A obra de arte chamada Ponte do Brooklin, ligando a Ilha de Manhattan ao continente, em Nova York.
A magnífica Ponte Dinamarca-Suécia mergulha e reaparece do outro lado: engenhosidade humana sem limites.
tONy PAChecO
Na última vez que bloguei fui acusado até de ter recebido dinheiro do vice-prefeito de Salvador por defender que os cordeiros do Carnaval têm direito a 3 litros de água, um sanduíche de frango, um boné e um tênis. Realmente, Edivaldo Brito é um homem bem-sucedido na vida, mas não creio que ele tenha dinheiro pra pagar um jornalista para defender o povo negro faminto que se dispõe a tomar porrada nas cordas dos blocos dos brancos que se acham “gente bonita”. Nem são brancos, nem são bonitos e Brito não tem este dinheiro que possa pagar uma campanha em favor dos cordeiros miseráveis... O máximo que ele pode, ele fez: chamar a atenção para o “apartheid” de nosso Carnaval.
Tomei porrada de pessoas do PT, PCdoB e até de anarquistas, cada um mais raivoso e sociopata do que outro.
Mas, hoje é dia de tomar porrada do outro lado: ao fim de minha explanação, espero chutes no saco do pessoal do DEM, PSDB e PMDB, além, claro, dos artistas e intelectuais, pois eu quero, sim, uma ponte Salvador-Itaparica. Será que me acusarão de receber dinheiro de Wagner???
Eu fico imaginando o que as pessoas que são contra esta ponte têm na cabeça, pois não se preocuparam, nem um minuto sequer, em consultar os principais interessados no equipamento, que são os habitantes da Ilha de Itaparica, isolados de Salvador há séculos por inépcia e indiferença das autoridades baianas.
Quem sofre, como os ilhéus de Itaparica, geração a geração, com uma travessia mambembe (pois tudo que interessa está do lado de cá, em Salvador – educação, saúde, emprego, lazer, cultura etc. etc.) por barcos inseguros, desconfortáveis, lentos e com uma espera de horas, além de tarifas exorbitantes, não vê a hora de a ponte ser construída. E se for concluída antes da Copa do Mundo, aí já seria o paraíso para quem passou quatro séculos esperando uma ligação com Salvador.
OS INIMIGOS DO PROGRESSO
Admiro demais o escritor e jornalista João Ubaldo Ribeiro. Mas admiro mesmo: pelo estilo de escrever e por ser uma pessoa corajosa, que não teme expor suas idéias. Mas, também não temo expor as minhas.
No caso da Ponte Salvador-Itaparica eu fico matutando: imagine se os governos da França e da Inglaterra tivessem ouvido os ambientalistas e nostálgicos em geral e se recusassem a construir o Eurotúnel sob o Canal da Mancha?
Imagine se os governos da Dinamarca e da Suécia tivessem ouvido os ambientalistas e os inimigos do progresso em geral e, atemorizados, não tivessem construído a meio ponte-meio túnel que liga atualmente os dois países?
Imagine como seria a região da Baía de São Francisco sem a Golden Gate e Nova York sem as diversas pontes que ligam a Ilha de Manhattan ao continente...
Ora, a ligação Salvador-Itaparica por uma ponte é muito mais que uma simples ligação entre a pequena comunidade de ilhéus e a capital do estado. Ela é parte de um projeto de infraestrutura que facilita o acesso do sul e do oeste do estado a Salvador.
Muito mais que um facilitador de negócios imobiliários, o projeto da ponte permitirá a circulação e a criação de riquezas para amplos setores do estado inteiro, pois reduzirá em várias horas o acesso à capital do estado, hoje circunscrito às BRs 101 e 324, com grande dispêndio de combustível e tempo. Isto é claro e límpido como a luz solar, mas os interesses pessoais e políticos impedem as pessoas de ver.
JOGADA ELEITORAL
Que é uma jogada eleitoral do governo do PT, chefiado por Wagner, disso ninguém duvida. Pois a ponte deveria ter sido iniciada no começo do governo dele e estaria sendo concluída agora.
Mas democracia burguesa é assim mesmo. Tem períodos eleitorais e, nestes, os políticos se esmeram em apresentar seus projetos. Fora disso, só uma revolução, o que é impensável no momento, não é verdade?
Agora, seja o PT ou o PMDB ou o DEM que ganhe as próximas eleições de governador, a Ponte Salvador-Itaparica é importantíssima para a infraestrutura do estado. Negar isso é simplesmente usar o fato de o PT ser governo para anular todos os benefícios históricos que tal ponte trará para o desenvolvimento da Bahia.
Eu não gosto do petismo, mas eu gosto da idéia de viver numa Bahia moderna, próspera, com mais empregos para as pessoas, com desenvolvimento permanente e sustentável.
Com PT, com PMDB, com DEM ou com que diabo seja.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
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Sr. Tony,
ResponderExcluirSerá que o político Edivaldo Brito quer só "chamar a atenção para o 'apartheid' de nosso Carnaval" e/ou assegurar a sua imagem na tv em ano de eleição!!
A "ponte Salvador-Itaparica, eu fico matutando" o quanto seria útil escolher prioridades que atendam as camadas miseráveis que perambulam, sem uma opção digna de moradia e/ou trabalho, pela nossa turística cidade do são salvador. E nessa trajetória de sobrevivência vai ocupando os semáforos, praças públicas, viadutos etc.
Todos nós queremos "uma Bahia moderna, próspera, com mais empregos para as pessoas, com desenvolvimento permanente e sustentável", mas a questão é a quê preço???
Veja o caso do Metrô do Sr. Imbassaí, que sai do vázio demográfico (rótula do abacaxi) para o caos urbano (terminal da lapa, que está hiper-super saturado!!!!).
Mas é isso mesmo, coisas da nossa bahia... adoramos brilhar diante dos flash!!
TONY,
ResponderExcluirSou a favor da sua postagem porque sou humana , a favor do progresso, do desenvolvimento e acho frequentadora que sou da ilha que nosso ilheus batalhadores que sao merecem que o governo seja Pt ou que P.......for tire a mascara e respeite seus semelhantes o povo trabalhador de ITaparica E nos que vamos a passeio para relaxar merecemos um governo melhor e uma infraestrutra de responsa e mais viva o progresso a evolução abaixo as ditaduras partidárias e eleitorais to cansado de todo esse bla .bla...bla........ufa.
Toda minha infância foi marcada por veraneios de final de ano na ilha, na localidade de Barra do Gil. E até hoje, quando vou lá o que vejo são nativos esquecidos no tempo ardendo ao sol pela confusão entre viver em 2010 e morar em 1960. Sim, esta é uma realidade. Assisti a uma matéria no Natgeo sobre o Egito onde hoje eles estão sendo obrigados a "jogar fora" antiguidades de centenas ou até milhares de ano pelo simples fato de tê-las em abundancia. Claro que um Estradivarius é um Estradivárius e daqui a 2 mil anos se forem achados nas ruinas de nossa civilização atual serão relíquias, mas e os nilhões de Gianninis da vida? Quero dizer que alguns matériais de época são importantes para o entendimento cultural, mas centenas de milhares devem ir pro lixo. Não sei se me fiz entender, mas serve a quem quer que a ilha continue nos anos de 1960? Eu acho que são os mesmos que queriam a Igreja da Sé e não os bondes, olhar pro mar da contorno e não ver a BAHIA Marina, que acharam que o CAB era no fim do mundo, que o Rio Vermelho deveria ser ainda lugar de veraneio....
ResponderExcluirEduardo Manga Rosa
Eu quero 2 pontes, uma para Itaparica outra para Salinas, o unico porem é, antes que eu morra
ResponderExcluirtony,
ResponderExcluireu lembro da transamazônica, ponte rio-niterói, trem bala (rio-são paulo) etc...
arroubos de megalomania!!!
e, claro, do velho anarquista/humanista Piotr Alexeevich Kropotkine com o seu "A Conquista Do Pão" onde a relação com o outro se concretiza na "Ajuda Mútua" (um fator de evolução.
Eu até agora só vejo os comentarios contrarios a construção da ponte inclusive o de João Ubaldo , pois esse só quer a elite na Ilha, ele não deve enfrentar filas e filas para ir e voltar ,acredito até na pior das hipoteses que ele tem psse livre no ferry ou pega lncha na Bahia Marina, se ele ficar doente a emergencia deve chega logo um helicopero e não amarga como eu e outros o hospital de Itaparica onde depois das 22 hs medicos e enfermeiros somem deixando paciente da emergencia só com o acompanhante , se passasse por esses momentos estaria a favor e muito, por outro lado se fosse no governo ACM Mario Kertez estaria caladinho.
ResponderExcluirCreio estar um pouco atrasado a respeito das discussões sobre o "apartheid" que se vê no carnaval. Desconfio de pessoas que elevam as diferenças sociais ao preconceito de cor, fundamentando toda discussão sobre miséria e pobreza no contraste essencial negro/branco (ou branco/negro, quem gostaria de vir primeiro?). É uma pena que nesta maldita cidade ainda vija esta compreensão ridícula da pobreza e miséria, afinal não se sai disso!
ResponderExcluirA realidade do carnaval é que não é uma festa organizada, focada no bem estar do folião (este nem mesmo liga para isso).
Sobre a ponte, concordo que as nescessidades dos habitantes da ilha mereçam relevância. Tomara que esta discussão não morra em compreenções escamoteantes da realidade, como acontece quando se fala em "apartheid" na Bahia.
Tony : há um outro aspecto no que diz respeito à ponte - há inúmeros trabalhadores que aqui sm Salvador labutam e moram na Ilha. Muitos deles, que sobem diariamente as ladeiras do Horto Florestal em direção às casas burguesas para limpar a sujeira deles(não há transporte coletivo no Horto) pegam o maldito ferry às cinco da matina, todos os dias. E, enquanto isso, a elite deseja deixar a Ilha apartada para, lá, fazer seu lazer, atravessando de lancha, claro, em condomínios e ou casas bem guardadas, mesmo porque é pitoresco - já pensou que horror um conjunto habitacional de classe D na Ilha? pois, é velho, pois e - ainda estamos no pre-capitalismo - uns 300 anos atrás na História. roberto
ResponderExcluirVeja o que acontece com um dos ícones do turismo o mundo:
ResponderExcluir“Moradores de Veneza realizam neste sábado uma manifestação na qual farão o "enterro" da cidade, com o objetivo de alertar para o declínio demográfico que, segundo os moradores, é causado pelo turismo em massa e a falta de moradia e trabalho na cidade.
Nos últimos anos, 40% do artesanato de qualidade desapareceu por causa do impacto desta modalidade de turismo. E muitos lojistas vendem produtos chamados"venezianos", porém feitos na China.
O custo de vida nas alturas leva muitos moradores a trocarem de cidade ou a transformarem os próprios imóveis em pensões para acolher os viajantes de passagem.
Antigas lojinhas locais tradicionais dão lugar a vitrines de grifes globalizadas de luxo e a sofisticadas galerias de arte. Na vizinha ilha de Murano, famosa pela produção de artigos em vidro, as fundições fecham as portas em nome da especulação imobiliária.
O assessor do Turismo da Prefeitura de Veneza, Augusto Salvadori, reconhece o problema."Modernizar Veneza é uma tarefa muito difícil. Temos que respeitar o contexto arquitetônico, histórico e artístico. Temos que investir em Veneza mas as leis de urbanismo não são suficientes. Queremos que muitos venezianos voltem a morar aqui e vemos uma grande vontade do investidor privado em ajudar neste relançamento", disse ele à BBC Brasil.”
A ponte seria indiscutível se tivéssemos a garantia que o crescimento econômico traria o desenvolvimento igualitário e totalitário, no social, ambiental e cultural e não apenas no econômico.
A ponte depois de pronta precisa oferecer uma sintonia entre os moradores e a nova realidade. É preciso um trabalho de sensiblização e capacitação anterior. Muito anterior. A ponte irá trazer aproximação dos lugares, porém é necessário que os moradores não sejam afastados do seu lugar, que não se transforme no “não lugar”, com espaços padronizados através da especulação imobiliária.
Que os moradores sejam informados e participem das intervenções que irão acontecer e que serão muitas.
Caso contrário será mais ilusão onde só beneficiará os grandes empresários que por sua vez trarão mão-de-obra de fora. E que a ilha não siga o mesmo caminho de Veneza.
É bom lembrar que estamos no Brasil, não no EUA nem na Suécia.
Só Veneza?
ResponderExcluirA cara turismóloga pode manter o texto e substituir VENEZA por qualquer cidade do mundo. Acredito que a dinamica do mundo impede este tipo de reflexão sugerida. O brasileiro não tem nem educação nem consciencia para tal. É permitir a ponte quando os pós superarem os contras. Lamentavelmente, este é o povo brasileiro. Logo este queima-filme, João Ubaldo, que para os incomodados com a ponte que nunca foram a Itaparica, que passa seus dias ITAPARICANOS com a camisa levantada sobre a barriga sentado em buteco completamente bêbado e babado.
Eduardo Manga Rosa
todo desenvolvimento deve ser sustentavel na economia, na presevação do meio ambiente e da vida onde todos tenham emprego, saude e educção.......
ResponderExcluirCaro Tony,
ResponderExcluirsou contra a construção da ponte e qualquer outra melhoria no sistema de transporte para a ilha, acho até que deveria só ser feita a travessia de saveiro como outrora ou de canoa. acho também que com isso os terrenos da ilha iriam se desvalorizar cada vez mais e, quem sabe aí, os anarquistas poderiam ocupar de vez aquela terra e proclamar terra livre, sem estado, sem patrão e com todos os santos.
Será que a ponte é prioritária? Não sei? Contudo posso responder que o metrô está aí com uma extensão pífia e sem prazo para ser concluido.
ResponderExcluirPESSOAL
ResponderExcluirA ILHA DE ITAPARICA É UM PARAÍSO.
PRÁ QUE PONTE? BASTA UM SISTEMA FERRY BOAT MODERNO E QUE FUNCIONE! JÁ PENSARAM NISSO?
ANTONIO CARLOS
Não é uma ponte que disvirtuaria os encantos da ilha. Sítios históricos e culturais são preservadas através de investimentos públicos e privados e leis e incentivos do governo que garantam a preservação das suas características. Não podemos condenar ao isolamento de comunidades em nome da defesa da sua preservação. Há que ter leis e normas para garantia de patrimônios e culturas em sintonia e sinergia com a modernidade. Só os investimentos pode fomentar e alavancar o desenvolvimento daquele povo e financiar a preservação da ilha.
ResponderExcluirA ponte já era para existir se não fosse o Carlismo em sociedade com a extinta empresa que administra o sistema ferry-boat, hoje administrado pela falida e péssima TWB. Esperamos que esta ponte saia do papel para o desenvolvimento da Ilha de Itaparica isolada pelos serviços da capital e crescimento turistico do baixo sul e região cacaueira. Agora é a hora de Wagner mostrar para o que veio ou nynca mais será eleito para nada na BAHIA.
ResponderExcluirPenso que questionar a construção da ponte passa, antes de tudo, pela necessidade de reflexão em tudo que envolve o poder público. O diálogo amplo deveria ser a tônica de todas as decisões que envolvem benefícios e impactos sociais. Os governos e toda a sociedade precisam atuar seriamente, com diâmica claro, com respeito a todos os segmentos, e serenidade.
ResponderExcluirSe a regra for: pensar num bom projeto e simplesmente partir para construí-lo, sem discutir, corre-se o risco de deixar de aprimorar a própria idéia.
Não ouvi ninguém falar em solução nos trilhos, por exemplo, apesar de sabermos do enorme atraso que temos nesse segmento na cidade de Salvador. A solução da ponte significará um alto incremento de veículos na cidade de Salvador, evidentemente, e, também, na Ilha. Será que essa é a única e a melhor solução para essas populações?
Existem várias formas de corrigir os traumas de uma população sofrida, como a da Ilha, mas virou moda dizer que a única solução é a ponte. Certamente trará soluções, mas, sem estudos sérios do custo-benefício e dos impactos das mudanças aceleradas, super movimentação e migração, especulações imobiliárias, etc, muitas mazelas também virão.
Que não se tenha medo de refletir sobre as soluções, coletivamente. Do contrário os governos progressistas estarão agindo da mesma forma que aqueles anteriores.
A ponte Salvador Itaparica não pode ser vista só como meios de fortalecer o turismo. Deverá ser vista como meio de desenvolvimento econômio e social. A preservação do meio ambiente deve ser feita independente da ponte. Não devemos ter medo do futuro e do desenvolvimento. Não devemos também atentar para interesses individuais, dos mais ricos que querem exclusividade na ilha. Essa época já passou. Não admitimos mais essa mentalidade retrógrada, de que uma ponte vai ser prejudicial ao meio ambiente. Claro que o desenvolvimento de uma área como essa a qual estamos falando sempre trará seus reflexos negativos, porém os positivos os superam. Pensem no povo da ilha, aquelas marisqueiras que só tem um dinheirinho na época em que os veranistas vão até lá comprar um prato de sirí ou camarão catado por uma mereca nas suas mãos. Pensem que elas terão mais oportunidades e não ficarão subalternas a essas pessoas que não querem a ponte ou querem ser o Barão da ilha para toda a vida!
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