sábado, 23 de maio de 2009

É proibido proibir


Obrigar ao silêncio deve ser proibido


Ricardo Líper

Uma das coisas mais importantes da vida é a liberdade. Liberdade absoluta de dizer, escrever o que se pensa e divulgá-lo. Parece óbvio, mas não é. Os que querem impedir que isso ocorra, sob os mais diversos pretextos, mostram a face fascista. Para mim só existem dois tipos de posturas: ou se é fascista ou democrático. É uma das coisas que não admitem meio termo. E quando me vejo diante desse fascismo disfarçado de proteção a idéias justas não posso ficar calado, pelo menos por enquanto. Dois episódios recentes me deixaram de orelhas em pé. Uma foi a entrevista de um grande líder judeu dada recentemente a "Veja". Ele foi primoroso em quase tudo que disse. O que os nazistas e o povo alemão da época fizeram com os judeus é imperdoável. Negar o holocausto é uma imbecilidade. Existem provas históricas irrefutáveis, testemunhas em países inimigos à época, como a URSS e os Estados Unidos. Quem o nega ou é idiota ou está agindo de má-fé.
No entanto, não podemos impedir os idiotas de se expressarem. Que o façam. Quer ser nazista? Que seja. Agora, não pode espancar quem quer que seja. Podem ser judeus ou nordestinos, na versão tupiniquin do nazismo. Existe uma lei que diz que agressão fisica é crime. Admito até que a verbal dirigida pessoalmente também deve ser criminalizada. Ele será processado pelo fato de ter agredido outro, não importa o seu delírio pessoal. Agora, calar o outro, sob qualquer pretexto, acho fascismo. Gays brasileiros entusiasmados com suas lutas pelos direitos iguais entre todos revelaram seu lado autoritário. Depois de exigirem o fim de algumas injustiças, pediram que os programas de televisão que fizessem piadas de mau-gosto ridicularizando homossexuais fossem censurados. Esses programas nem sei se merecem ser criticados porque a decadência absoluta está evidente. Muitas vezes quem os critica lhes dão uma sobrevida. A homofobia deles é mais uma prova de que não prestam. Requentam piadas antigas mais comuns nas chanchadas brasileiras da década de 40 e 50 do século XX. Espero que os gays reflitam melhor. Seria horrível termos que só assistir o que a censura quer. Mesmo que essa censura seja as dos que lutam contra a discriminação. Eu não quero chegar em um locadora de DVDs e ser informado que A Gaoila das Loucas foi retirado das prateleiras porque um grupo gay qualquer se sentiu ofendido. E, tem mais, sem me injuriar, quer dizer, mentir, podem me criticar o quanto quiserem, se tiver sentido e se o crítico valer a pena ter minha resposta, respondo. Se não morro de rir da tolice dele. Se mentirem sobre mim, pessoalmente eu processo. Quanto ao resto, digam o que quiser que estou cagando e andando como diz o nosso amado povo brasileiro na sua sapiência secular. Agora não abro mão de ler, ver, assistir tudo que os seres humanos dizem e pensam. Eu quero ter o direito de decidir o que vou me ocupar assistindo ou lendo e não o que algum chefete, seja sob que pretexto for, diga o que posso ver ou ler.

Um comentário:

  1. ... é o ranço maniqueísta da nossa formação judaico-cristã, que a todos quer silenciar. O direto à fala/ escrita é visto como uma dádiva, um saber que “pertence” há alguns zé manés que cumpriram os rituais de iniciação (científicos e/ou religiosos), reproduzindo os valores hierárquicos dos manjados senhores dos anéis multicoloridos.

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Se vai acusar alguém nominalmente, identifique-se e anexe as provas. Não vamos pagar indenização na Justiça por acusações que não fizemos.