tOny pachecO
Ligo o rádio pela manhã, cedinho, e uma senhora, em prantos, reclama, no ar, que policiais maltrataram seu filho e sua filha. Depois, abro os jornais de Salvador e vejo o caso de duas garotas, uma de 16 e outra de 13 anos, que foram torturadas e decapitadas. Avanço algumas páginas, e leio que o policial civil foi fuzilado num posto de gasolina junto da Rodoviária, na frente de clientes e funcionários. E mais adiante, leio que quatro homens fazem um arrastão em Plataforma no sábado à noite, matando um rapaz de 19 anos e ferindo um outro de 16 e ainda uma mulher. E pra não dizer que violência é exclusividade das madrugadas dos bebuns e dos bairros populares, no "chiquerésimo" Corredor da Vitória, um senhor de 73 anos foi assassinado e encontrado pelos filhos no domingo de manhã. Já no finzinho do domingo, 23 horas, no Nordeste de Amaralina, um menino de 10 anos levou bala numa operação policial e terminou morto.
Já, na Federação, o domingo à noite foi "animadésimo", com três baleados no mesmo local.
E aí vou na seção de cartas de um jornal e leio que um poeta de nome Valdeck, diz que "A cidade de Salvador não tem mais jeito, não. Moro aqui há 20 anos e só a vejo piorar a cada dia em relação à segurança. Vou sair daqui e morar num lugar mais tranquilo, pois já perdi as esperanças": em quem será que o poeta votou em outubro?
E aí eu me pergunto: por que a população baiana não liga o caos no setor de segurança pública à questão política?
"É a ignorância, seu idiota", me disse um amigo escroto outro dia.
É, porque, se bem me lembro, de cada 10 eleitores baianos, 6,2 acharam que esta segurança pública está perfeita e votaram em outubro na continuidade deste modelo. Somente 3,8 eleitores votaram contra.
E aí, o meu amigo escroto, diz em alto e bom som: "Esta maioria esmagadora de 62% tem mais é que se lenhar, não é verdade?"
Vixiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!
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enquanto isso o governador carioca compra um hilicoptero novo de milhoes e milhoes de reais. e com o nome dele GJW.
ResponderExcluirnóis merece
estamos pagando um preço muito alto pela teimosia de viver num sistema econômico baseado numa competição desmedida; e que redunda na exploração do outro e na exclusão da maioria do uso fruto das riquezas produzidas por todos...
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