Assim, nos salões dos clubes, os "meio-brancos-que-se-achavam-bonitos" brincavam consigo mesmos nos salões: o camarote é isso, de novo...
“A história acontece como tragédia e se repete como farsa.”
Karl Marx
O sociólogo judeu-alemão Karl Marx via o ridículo da ascensão do sobrinho de Napoleão Bonaparte intitulando-se monarca depois do episódio que ficou na História como “O 18 de Brumário de Luís Napoleão”.
Faço a digressão depois de passar 30 anos na Bahia ouvindo que o trio elétrico retirou o Carnaval dos salões elitistas dos clubes sociais, como Baiano de Tênis e Fantoches da Euterpe, e levou a folia para as ruas, para “o congraçamento e a integração de todas as classes sociais”.
Acontece que Marx tem razão (embora, em política ele tenha sido um desastre – milhões de russos, chineses e cambojanos assassinados que o digam...) e a história se repete como farsa, mesmo.
O trio elétrico, que só faz 60 anos em 2011, veio, sim, massificar o Carnaval nos anos 1950 e massificou ainda mais ao longo dos anos 1960 e 1970. Mas, as classes dominantes da Bahia ficaram saudosas de seus bailes elitistas, onde os “brancos da terra” (muito pouco brancos, todos com um pé na cozinha ou na senzala, como diriam nossos avós...) ficavam rodando uns em torno dos outros como perus em véspera de Natal, e recriaram os seus bailes excludentes através das cordas dos blocos dos anos 1980.
Tomaram de assalto o espaço público das ruas, cercaram com escravos modernos, os cordeiros, tratados sem pão nem água, e, num primeiro momento, exigiam o preenchimento de uma ficha para admissão. Se não fosse peixinho, não nadava... Mesmo “pagano”!
Mas, a população de Salvador de pouco mais de 700 mil habitantes, pulou rápido para 1 milhão, depois 2 milhões e, hoje, 3 milhões.
O pânico se instalou. E as classes dominantes da capital da Bahia de Todos os Santos resolveram criar um espaço ainda mais excludente (e SEGURO) que os blocos cercados de cordas: o CAMAROTE.
Sim, ali não entra pobre, mesmo. Mas, aí aconteceu um problema técnico com os primeiros camarotes no final dos anos 1990 e início dos anos 2000: a falta de animação quando os blocos acabavam de passar em frente a eles.
Então, nos últimos três anos, os camarotes passaram a ter atrações musicais e ficaram totalmente independentes do que estaria acontecendo na rua durante o Carnaval. Como as estrelas da axé music são as aves canouras destes grupos dominantes, elas viram que iriam perder espaço com esta inovação e passaram a descer dos trios e a fazer shows dentro dos camarotes, reeditando... OS VELHOS BAILES DE CARNAVAL da burguesia de Salvador. Em vez de Baile do Baiano de Tênis, agora temos Baile do Camarote Tal ou Qual...
E aí estamos: Salvador, 2010, século XXI, globalização e a Bahia voltando aos carnavais de clube dos anos 1940, 1930...
É a história se repetindo como farsa.
2010 NÃO SÃO 60 ANOS DO TRIO
Diferentemente do que diz a comemoração oficial, o trio formado por Dodô, Osmar e Temístocles Aragão, só saiu no Carnaval de 1951.
O que aconteceu em 1950, foi Dodô e Osmar saírem numa “fobica” (calhambeque da Ford) durante apenas um dia, por poucas horas. Foi o que podemos chamar, com licença poética, de DUO ELÉTRICO.
O chamado TRIO ELÉTRICO, vem de TRÊS.
Trio elétrico num caminhão, formado pelos três músicos - Dodô, Osmar e Temístocles Aragão -, que deu origem ao nome, só viria a sair em 1951.
Qualquer historiador recém-formado sabe disso.
Faltou pesquisa, não é verdade?
Sr. Tony,
ResponderExcluirconcordo em gênero, número e grau.
ssa contínua uma cidade elitista, onde segregação impera...
só não vê quem não quer!
a loucura por dinheiro raiz de todos os males................mata a tantos..............
ResponderExcluirEsse vai ser u daqueles posts que todo mundo prefere naum comentar.
ResponderExcluirQuem diz que não há racismo no Csrnaval de Salvador, vá a um camarote. Só um e conte. Encontra 2 ou 3 negros e 1 mil brancos. Do lado de fora, 80% é de negros e 20% de brancos.
ResponderExcluirÉ racismo memso, quem disse que não é é idiota. Ou cego.
Porque vcs se importam tanto com participação popular, povo e sei lá mais o que? Se gostam tanto de pobre porque não enchem a casa de vcs se criançaas do Hsaiti? A, me batam uma abacate.
ResponderExcluirFesta é pra quem tem dinehiro. Quem não tem fique na laje.
Ô Toni, o Hieros Vasconcelos da TARDE não está no meio dessa mídia quwe vc disse que não sabe que o trio eléwtrico só tem 59 anos. Na TARDE de hoje, quarta, dia 10/02/2010, ele colocou lá na coluna dele que p trio tem 59 anos e só faz 60 anos em 2011.
ResponderExcluire não vai melhorar. só vai piorar, os donos do carnaval da bahia controlam governador, prefeito, policia, tudo. o povo que se lasque.
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