domingo, 3 de janeiro de 2010

Esclarecendo


A queda da União Soviética


Ricardo Líper

O ideólogo tem a função de criar argumentos para justificar o injustificável e se manter no poder. Portanto, adianto alguns esclarecimentos a respeito do estado de calamidade no qual vive o Brasil. Estado esse que quem tem apenas o par de olhos percebe. Claro, se não estiver mamando. Então, vamos lá.

1 - Não culpo o atual governo somente. Culpo todos os governos que o povo, coitado, elegeu, até agora, por falta de opção. Sim, os governos são culpados porque iludem, corrompem, mentem, enrolam e deixam o povo na miséria. Não é o povo que nasceu com genes de ser indolente, miserável e não gosta de lutar pelos seus direitos. Ele é amordaçado por ideologias, por falta de ensino digno, por falta de tudo. Até, meu caro Watson, acontecer o que aconteceu na URSS. A história não é mãe, é juiza.

2 - A atual elite substituiu a outra e tem as mesmas práticas. Com pequenas e não importantes modificações, sob o ponto de vista de acabar as misérias (alimentar, educacional, urbana, locais para morar, acesso ao mínimo de dignidade).

3 - Não torço para que esse governo se dê mal. Talvez vote até em Dilmá, porque sei que a trupe de Fernandinho é muito pior. A história da velhinha que aplaudia o ditador, lembram-se? Conto outro dia. Ah, que beleza se fossem socialistas ou a facção socialista de fato, que com democracia, transformasse essa pocilga na qual vivemos, em uma grande nação.

4 - Aí os ideólogos a serviço da elite dominante vem me dizer com cinismo: por que você não vem participar dessa construção do verdadeiro socialismo? Porque eles sabem que é impossível com uma elite que não quer isso de fato devido ao imenso frentão político que é. Mas sempre estou aberto ao diálogo. Critico porque é minha função. Aliás, espero que estudem a fundo as causas da queda dos países socialistas antes de termos aqui a queda, não da Bastilha nem do Muro de Berlim, mas, de Brasília. Eu acho que agora estou chegado a fazer profecias. Estou à beira de botar uma longa barba, uma peruca branca com longos cabelos e ir para frente da faculdade com um cajado e com os olhos vidrados fazer profecias. Mas, meu caro Watson, novamente, não precisa ser um grande profeta para entender que um povo, por mais ignorante que seja, não suporta o nível de miséria, desorganização, injustiça a que está submetido. Que se a filhinha sair de casa, um sacizeiro a ataca para tomar um celular que o pai ainda está pagando em 10 vezes, comprado em um supermercado. Tenham cuidado. Demagogia não resolve sempre. Os inimigos do atual governo não somos nós, os inimigos dos rei, cuidado com a miopia. O jogo, a sorte, o imponderável de um povo na miséria total, quer isso dizer, miséria moral, educacional, cultural e alimentar, é que leva um governo a ficar à mercê do acaso. Qualquer um, mesmo um sujeito com uma toalha amarrada na cabeça, levaria o nosso povo a se posicionar contra Brasília, mesmo com Bolsa Família e o escambau. Nossa sorte é que o islamismo ainda não chegou até aqui e a vocacão do protestantismo nosso, de baixo nível, é se preocupar apenas com os fundos das mocinhas e dos rapazes. Se surgir um alucinado carismático a miséria o levará ao poder. Aliás, tem sido assim sempre: lembram do Xá da Pérsia versus o Aitolá. Pois é.

4 comentários:

  1. Só pessoas raras como você Ricardo, "com dois pares de olhos", podem realmente ver que a miséria extrema, aquela que produz a mendicância pode levar as pessoas a uma sublevação.

    Isto porque as pessoas normais, as que que têm um par de olhos, apenas vêem que o empobrecimento, principalmente de quem já absorveu proteínas e estudou minimamente pode conduzir uma parcela da população à delinquência, ao tráfico de drogas e ao cometimento de crimes contra o patrimônio, para distribuir por meios não convencionais a grana concentrada. Uma forma de revolta, sem dúvida, mas esterilizada de qualquer consciência social. Qualquer pessoa com um par de olhos pode comprovar.

    Mais distante ainda de qualquer consciência social ou política estão sacizeiros, zumbis, flanelinhas, "moradores de rua". Vegetam como párias e estão abaixo da condição de ter qualquer percepção que conduza a uma revolta pondo em perigo a ordem estabelecida. Isto é óbvio meu caro Wotson, o resto é ideologia, desconhecimento da sociedade real, que é bem diferente daquela dos manuais do anarquismo e do marxismo.

    A degradação do ser humano depois de certo nível, depois que ele já introjetou a derrota, o fracasso, depois que o sujeito já renunciou a qualquer sentimento de dignidade, de qualquer amor-próprio, o torna imprestável para qualquer sociedade e sua própria sobrevivência está ameaçada, o sujeito passa a esmolar e a depender das migalhas colhidas no lixo.

    Gosto do que você escreve, mas ideologia por ideologia prefiro o realismo de um par de olhos. Óbio meu caro Wotson.

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  2. PEÇO A DEUS QUE TUDO VÊ EMBORA NAO PAREÇA PARA ALGUNS, QUE TENHA MISERICORDIA DOS GOVERNANTES PORQUE CREIA ELS IRAO PAGAR POR CADA VIDA INOCENTE QUE DEIXOU PARTIR E QUE DEIXOU CHEGAR A ESTE ESTADO DE MISÉRIA. PURA CONSEQUÊNCIA DO PECADO DO HOMEM. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PROXIMO COMO A SI MESMO E NÃO TER OUTROS DEUSES PERANTE ELE É O MANDAMENTO QUE OS CORRUPTOS NÃO SEGUIRAM E ENDEUSARAM O DINHEIRO POR ISSO O PECADO CUJO SALÁRIO É A MORTE..........

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  3. Carlos Mauricio S L Oiticica4 de janeiro de 2010 às 14:14

    Amigo,
    Se se considerarmos a leniência e a permissividade de nosso povo, mais especificamente aqui na Bahia (onde nasci e moro, constatando efetivamente o que escrevo) esta corda, para esticar completamente deverá dar algumas voltas no nosso sistema solar ( quiçá no universo) até partir.

    Abraço,

    Maurício Oiticica

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  4. as ruas do centro de salvador, repletas de camelôs a se espojarem pala calçada, vendendo de tudo, de churrasquinho de espêto a relógios paraguaios,revelam uma miséria que grassa, onipresentemente,nas calçadas já tão dominadas por indigentes.
    nossa cidade parece ter entrado numa nuvem negra decrépta e mal-cheirosa.
    as paisagens naturais de soterópolis estão camufladas na sujeira das ruas e nas barracas montadas a céu-aberto, que mais parecem palafitas.
    retrato de miséria anunciada.
    retrato de pulsilânimidade por parte dos nossos governantes.
    retrato de um povo que dorme em berço explêndido ao som de pagodes de gosto duvidoso, enquanto espera o próximo carnaval para expor ainda mais a sua miséria,expremida por entre as cordas dos blocos onde estão os senhores que os ignora.

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Se vai acusar alguém nominalmente, identifique-se e anexe as provas. Não vamos pagar indenização na Justiça por acusações que não fizemos.