Não é só aventura. Este Robin Hood é uma excelente reflexão política.
tOny pachecO
Já que o fim de semana pode ser de chuva, voltamos aos nossos bombons cinematográficos e aproveitando que o partido que nos governa e adora cobrar impostos pretende ficar mais e mais anos no poder, é bom refletir sobre o povo inglês, cujos heróis lutaram contra impostos injustos desde o séc. XII, coisa que o brasileiro, um povo carneiro, não se toca. Em cada 10 dias corridos, trabalhamos 4 para os governos federal, estaduais e municipais e o Chefe/Deus ainda acha pouco e pretende ressuscitar a CPMF...
1) “Robin Hood”, direção de Ridley Scott (aquele que dirigiu o “meu” melhor filme de todos os tempos, “Blade Runner”), com Russel Crowe. Você deve estar torcendo o nariz. Eu também torci. Mas o filme é em tudo diferente de minhas e das suas expectativas. É uma reflexão política, não é uma história para adolescentes nem crianças. Mostra o nascimento da consciência política do povo inglês, não por acaso, o primeiro povo a exigir de seus governantes compromissos com liberdade e transparência nos gastos públicos. Ótimo para nós, brasileiros, refletirmos. Nós, que somos um povo que gasta 40% do nosso ano trabalhando para pagar impostos para um governo que taxa tudo que consumimos e no final do ano ainda nos cobra Imposto de Renda e que ainda pretende ressuscitar um imposto (a CPMF), que é um imposto sobre o já taxado. E olhe que toda a mensagem do filme vem numa embalagem altamente bem-feita. O filme é pura aventura da melhor qualidade. Mas sem tolices típicas dos filmes de aventura.
Cotação: ***** (5 de 5 estrelas possíveis)
2) “Zona Verde”, direção de Paul Greengrass (o mesmo de “A Supremacia Bourne” e “O Ultimato Bourne”), com Matt Damon. Você que acompanha o blog osinimigosdorei já está careca de saber que a derrubada de Saddam Hussein no Iraque não teve nada a ver com armas de destruição em massa como o ex-presidente Bush disse, mas o filme mostra isso de maneira extremamente inteligente e mais, mostra como a mídia amestrada come tudo que dão pra ela engolir e não fala nada por que é educadinha: não se fala de boca cheia, né verdade?
Cotação: **** (4 estrelas)
3) “O Sonho de Cassandra” (Cassandra's Dream), de Woody Allen, com Collin Farrell e Ewan McGregor. O diretor judeu-americano está quase irreconhecível neste filme que mostra, como sempre, o absurdo da existência humana. Dois irmãos ingleses, um vulgar e o outro mentiroso. Ambos se metem num assassinato encomendado por um tio todo torto, mas tido como generoso. O final é aquilo mesmo. Assista tomando um vinho frisante italiano, como diria Ricardo Líper, afinal, com o dólar baixo, um Lambrusco legítimo sai a 11 reais a garrafa e viva a globalização. E lembre-se, FHC também brincou de dólar desvalorizado e a gente se fu... logo depois. Aguardem, pois!
Cotação: **** (4 estrelas)
UMA BOMBA
“A Família da Noiva” (Guess Who), com Ashton Kutcher e Bernie Mac. Pense num filme que tem um argumento previsivelmente bom (garoto branco namora garota negra) e tem tudo pra ser uma comédia inteligente. Pensou? Não é este aqui. Kutcher, que além de bonito demais é excelente ator, é subaproveitado e a história se arrasta numa chatice só. Confira, se você é apaixonado por filmes que são feitos pra chatear.
Cotação: ** (2 estrelas só por causa da presença de Ashton)
Muito lindo como vc faz o link entre cinema e politica. parab~ens!
ResponderExcluirRosa
esses governos totalitaristas sao perigosos
ResponderExcluirtinha que ter uma lei proibindo fazer guerra sem antes fazer um plebiscito pra saber se o povo autoriza
lembrem-se que os ptralhas e o PiG odeiam plebiscitos e referendos
(to sem fontes)
ResponderExcluirO diretor de cinema Wim Wenders veio ao bananal e deu uma entrevista dizendo que de noite caiu da cama varias vezes pensando estar no meio duma guerra por causa do barulho constante de helicopteros.
Como ja foi dito aqui:
Cade a reforma tributaria?
Esta merda de republiqueta das bananas é o maior encontro intergalactico de habitantes do planeta barraco com habitantes do planeta helicoptero. É o "pais" mais desigual do mundo, cheio de impostos regressivos quase sugando o sangue dos pobres.
Não concordo. Gostei de Família da Noiva e dei risdas. Recomendo.
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