segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Venezuela. E lá vamos nós. De novo.


Tony Pacheco

O que se previa aconteceu: Hugo Chávez ganhou o direito de se reeleger quantas vezes quiser para a presidência da Venezuela. Num país onde o Judiciário é servil ao presidente depois que ele desmantelou, de 1998 até agora, todo o aparato judicial venezuelano; onde o sistema unicameral faz com que toda a Assembléia (nome do Congresso Nacional de lá) vote com ele o tempo todo e onde os meios de comunicação são controlados estritamente pelo Estado (a última cadeia de televisão independente, a RCTV, foi fechada por Chávez em maio de 2007, ao não ter sua concessão renovada), pode-se dizer que Hugo Chávez tornou-se o Fidel Castro da Venezuela.
Agora, controlando o processo eleitoral e não permitindo nenhum tipo de oposição, governará enquanto vida tiver, pois, tal como no Brasil, tem um sistema de "Bolsa Família" até mais extenso que o nosso, pois dá casa, comida subsidiada, escola gratuita, gás de cozinha e até roupas para as camadas mais pobres da população.
O mais curioso neste sistema que a "esquerda" engendrou para a América Latina, é que o nível de vida da população nunca sobe. É como a Igreja Católica dominou a Europa por mil anos. Insuflando o natalismo e impedindo o crescimento econômico das camadas populares, mantendo, assim, uma horda de miseráveis que depende em tudo do governo.
É a maneira perfeita de se manter no poder sem contestação: educação de péssima qualidade, salários baixíssimos e meios de informação controlados.
O poder de Chávez começou em 1998 por culpa do FMI, que implantou em 1996, à força, medidas neoliberais nos moldes das de Fernando Henrique (o presidente de lá era Rafael Caldera na época). O povo foi às ruas, revoltado com a pobreza e o desemprego, e dois anos depois Chávez foi eleito.
Agora, podem escrever: a maioria dos países latino-americanos seguirá o caminho da Venezuela. Nos próximos anos vão pipocar plebiscitos por toda parte para perpetuar caudilhos pseudo-esquerdistas no poder. Aproveitemos, pois, os últimos dias de liberdade.

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