi foi que em países onde oligarquias comandam a política, a economia funciona com outra palavra começada com “oli”, os oligopólios.
É assim no Brasil, é assim em Uganda, é assim nas Filipinas.
Os oligarcas emprestam sua visão de mundo para a economia. Eles se juntam para dominar os povos e os empresários os imitam se juntando para explorar descaradamente os consumidores.
Vivo denunciando aqui o oligopólio das montadoras de carros no Brasil e, claro, dos donos de concessionárias. Eles se juntam e os carros acabam tendo, todos, os mesmos preços. Não é como nos EUA, Canadá, Europa Ocidental ou Japão, onde uma montadora lança um carro mais moderno, mais equipado e econômico e usa um preço abaixo da concorrência para vendê-lo. Não, aqui todas as montadoras cobram os mesmos preços por carros basicamente iguais. A concorrência é nenhuma.
Na Bahia, juntaram-se os donos de postos de gasolina (segundo as más línguas, muitos deles, políticos, o que corroboraria meu raciocínio inicial, de que oligarca só pode gerar oligopólio) e o que se vê é os postos cobrando os mesmos preços altos.

OLIGOPÓLIO NO AR

Ontem, tive esta experiência de enfrentar o oligopólio das companhias aéreas. Elas “se queixam” de concorrência, mas, na verdade, estão mancomunadas.
Não bastasse o Brasil ter passagens aéreas custando o dobro do mundo civilizado, elas se juntam para, como no atual momento, cobrar o triplo ou o quádruplo.
Vejam o exemplo real, que é melhor que bolodório: uma passagem aérea de Salvador para Belo Horizonte custa R$588 na Trip Linhas Aéreas; na Gol, custa também, R$588; na nova empresa Azul, que veio para “revolucionar o mercado”, custa R$617; e na TAM, R$738. As outras três só são um pouquinho mais baratas porque não têm serviço de bordo e fazem escalas.
E, aí, o internauta pergunta: “Caralh..., e as promoções que eles vivem dizendo que estão fazendo?”
Ora, é para meia-dúzia de sortudos que ligam aleatoriamente. Sempre que você chega no balcão lhe informam: “A promoção acabou”.
E, aí, vem a outra pergunta: “Mas não existe uma agência reguladora do governo para impedir o oligopólio?”
E eu respondo: como é que um governo que representa oligarquias que mandam no País há 509 anos vai repreender oligopólios que pertencem a estas mesmas oligarquias?

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