domingo, 1 de novembro de 2009
E.C. Bahia - Decadência de um campeão - I
Paulo Maracajá Pereira: nos seus 22 anos, o Bahia foi campeão 17 vezes e trouxe o título nacional de 1988. Já tem muita gente com saudade!
Marinaldo Mira
O tema nas rodas esportivas é a decadência do Esporte Clube Bahia, o “Bahêa”, como gritam os torcedores. A situação é crítica, preocupante mesmo. Quando conheci a estrutura do Bahia, foi no início dos anos 90, escalado pelo saudoso Genésio Ramos, então editor de Esportes de A Tarde, para fazer a cobertura do clube. O Bahia era um clube vencedor. Quem o enfrentava na Fonte Nova, vinha pensando em pelo menos levar o empate, e, era um bom negócio! Hoje é diferente. O mundo mudou, e no futebol as mudanças são rápidas também. Não adianta ser campeão e não ter competência para jogar contra “pequenos” ou médios, e vencer.
Primeiro clube brasileiro a ganhar um torneio nacional, a Taça Brasil em 1959, ano em que venceu, na final, o Santos de Pelé, o Bahia é o primeiro clube brasileiro a disputar a Taça Libertadores da América , em 1960. É o primeiro clube nordestino a possuir maior média de público no Campeonato Brasileiro, aliás, foram três vezes: 1985, 1986, e em 1988, quando foi campeão nacional. O Bahia é o primeiro clube nordestino a estabelecer recorde de público em todas as divisões do Brasileiro: em 2007, o clube estava na Série C, quando colocou em média 40.700 torcedores na antiga Fonte Nova, ano do desabamento de parte da arquibancada.
Porém, nada disso adianta agora, pois pela segunda vez em sua história, o clube mais tradicional do Nordeste encontra-se à beira da Série C, a famigerada Terceirona, ou o “fundo do poço” do futebol brasileiro. As redes de TV ignoram a Série C. As partidas simplesmente não são transmitidas. Os gols nem passam nos programas de esportes nacionais, aparecem apenas os resultados, no rodapé da telinha. É dureza mesmo!!! Pagamento de cotas de TV, nem pensar. Se rolar pagamento, são somente migalhas.
Como explicar essa situação do clube mais querido dos baianos? A rigor, a decadência do Bahia completa 12 anos em 2009. Em 1997, o Tricolor “caiu” para a Segunda Divisão, mas por meio de uma “virada de mesa”, em 2000, dirigentes rasgaram o regulamento e recolocaram o Bahia e o Fluminense, também rebaixado, de volta à “elite” (Primeira Divisão ou Série A) para disputar o Brasileiro, a chamada Copa Havelange, na época. Em 2001, o time chegou a se classificar para as finais do Brasileiro. No ano seguinte, nova queda de produtividade e, em 2003, acabou rebaixado, novamente. Um golpe duro para a fiel e apaixonada torcida.
Em 2005, o Bahia e o rival Vitória foram mais para baixo ainda, rebaixados para a Terceira Divisão. Em 2006, sem sucesso, permanece na Terceirona. Em 2007, o Bahia foi vice da Terceirona, após boa campanha, perdendo o título na última rodada, já classificado, e retornou à divisão intermediária (Série B). Os torcedores sofreram literalmente outro duro golpe, em 2007. Infelizmente, o clube perde a Fonte Nova com o desabamento de parte do anel superior que resultou na morte de sete pessoas. Em 2008, permanece em 10º lugar na Série B. Sem a Fonte Nova, teve que jogar em Feira de Santana, sem apoio da torcida.
A decadência de um campeão – II (ou De volta para o futuro no Fazendão)
Para a torcida tricolor, a responsabilidade pela situação do Bahia seria a incompetência administrativa dos dirigentes. Alguns atribuem a situação ao ex-presidente Paulo Maracajá, que – segundo argumentam - depois de ele ter deixado o clube, continuou “mandando” nos sete presidentes que foram eleitos na sucessão. Ora, ora, teria Maracajá tanta influência e poder para mandar na cabeça de sete presidentes, indicar contratações de jogadores, treinadores e nos destinos do clube? Para o torcedor sensato isso é discutível, muito discutível.
Amado por muitos e odiado por tantos outros, o ex-presidente Paulo Virgílio Maracajá Pereira, ou simplesmente Maracajá, volta a ser lembrado pela torcida, que atualmente sofre, com novo risco de ver o clube rebaixado para a Terceira Divisão. Acostumada a conquistas, a apaixonada torcida não aceita a situação atual do clube, que há mais de seis anos não ganha títulos, e ainda ‘passeia’ pela parte de baixo das tabelas de classificação das competições. “O Bahia era feliz com Maracajá e não sabia”, cita um torcedor.
Qual a razão da lembrança de Maracajá? Simples, mesmo com seu modelo de gestão, apontado por opositores como superado, e desgastado com o passar dos anos, o ex-dirigente, no período que presidiu o clube, não permitiu queda do time para divisões abaixo da chamada “elite”. Na era de Maracajá na presidência, o Bahia não amargou rebaixamento, embora chegasse até a ser ameaçado, mas reagiu e escapou. O dirigente da época romântica dos chamados ‘cartolas’ teve uma trajetória de conquistas, enfrentou crises administrativas, contudo em sua gestão de 1973 a 1994, ganhou o Brasileiro de 1988. Nos 22 anos, o Bahia foi campeão baiano 17 vezes, na categoria profissional, 17 vezes campeão no Junior. E, a marca do “cartola”, conseguiu, com “jogo de cintura” que o Tricolor entrasse no chamado “Clube dos 13”, entidade criada pelos ‘grandes’ clubes, e que não queriam admitir equipes consideradas de porte médio. Eram 12 clubes, do Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, que venderam a alma para as redes de televisão, que agora mandam e desmandam, até nos horários dos jogos.
Defensores de Maracajá recordam que ele, com um golpe de mestre, encaixou o Bahia, como o 13º clube. Para os opositores, o dirigente fez sucessores ao deixar a presidência “teoricamente” e continuou mandando. Outros, no entanto, acreditam que Maracajá de fato ajudava com sua experiência, mas, a rigor, quando era ele o presidente, os resultados eram outros.
O clube revelava jogadores, como a equipe de 1988, que tinha 90% do grupo formado no Fazendão. Como consequência, pela primeira vez, o tricolor teve três jogadores convocados de vez para a Seleção Brasileira, Charles, Bobô e Zé Carlos. Na era Maracajá, o Bahia revelou ainda Luiz Henrique, que surgiu na Catuense, e chegou à Seleção Brasileira. Nos últimos dez anos, o clube revela pouquíssimos jogadores, sendo Daniel Alves (atualmente no Barcelona), uma das exceções.
Mas existe uma “luz no fim do túnel” (que jargão!!!) para o Bahia de hoje? Existe sim, aplicar a velha fórmula de Maracajá, em 1988: recorrer à divisão de base, fazer investimentos na garotada, e buscar no Fazendão os seus craques e formar equipes fortes. “Vâmo salvar o Bahêea”.
P.S.: Marinaldo escreveu este artigo a convite de Tony Pacheco.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
e eu com isso.........
ResponderExcluirVITÔÔÔÔRIA!!!!!!!
solidariedade libertária!!
ResponderExcluir“quanto maior for a ânsia de poder de alguns,
mais necessário parecerá aos
outros competir ou submeter-se,
para que possam sobreviver.
Muitos se tornam cruéis e impiedosos
e outros vivem amedrontados”.
Paul Goodman
solidariedade aos "compas" da FAG/ rgs, que tiveram a sua sede em porto alegre invadida pela governadora yeda crusius, comandante em chefe da guarda policial do estado sul grandense...
é de se lamentar que este ato de barbárie comandado pela crusius (psbd), que no afã de silenciar às vozes que discordam de sua gestão à frente da administração pública do estado gaúcho, usa da violência física e psicológica contra os integrantes da Federação Anarquista Gaúcha e, também, outras organizações (MST/rgs; sindicato dos professores etc.) do movimento popular.
conclamamos a todos para registrar o seu ato de agravo contra essa senhora (yeda crusius), que por ações violentas tenta ressuscitar priscas eras adormecidas, mas não esquecidas em nossas memórias...
época, essa, em que a repressão e a tortura faziam a dobradinha no nosso cotidiano e andavam de mãos dadas pelas quebradas da vida, pois era essa a linguagem corrente entre os que controlavam o poder político (estado) e a população que sempre há de clamar por pão, tesão e autogestão.
Não tá morto quem peleia!
Federação Anarquista Gaúcha
Contato:
fag.solidariedade@gmail.com
Olá, amigos do Inimigos do Rei,
ResponderExcluirFoi um prazer rever o texto, a investigação e as opiniões do jornalista Marinaldo Mira estampados neste espaço. Trabalhei junto com Marinaldo em 1982, na Assessoria de Comunicação da SSP, sob o comando do delegado e jornalista Antônio Matos(Nininho). Uma época de muito aprendizado e de covívio profícuo com figuras como Walmir Palma(Sorete)Raimundo Machado, Silveira,Guedes, China, Raimundinho, enfim, colegas que me abriram caminhos e transmitiram ensinamentos que utilizei ao longo da vida.
Marinaldo, amigo, você é uma figuraça!
Boa sorte.
Dirceu Góes
alguem inteligente podia acabar com estws dois timecos da bahia, o baêa e o vitória e a gente nunk + ia ter merda de futebol nesta cidade. ia ser bom d+
ResponderExcluirnão nois não queremos acuza nemgem nois so queremos o nosso prezidente paulo maracaja no nosso bahia pra nois volta a ser campião novamente depois que ele deixou o bahie nois não fomos mais campião por isso pedindo que ele volta a ser prezidente do bahia novamente ele e um vencedor nuca foi fegreis do vitoria como essi atuao agora ta sendo nssa atuau todos tocedo do bahia esta pedindo para que ele volta a ser prezidente do bahia nos contamos com voce paulo maracaja assado antonio
ResponderExcluir