sábado, 12 de setembro de 2009

De drogas, política e polícia

Alex Ferraz

Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.

Primeiro, confesso que morri de inveja do meu amigo Tony Pacheco. Ao abrir este blog para postar comentário sobre a questão da legalização das drogas, o que vejo? Um brilhante artigo de Tony, que esgotou o assunto. Assino embaixo.

Acrescento apenas que a tradicional família brasileira (e, de resto em muitas outras partes do mundo) reage trêmula, em pânico, diante da simples expressão "legalização das drogas", mas aceita, calada, conformada, o verdadeiro genocídio que acontece à sua volta por causa do tráfico.

POLITICAGEM EXPLÍCITA

Na Bahia, como, de resto, em todo o País e em todos os tempos (Lula só fez continuar o que os coroneis já faziam), um festival de oferta de cargos no governo do Estado em troca de apoio de siglas, na busca por mais tempo na TV durante a campanha de 2010e de cooptar prefeitos e sobreviventes do Bolsa Família que seguem à risca o que eles ordenam, no interior.

A coisa chegou a tal ponto que ninguém, inclusive na imprensa, apresenta mais currículo de novos secretários. Não se fala em experiência técnica, doutorados, nem mesmo formação básica, em conhecimento, por mais bizarro que seja, do mister da pasta que assumem. Tudo é tratado na base do "Fulano é do partido tal", "Sicrano vai trazer apoio da sigla tal" etc.

Em nível nacional, as alianças esdrúxulas continuam. O PCdoB, no qual militei quando ainda pré-adolescente, em plena ditadura, e pelo qual viajei a Bahia inteira, menor de idade, carregando panfletos e jornais "altamente subversivos", em ônibus comuns e submetendo-me à sanha dos agentes da Polícia Federal, filia agora...Um delegado da Polícia Federal!!!

O PV já está em busca de Fleury Filho, notório direitista radical, ex-governador de São Paulo e filho de um dos mais execráveis torturadores da ditadura, o Fleury pai.

Mas tudo são estratégias, como foi estratégia Lula unir-se a Collor, Renan e Sarney.

E os tolos (para não dizer imbecis) que ainda acreditam em siglas e programas partidários ficam de olhos arregalados. Ou não, pois de tão tolos podem não estar percebendo coisa alguma.

FREUD EXPLICA

Não sou psicanalista, como o é meu amigo Tony Pacheco, e para quem deixo aqui a deixa para, quem sabe, um longo artigo sobre a insistência do secretário de Segurança Pública da Bahia em afirmar que "aqui tem comando" e do governador Wagner em bradar que "não vamos nos acovardar." Nada mais digo, nem me foi perguntado.

7 comentários:

  1. Olá,

    Não tem mais jornalismo investigativo na Bahia não ? Teve algum dia ?

    Os 11 "bandidos" que morreram em confronto com a polícia eram mesmo bandidos ou assim são tratados por estarem definidos dessa forma nos BOs policiais ?

    Nem se usa mais a palavra "supostos"...

    Fico lembrando das aulas de Ética e Jornalismo na faculdade... e me pergunto se a questão é ficar na boa com o governo, e com a "opinião pública"*, ou é somente preguiça de pensar, e analisar criticamente, dos jornalistas que escrevem para as páginas policiais.

    * A opinião de quem publica... :-)

    um abraço,

    Carlos Baqueiro

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  2. um pequeno adendo:

    onze pobres, pretos e feios...

    ass.: tavares

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  3. E os PMs baleados nos módulos do Uruguai e Ribeira, eram ricos , bonitos e brancos? e a viatura que recebeu tiro de calibre 12 na paralela? por que essa afinidade doentia com o mal? brasileiro parece que tem Síndrome de Estocolmo: é assaltado, sequestrado, mas mesmo assim ama bandidos.
    Ah, entendi, os 12 que morreram tinha ligação com o tráfico, e são traficantes que abastecem a FACONHA,de onde sairão seus eternos clientes, mesmo depois de formados...
    Depois dizem que Gilmar Mendes está errado. Cozinheiros são muito mais úteis que vocês.

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  4. Os 51 PMs mortos em 2008 não mereceram uma linha do senhor tavares? Não sabia que ser preto, pobre e feio concedia a alguém uma aurea de moral superior, isenta de defeitos de caráter.
    Aliás, o caseiro Francenildo é feio, mulato e pobre, mas os donos do poder tentaram plantar um "fragrante" nele, não conseguindo por pouco. Onde estão os defensores daquele oprimido?
    Só aqui que traficante armado, com ficha criminal extensa é reduzido a preto, feio e pobre. Se fosse matar, em Salvador, todo mundo que é feio, preto e pobre, a polícia já teria dizimado 90% da capital, inclusive nos seus próprios quadros.
    PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER.

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  5. Vamos legalizar, enquanto o mundo todo (execeção da Holanda) proíbe a droga. O Brasil, cujas fronteiras não são nada seguras, seria o maior entreposto de tráfico do mundo.
    Colombianos, bolivianos, peruanos, nigerianos..que beleza: "mulas e viciados de todo mundo, uni-vos aqui". Que sonho, uma grande woodstock com 8 milhões e meio de quilometros quadrados.

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  6. Trecho do blog de R. Constantino:

    O comunista Trotsky afirmou: “Os jornais são armas. Eis porque é necessário proibir a circulação de jornais burgueses. É uma medida de legítima defesa!”. Seu colega revolucionário, Lênin, foi na mesma linha: “Por que deveríamos aceitar a liberdade de expressão e de imprensa? Por que deveria um governo, que está fazendo o que acredita estar certo, permitir que o critiquem? Ele não aceitaria a oposição de armas letais. Mas idéias são muito mais fatais que armas”. Esta mentalidade pariu a União Soviética, e parece ser o rumo desejado por alguns latino-americanos.


    È essa gente adoradora de ditadores que quer falar de jornalismo investigativo na Bahia.

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  7. UMA coisa foi o contexto de contra-revolução a que os revolucionários russos tiveram que derrotar entre 1917-1924. Lenin, Trotsky e Marx (que escrevia p/ jornais) defendiam a liberdade de informação. Não existe socialismo sem democracia. Agora o contrário é verdade. Hoje a gente vive uma democracia?!
    Alguém nega que o povo é bombardeado diariamente por uma série de jornais e grupos de mídia que distorcem a informação, deturpam os fatos e só dizem o que interessa a eles e a seus patrocinadores?!
    Hoje existe que democracia nos meios de comunicação nesse país? Nenhuma, ou quase nada. Não há democracia nenhuma em uma país como o Brasil, em que apenas 09 famílias (NOVE apenas) dominam mais de 90% de toda a mídia impressa, televisiva, virtual, etc... E tudo isso em um escandaloso atentado às mesmas leis "democráticas" que nos regem hoje. Segundo a Lei nenhum político poderia ter concessão de mídias, mas todos sabemos quais são os grandes aliados da Rede Globo, Tv Bandeirantes etc... Aqui no Pará, Jáder Barbalho é dono do sistema RBA (Rede Brasil Amazônia de Comunicação - afiliado à Band e do Jonal de maior circulação: Diário do Pará), bem como os Sarney's são donos do Sistema Mirante (afiliado à Rede Globo no Maranhão), o senhor Renan também é dono; o senhor Collor, os ACM's na Bahia... e por aí vai...

    Esse sistema atual é antidemocrático e excludente!!! Uma verdadeira mudança é possível e necessária. E discordando do final apenas do artigo, acho que não há outra forma de mudarmos que não seja através da organização partidária. Concordo que a grande maioria dos partidos atuais não serve, por isso estou na contrução de uma nova alternativa política no país, o PSOL, bem como construindo junto com milhares de trabalhadores uma nova ferramenta sindical, que possa ter democracia, autonomia e independência frente aos governos e patrões: a CONLUTAS.
    Tenho também um blog e seria um prazer se pudessem acessar: alemdafrase.blogspot.com.

    Há braços na luta!

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Se vai acusar alguém nominalmente, identifique-se e anexe as provas. Não vamos pagar indenização na Justiça por acusações que não fizemos.