quarta-feira, 10 de março de 2010

Assim Lula não será secretário-geral da ONU...

Lula com Fidel em Havana enquanto o cadáver de Zapata ainda estava quente...


“Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação.”

Presidente Luís Inácio Lula da Silva


Este mesmo presidente Lula, quando era líder sindicalista na ditadura do general João Batista Figueiredo (aquele que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo), fez uma greve de fome com seus colegas sindicalistas entre abril e maio de 1980 na Greve dos Metalúrgicos do ABC Paulista. Embora tenha confessado que ele e os colegas “contrabandeavam” balas e bolachas para “furar” a sua própria greve, naquela época ele achou o movimento justíssimo contra o general de plantão no poder em Brasília.

Hoje, ele chama sua própria greve de “insanidade”. Também, a bordo de um Airbus, pra lá e pra cá pelo mundo, fica “facinho, facinho...”


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"Não podemos julgar um país ou a atividade de um governante em função da atitude de um cidadão que decide fazer uma greve de fome."

Presidente Lula



Então não podemos julgar o ditador-presidente, general Figueiredo, pela greve que Lula e seus metalúrgicos amestrados fizeram em 1980? Ah, então tá bom! Temos que reescrever os livros de História do Brasil e considerar o general Figueiredo um grande líder do povo brasileiro e sua ditadura um governo legítimo, como Lula considera o governo de Fidel e Raúl Castro em Cuba.

E olhe que Figueiredo em vez de linha dura era considerado linha mole, pois os carcereiros de Lula confraternizavam com ele na “prisão”, enquanto que em Cuba já morreu um grevista de fome, Orlando Zapata. E o jornalista Guillermo Fariñas caminha para a morte nos próximos dias, sob a indiferença tirânica dos irmãos Castro.

Escrevi, aqui na semana passada, que o plano do Lula pós-presidência é cavar a eleição como secretário-geral da ONU e que era por isso que ele tem viajado tanto mundo afora e não por qualquer outro motivo.

Mas, nosso Líder Genial das Massas esqueceu um detalhezinho que promete impedir sua chegada ao prédio principal da ONU em Nova York: candidatos a secretário-geral das Nações Unidas nunca foram a favor de ditaduras, muito menos indiferentes à sorte de dissidentes políticos, fossem vítimas de ditaduras de direita, esquerda ou religiosas.

Suas declarações comparando os prisioneiros políticos do campo de concentração insular chamado Cuba com os marginais de São Paulo realmente vão melar sua candidatura à Secretaria-Geral da ONU para o lugar de Ban Ki Moon.


“Quando o pessoal resolveu fazer greve de fome, escondi um punhado de balas Paulistinha.”

Lula na greve de fome que ele fez entre abril e maio de 1980


Lula classificou como “insanidade” sua própria greve de fome durante a ditadura militar, enquanto era líder sindical.

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“Não posso questionar as razões pelas quais Cuba os deteve, como tampouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há pessoas presas no Brasil.”

Presidente Lula


Com o terrorista italiano refugiado no Brasil, Cesare Battisti, que fez greve de fome em novembro do ano passado e mandou uma carta pra Lula, o tratamento foi diferente. Lula recebeu a carta de Battisti e este não foi extraditado pra Itália, embora, lá, seja condenado pela Justiça democrática de uma das maiores democracias do mundo por assassinato. Sim, assassinato. Quando é democracia, Lula questiona a Justiça do país. Quando é ditadura, não.

Já Guillermo Fariñas, jornalista e psicólogo, de 48 anos, iniciou uma greve de fome em Santa Clara, 280 quilômetros a leste de Havana, no dia 24 de fevereiro passado, para exigir a libertação de 26 presos políticos de Cuba.

O crime de Fariñas? Lutar pelo livre acesso à Internet e liberdade de imprensa e pensamento em Cuba.

Olha só o “crime” do rapaz...

O protesto de Guillermo começou um dia (24/02) depois da morte do preso Orlando Zapata (23/02), após uma greve semelhante de dois meses e meio, e que coincidiu com a visita de Lula a Cuba.


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CARTA-ABERTA DOS DISSIDENTES CUBANOS


A carta-aberta dos prisioneiros de consciência em Cuba ao presidente Lula que ele disse (como adora esta expressão) “não saber de nada”.


"Havana, 21 de fevereiro de 2010

Sr. Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente

República Federativa do Brasil

Estimado Sr. Presidente:

Ao tomar conhecimento de sua próxima visita a Cuba, integrantes dos 75 prisioneiros de consciência, injustamente condenados duramente na Primavera de 2003, abaixo-assinantes, nos dirigimos ao Sr. para solicitar-lhe que nas conversações que manterá com os máximos representantes do governo cubano, contemple nossa situação e a dos demais prisioneiros políticos pacíficos cubanos, e advogue por nossa libertação. Igualmente aspiramos a que o Sr. se interesse pelo prisioneiro de consciência Orlando Zapata Tamayo, que desde dezembro vem mantendo uma greve de fome para reclamar seus direitos e hoje encontra-se em condições de saúde perigosas para a sua vida no Hospital Nacional de Reclusos, na Prisão Combinado del Este.

O Brasil, pelo caminho da democracia e da paz, alcançou altos níveis de desenvolvimento e reduziu consideravelmente a pobreza, e por tal motivo constitui um exemplo demonstrativo de que mediante o respeito e a livre expressão, a justiça social e o alento à criação, podem se alcançar elevadas cotas de prosperidade para os povos. Com isso, ademais, conseguiu prestígio e autoridade moral e ética internacionalmente. Seu desempenho, Presidente, foi elogiável em tal sentido.

O Sr. poderia ser um magnífico interlocutor para obter que o governo cubano se decida a fazer as reformas econômicas, políticas e sociais urgentemente requeridas, avançar no respeito dos direitos humanos, conseguir a ansiada reconciliação nacional e tirar a nação da profunda crise em que se encontra. O Sr. poderia contribuir significativamente para a felicidade e o progresso do povo cubano. Em tal sentido, posteriormente a sua visita, os representantes diplomáticos brasileiros, ao mesmo tempo em que mantenham sua relação com as autoridades cubanas, deveriam escutar as opiniões da sociedade civil, inclusive os familiares dos prisioneiros de consciência e políticos, assim como da oposição pacífica.

Receba o testemunho de nossa consideração e respeito.

Assinado:

1- Luis Enrique Ferrer García, condenado a 28 anos, prisão Mar Verde, Santiago de Cuba

2- Omar Rodríguez Saludes, condenado a 27 anos, prisão Toledo, Provincia Ciudad Habana

3- Alfredo Felipe Fuentes, condenado a 26 anos, prisão Guanajay, Provincia Habana

4- Miguel Galbán Gutiérrez, condenado a 26 anos, prisão Guanajay, Provincia Habana

5- Iván Hernández Carrillo, condenado a 25 anos, prisão “El Pre”, Guamajal, Villa Clara

6- Blas Giraldo Reyes Rodríguez, condenado a 25 anos, prisão Nieves Morejón, Sancti Spiritus

7- Félix Navarro Rodríguez, condenado a 25 anos, prisão Canaleta, Ciego de Ávila

8- Normando Hernández González, condenado a 25 anos, hospital de la prisão Combinado del Este, La Habana.

9- José Daniel Ferrer García, condenado a 25 anos, prisão provincial de Las Tunas

10- Ariel Sigler Amaya, condenado a 25 anos, Hospital Julio Díaz, muy enfermo

11- Jesús Mustafá Felipe, condenado a 25 anos, prisão Provincial de Guantánamo

12- José Luís García Paneque, condenado a 24 anos, prisão “Las Mangas”, Granma

13- Eduardo Díaz Fleitas, condenado a 21 anos, prisão Kilo 5 ½, Pinar del Río

14- Ricardo González Alfonso, condenado a 20 anos, prisão Combinado del Este, Ciudad de La Habana

15- Diosdado González Marrero, condenado a 20 anos, prisão Kilo 5 ½, Pinar del Río

16- Pedro Argüelles Morán, condenado a 20 anos, prisão Canaleta, Ciego de Ávila

17- Pablo Pacheco Ávila, condenado a 20 anos, prisão Canaleta, Ciego de Ávila

18- Librado Linares García, condenado a 20 anos, prisão La Pendiente, Villa Clara

19- Arturo Pérez de Alejo Rodríguez, condenado a 20 anos, prisão “El Pre”, Guamajal, Villa Clara

20- Julio César Gálvez Rodríguez, condenado a 20 anos, prisão Combinado del Este, Ciudad de La Habana

21- Nelson Molinet Espino, condenado a 20 anos, prisão Kilo 5 ½, Pinar del Río

22- Fabio Prieto Llorente, condenado a 20 anos, prisão El Guayabo, Isla de la Juventud

23- Léster González Pentón, condenado a 20 anos, prisão La Pendiente, Villa Clara

24- Fidel Suárez Cruz, condenado a 20 anos, prisão Kilo 8, Pinar del Río

25- Manuel Ubals González, condenado a 20 anos, prisão Boniato, Santiago de Cuba

26- Leonel Grave de Peralta Almenares, condenado a 20 anos, prisão Boniato, Santiago de Cuba

27- Antonio Díaz Sánchez, condenado a 20 anos, prisão Canaleta, Ciego de Ávila

28- Horacio Piña Borrego, condenado a 20 anos, prisão Kilo 5 ½ Pinar del Río

29- Marcelo Cano Rodríguez, condenado a 18 anos, prisão Ariza, Cienfuegos

30- Omar Ruíz Hernández, condenado a 18 anos, prisão Nieves Morejón, Sancti Spiritus

31- Arnaldo Ramos Lauzerique, condenado a 18 anos, prisão Nieves Morejón, Sancti Spiritus

32- José Ubaldo Izquierdo, condenado a 16 anos, prisão Guanajay, Provincia Habana

33- Antonio Villarreal Acosta, condenado a 15 anos, prisão La Pendiente, Villa Clara

34- Adolfo Fernández Sainz, condenado a 15 anos, prisão Canaleta, Ciego de Ávila

35- Alexis Rodríguez Fernández, condenado a 15 anos, prisão Aguadores, Santiago de Cuba

36- Claro Sánchez Altarriba, condenado a 15 anos, prisão Provincial de Guantánamo

37- Alfredo Pulido López, condenado a 14 anos, prisão Cerámica Roja, provincia Camagüey

38- Alfredo Domínguez Batista, condenado a 14 anos, prisão Típico Viejo, Las Tunas

39- José Miguel Martínez Hernández, 14 anos, prisão Quivicán, Provincia Habana

40- Efrén Fernández, condenado a 12 anos, prisão de Guanajay, Provincia Habana

41- Héctor Raúl Valle Fernández, condenado a 12 anos, prisão Guanajay, Provincia Habana

42- Ricardo Silva Gual, condenado a 10 anos, prisão Aguadores, Santiago de Cuba

43- Margarito Broche Espinosa, condenado a 25 anos, com licença extra penal por doença

44- Héctor Palacios Ruiz, condenado a 25 anos, com licença extra penal por doença

45-Marta Beatriz Roque Cabello, condenada a 20 anos, com licença extra penal por doença

46-Roberto de Miranda, condenado a 20 anos, com licença extra penal por doença

47- Oscar Espinosa Chepe, condenado a 20 anos, com licença extra penal por doença

48- Jorge Olivera Castillo, condenado a 18 anos, com licença extra penal por doença

49- Marcelo López Bañobre, condenado a 15 anos, com licença extra penal por doença

50- Carmelo Díaz Fernández, condenado a 15 anos, com licença extra penal por doença."

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É, Excelentíssimo Sr. Presidente, assim vai ficar difícil o Sr. chegar ao prédio da ONU como secretário-geral.


tony pachecO

4 comentários:

  1. dois pesos e duas medidas:

    não faz muito tempo o sr. wagner, amississímo do lula-lelé, conseguiu alguns pontos ao negociar a greve de fome do bispo dom caprio (obras no rio são francisco).

    quem entende esses moços:

    "aos amigos a lei, os inimigos o rigor da lei"...

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  2. depois dessa, o lula-lelé só vai ser "presidente" em garanhuns, lá no sertão brabo do pernambuco...

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  3. Sébastien Faure:

    "A soberania do povo é um ludíbrio e uma mentira: é uma escamoteação; um gesto de prestidigitação.

    O Parlamento é um foco de podridão.

    O parlamentarismo é um regime absurdo, impotência, corrupção e nocividade.

    A ação parlamentar é um excelente terreno para a classe burguesa, mas um mau terreno, o pior, para a classe operária.

    É preciso desertar e permanecer resolutamente no terreno da batalha revolucionária.

    Só os anarquistas lutam contra a sociedade capitalista de um modo constante, consciente e ativo pelo abstencionismo, que não consiste apenas em não tomar parte no escrutínio, não se servir da arma irrisória que a Constituição põe em suas mãos - a cédula do voto."

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  4. vou acusar nominalmente LULA de esquizofrenia mental e de louco................

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Se vai acusar alguém nominalmente, identifique-se e anexe as provas. Não vamos pagar indenização na Justiça por acusações que não fizemos.