domingo, 10 de outubro de 2010

Vamos nos queixar ao bispo?

Alex Ferraz



Por definição constitucional (o que, aqui, não quer dizer nada, aliás), o Brasil é um Estado laico. Isso significa que devemos ser geridos por uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública. Ou seja, que sigamos o que nos dita a nossa consciência (seja no caso em que se creia ser ela divinamente inspirada ou quando se acredite ditada pela razão, intuição, estética ou qualquer outro processo pessoal), em vez de seguir ou obedecer cegamente às regras, hierarquias e autoridades morais ou eclesiásticas de uma religião organizada. Esta é a fórmula que rege as sociedades contemporâneas.
No entanto, temos os dois principais candidatos à Presidência da República engalfinhando-se para provar quem é o mais crente (e crente, aqui, abrange toda a acepção da palavra, ou seja, pessoa que acredita em algo, no caso uma religião, seja ela católica, evangélica, espírita etc.). E para isso, não só renegam, implicitamente, suas origens de esquerda, já que não dá para conciliar crença religiosa com MATERIALISMO histórico marxista, como não titubeiam em negar posições já claramente assumidas (tanto Dilma como Serra já se revelaram, sim, claramente a favor do aborto) nem em ficar em cima do muro ou mesmo negar, também, seus louváveis conceitos anteriores em relação à homossexualidade, ou seja, passam a admitir a homofobia, no momento em que refutam qualquer posição favorável aos casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Ambos os candidatos estão disputando as dezenas de milhões de votos controlados por evangélicos ou católicos neste país, para citarmos apenas as duas maiores correntes religiosas. Dos dogmas religiosos também não escaparíamos, é obvio, se eleita tivesse sido a evangélica Marina.
Bem, das duas, uma: ou estamos diante de um governo indiretamente exercido por grupos religiosos (o que é comprovadamente danoso e retrógado, medieval), a ponto de "converter" radicalmente as posições civilizadas os dois candidatos, ou os dois postulantes ao maior cargo público da nação estão mentido. Qualquer das hipóteses é assustadora. O Irã que o diga!

3 comentários:

  1. eu diria que estamos diante de dois caras de pau...

    como os camaleões, muda de cor conforme as suas necessidades imediatas: o nosso voto!!!

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  2. Se o voto não fosse obrigatorio eles não precisariam mudar tanto de "cor".
    Tem que acabar com o voto obrigatorio, esses eleitores songo-mongos teriam vergonha de sair de casa pra votar e os debates entre candidatos seriam mais sinceros e realistas.

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  3. é claro que estao mentindo meu caro washington, meu elementar ALEX, fundamental pra lida diária ler os inimigos, e o voto obrigatório é o ó.....eu voto nulo meu cumpade ..nao gosto de falácias, mentiras e engodo, e muda-se o vento a tempestade jamais - nenhum dos dois merece ganhar - VOTE NULO PREGUE O VOTO NULO POXAAAAAAAAAAAAAAAA...............

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Se vai acusar alguém nominalmente, identifique-se e anexe as provas. Não vamos pagar indenização na Justiça por acusações que não fizemos.