quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Governos alimentam a crise

O que a maioria das pessoas ignora é que em países emergentes como o Brasil, Rússia, China e Índia são os governos as verdadeiras locomotivas da economia. E por quê? Porque eles realizam a maior parte das compras no mercado e, de longe, são os maiores empregadores.
Falar em enfrentar a crise mundial, portanto, tomando qualquer medida de contenção de gastos, neste momento, é combater incêndio jogando gasolina na base da chama.
Os governos federal, estaduais e municipais no Brasil estão fazendo exatamente isso: enquanto o presidente Lula exorta a população a continuar consumindo (o que é corretíssimo em termos de análise econômica, pois se todos começam a poupar, a economia pára, a indústria desacelera e o desemprego se instala), o governo federal não repassa os recursos aos estados e municípios. Os governos estaduais estão cancelando contratos de obras, cortando salários de funcionários e demitindo outros. As prefeituras resolveram "enxugar" suas máquinas administrativas. Tudo a pretexto de surfar na crise sem levar uma "vaca".
O que as três instâncias de poder no Brasil estão fazendo, portanto, é tornar aguda a crise. Pois se os governos são quem mais compram tudo no mercado, ao promover o "enxugamento" estão, em verdade, engessando a economia e desestimulando os empresários a investir, seja no que for, porque o maior comprador está reticente.
Resumo, enquanto os governos mandam que gastemos para manter a economia andando, eles mesmos paralisam todas as suas iniciativas, fazendo a economia parar.
Ou é esquizofrenia ou é incompetência. Decidam.

Tony Pacheco

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