Capa do livro sobre "Roubo e Genética" do Dr. Epaminondas
Ricardo Líper
Uma das maiores autoridades acadêmicas de Cretinolândia é o Dr. Epaminondas. Chefia departamentos importantes, é doutor e pós-doutor. Manda como um marajá na única Universidade de Cretinolândia. "Sou da área de saúde", como diz, em um português imitando o de Portugal. Na realidade, seu forte é a genética. Seu grande projeto era mostrar que os cretinos, habitantes de Cretinolândia, devido descenderem diretamente de ladrões perigosos da Europa, eram corruptos e roubavam compulsivamente. Desde os garotos que vendiam cafezinho até os mandatários. E, aí, ele se incluía, revelando, com uma sinceridade desconcertante, que através de tráfico de influência recebia fortunas por pequisas que nunca terminavam e eternas bolsas de pesquisas dos órgãos acadêmicos do país. Aliás, os genes da corrupção eram seu grande argumento para explicar a roubalheira desenfreada no país. Em conferência no Brasil, em uma grande Universidade de S. Paulo, quase foi expulso porque queria estender a pesquisa também ao Brasil, alegando que os nossos antepassados eram degredados também. Com a sala tumultuada, argumentava que a genética se metia em explicar tudo, desde a crença em Deus até pederastia, porque não o roubo? Com explicar o motivo de um sujeito que tem emprego, come bem, dorme bem, político de renome ou professor prestigiado de um Universidade pública roubar? Não conseguir parar de roubar? Ficava, em pé, debruçado na mesa, olhos esbugalhados. Hem? Hem? Hem? Colérico, voz de gigante, ameaçava dar o nome de professores, acadêmicos de nome, brasileiros cantados em prosa e verso, arrolados na sua pesquisa sobre corrupção acadêmica. Inédita no mundo. Termo cunhado por ele, corrupção acadêmica, para estender suas pesquisa aos DNAs de seus colegas na América Latina. "Nos nossos países é genético" - gritava se referindo ao roubo - "É genético."
se corrupção é genético, a pobreza encontrada nos quatro quadrantes desta ilha (cretinolândia) deve ser genérica...
ResponderExcluirLembrei de uma entrevista que fiz com Morel em São Paulo, quando ele falou sobre esse mal, que também padece sobre intelectuais anarquistas... :-)
ResponderExcluirJa tenho as mudas de citronela,ale com Alex e pegue meu tel
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