sábado, 18 de julho de 2009

Da série Brasil, Brasil, terra de sucuri se existe inferno o inferno é aqui


Por um inferno menos quente

Ricardo Líper

Uma viúva aposentada de mais de oitenta anos. Com artrose. Precisou atendimento de médicos. Passaram dois remédios para se comprar. Um antidepressivo de R$ 113,44 e Condroflex de R$68,30, que ela não pode usar porque lhe provoca disenteria. Como ela tem uma aposentadoria acima de mil reais, lhe cobram um Imposto de Renda grande, afinal, ela não tem uma ONG para receber dinheiro das empresas estatais. E agora, José? Mas não estou dizendo que o atual governo é o horror. Não. É um herdeiro da senzala. Ocupou a casa grande e pouco faz pelos escravos. Uma elite substiuiu a outra. Tudo bem. A antiga ainda está aí conchavada. Associada. Mas era a mesma coisa. Sei que é assim e só a história, e no Brasil será coisa de 100 anos, poderá resolver. Agora, para aliviar a temperatura do inferno em que vivemos, a atual elite devia ser mais tolerante, dividir um pouco o bolo. Empregar mais, fazer mais favores, pessoas com essa idade ter um tratamento diferenciado no Imposto de Renda. Nos chicotear, mas menos vezes e com um chicote menos duro. Lula é bom para entender essas coisas. A sucessora parece ser mais alucinada e no seu delírio pode até pensar estar refazendo a realidade em direção do paraíso. Na real recebe um bom dinheiro de uma estatal (R$70 mil mensais) segundo diz a imprensa burguesa, vendida ao capital estrangeiro, cheia de agentes da CIA e do FBI etc. etc. etc. A sucessora não é mole. Já teve uma novela com esse nome? Bem, vamos todos comer um pouquinho para aliviar o calor do inferno.Mamem nas tetas grossas mas deixem as mais fininhas com o fim do leite também para a gente mamar um pouquinho. Só um pouquinho. Ou não? Eu sei, não estamos no paraíso. Cabe a mim apenas chiar. Ter esse pequeno prazer de choramingar... É a conselho médico. Acreditem. Se não fico muito estressado, descrente de todos e de tudo e quem sabe até pensando em me auto-exilar na Finlândia.

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