A obra de arte chamada Ponte do Brooklin, ligando a Ilha de Manhattan ao continente, em Nova York.
A magnífica Ponte Dinamarca-Suécia mergulha e reaparece do outro lado: engenhosidade humana sem limites.
tONy PAChecO
Na última vez que bloguei fui acusado até de ter recebido dinheiro do vice-prefeito de Salvador por defender que os cordeiros do Carnaval têm direito a 3 litros de água, um sanduíche de frango, um boné e um tênis. Realmente, Edivaldo Brito é um homem bem-sucedido na vida, mas não creio que ele tenha dinheiro pra pagar um jornalista para defender o povo negro faminto que se dispõe a tomar porrada nas cordas dos blocos dos brancos que se acham “gente bonita”. Nem são brancos, nem são bonitos e Brito não tem este dinheiro que possa pagar uma campanha em favor dos cordeiros miseráveis... O máximo que ele pode, ele fez: chamar a atenção para o “apartheid” de nosso Carnaval.
Tomei porrada de pessoas do PT, PCdoB e até de anarquistas, cada um mais raivoso e sociopata do que outro.
Mas, hoje é dia de tomar porrada do outro lado: ao fim de minha explanação, espero chutes no saco do pessoal do DEM, PSDB e PMDB, além, claro, dos artistas e intelectuais, pois eu quero, sim, uma ponte Salvador-Itaparica. Será que me acusarão de receber dinheiro de Wagner???
Eu fico imaginando o que as pessoas que são contra esta ponte têm na cabeça, pois não se preocuparam, nem um minuto sequer, em consultar os principais interessados no equipamento, que são os habitantes da Ilha de Itaparica, isolados de Salvador há séculos por inépcia e indiferença das autoridades baianas.
Quem sofre, como os ilhéus de Itaparica, geração a geração, com uma travessia mambembe (pois tudo que interessa está do lado de cá, em Salvador – educação, saúde, emprego, lazer, cultura etc. etc.) por barcos inseguros, desconfortáveis, lentos e com uma espera de horas, além de tarifas exorbitantes, não vê a hora de a ponte ser construída. E se for concluída antes da Copa do Mundo, aí já seria o paraíso para quem passou quatro séculos esperando uma ligação com Salvador.
OS INIMIGOS DO PROGRESSO
Admiro demais o escritor e jornalista João Ubaldo Ribeiro. Mas admiro mesmo: pelo estilo de escrever e por ser uma pessoa corajosa, que não teme expor suas idéias. Mas, também não temo expor as minhas.
No caso da Ponte Salvador-Itaparica eu fico matutando: imagine se os governos da França e da Inglaterra tivessem ouvido os ambientalistas e nostálgicos em geral e se recusassem a construir o Eurotúnel sob o Canal da Mancha?
Imagine se os governos da Dinamarca e da Suécia tivessem ouvido os ambientalistas e os inimigos do progresso em geral e, atemorizados, não tivessem construído a meio ponte-meio túnel que liga atualmente os dois países?
Imagine como seria a região da Baía de São Francisco sem a Golden Gate e Nova York sem as diversas pontes que ligam a Ilha de Manhattan ao continente...
Ora, a ligação Salvador-Itaparica por uma ponte é muito mais que uma simples ligação entre a pequena comunidade de ilhéus e a capital do estado. Ela é parte de um projeto de infraestrutura que facilita o acesso do sul e do oeste do estado a Salvador.
Muito mais que um facilitador de negócios imobiliários, o projeto da ponte permitirá a circulação e a criação de riquezas para amplos setores do estado inteiro, pois reduzirá em várias horas o acesso à capital do estado, hoje circunscrito às BRs 101 e 324, com grande dispêndio de combustível e tempo. Isto é claro e límpido como a luz solar, mas os interesses pessoais e políticos impedem as pessoas de ver.
JOGADA ELEITORAL
Que é uma jogada eleitoral do governo do PT, chefiado por Wagner, disso ninguém duvida. Pois a ponte deveria ter sido iniciada no começo do governo dele e estaria sendo concluída agora.
Mas democracia burguesa é assim mesmo. Tem períodos eleitorais e, nestes, os políticos se esmeram em apresentar seus projetos. Fora disso, só uma revolução, o que é impensável no momento, não é verdade?
Agora, seja o PT ou o PMDB ou o DEM que ganhe as próximas eleições de governador, a Ponte Salvador-Itaparica é importantíssima para a infraestrutura do estado. Negar isso é simplesmente usar o fato de o PT ser governo para anular todos os benefícios históricos que tal ponte trará para o desenvolvimento da Bahia.
Eu não gosto do petismo, mas eu gosto da idéia de viver numa Bahia moderna, próspera, com mais empregos para as pessoas, com desenvolvimento permanente e sustentável.
Com PT, com PMDB, com DEM ou com que diabo seja.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Paradoxo 1 Os filhos de Einstein
Ricardo Líper
Acho que ciência é coisa séria e devia ser praticada com seriedade e não se contaminar com ideologias. Por isso chamo, com frequência, atenção aos paradoxos que a realidade coloca e dinamita muitas teorias que, com roupagens científicas, apenas reafirmam ideologias. Recentemente li que Einstein, o gênio mor da Civilização Ocidental, símbolo da inteligência humana, teve uma filha que ainda hoje não se sabe o paradeiro. E um filho esquizofrênico. A moça, sua filha desaparecida, parece, não tenho certeza, que também sofria das faculdades mentais. E, agora, senhores geneticistas, tão preocupados com até os genes da felicidade, como ficam as coisas? Cadê o projeto genoma que não se ouve mais falar com o entusiasmo que atingiu as manchetes dos jornais?
Tá vendo aí como você acredita em tudo que vem bem rascunhado como os mitos modernos e seu linguajar pseudocientífico!!!
domingo, 24 de janeiro de 2010
Quem quer isto aqui?
Alex Ferraz
Reproduzo notícia que está nos sites, hoje, dia 24 de janeiro de 2010.
É isto que as bestas feras do governo querem para o Brasil. Quem, em sã consciência, quer viver numa droga desta?
"Canal de TV de oposição é retirado do ar na Venezuela
RCTVI não teria cumprido uma nova regra do governo Chávez.
Outros 5 canais da TV a cabo também tiveram transmissão cortada.
Do G1, com agências internacionais
O canal opositor Radio Caracas Televisión Internacional (RCTVI) saiu do ar por não cumprir uma recente norma do governo Hugo Chávez, disse na madrugada deste domingo (24), à agência France Presse, a diretora de comunicação da RCTV, Gladys Zapiain.
“Não houve nenhuma notificação”, assinalou a executiva.
Segundo o presidente da Câmara Venezuelana de Televisão por Assinatura, Mario Seijas, outros cinco canais de transmissão a cabo - Ritmo Son, Momentum, America TV, American Network e TV Chile – também saíram do ar.
A partir de uma norma de dezembro passado, o RCTVI e outros 23 canais foram classificados como “nacionais” e, pelo menos, 30% do conteúdo transmitido tem de ser de produção venezuelana. Desta forma, tanto estes canais de TV como estações de rádio devem veicular discursos do presidente, por exemplo.
Neste sábado, a RCTV não teria, pela segunda vez, transmitido um programa em cadeia.
(*) Com informações da EFE e da France Presse "
Reproduzo notícia que está nos sites, hoje, dia 24 de janeiro de 2010.
É isto que as bestas feras do governo querem para o Brasil. Quem, em sã consciência, quer viver numa droga desta?
"Canal de TV de oposição é retirado do ar na Venezuela
RCTVI não teria cumprido uma nova regra do governo Chávez.
Outros 5 canais da TV a cabo também tiveram transmissão cortada.
Do G1, com agências internacionais
O canal opositor Radio Caracas Televisión Internacional (RCTVI) saiu do ar por não cumprir uma recente norma do governo Hugo Chávez, disse na madrugada deste domingo (24), à agência France Presse, a diretora de comunicação da RCTV, Gladys Zapiain.
“Não houve nenhuma notificação”, assinalou a executiva.
Segundo o presidente da Câmara Venezuelana de Televisão por Assinatura, Mario Seijas, outros cinco canais de transmissão a cabo - Ritmo Son, Momentum, America TV, American Network e TV Chile – também saíram do ar.
A partir de uma norma de dezembro passado, o RCTVI e outros 23 canais foram classificados como “nacionais” e, pelo menos, 30% do conteúdo transmitido tem de ser de produção venezuelana. Desta forma, tanto estes canais de TV como estações de rádio devem veicular discursos do presidente, por exemplo.
Neste sábado, a RCTV não teria, pela segunda vez, transmitido um programa em cadeia.
(*) Com informações da EFE e da France Presse "
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Vocês sabiam?
Alex Ferraz
Que Duda Mendonça e Zé Dirceu, dos grandes nomes do mensalão petista, serão os homens chave da campanha de Dilma Rousseff?
Que as empreiteiras que financiaram (deu em todos os jornais, ainda não censurados por Lula) o buffet em homenagem a Dilma em Minas Gerais, recentemente, são habituais financiadoras de campanha e receberam fortunas do Planalto? A Engesa, somente neste segundo mandato de Lula, já faturou R$ 350 milhões, enquanto a CMT Engenharia foi mais modesta, abocanhando apenas R$ 45 milhões. Viu aí o que é redistribuição de renda, galera do Bolsa família?
Que a Corregedoria-Geral da União confirmou fraudes da Fundação Sarney com dinheiro da Petrobras. Sim, o mesmo Sarney que vocês, petistas, agora veneram e defendem. O coronel do Maranhão...
Mas deve ser tudo mentira de uma imprensa safada, de direita, burguesa, que quer estragar a missão humilde do super humilde Lula e do comunista Dirceu, que continua hospedado nababescamente em apartamento de secretário estadual baiano, na Praia do Forte, comendo e bebendo do bom e do melhor, enquanto a galera do Bolsa Família cata lixo na porta de restaurante.
Quáquáquáquá! Só tolo ou cooptado para acreditar nesta gente!
E olha que eles seriam a última esperança, porque os que vieram antes...Eram iguaizinhos! KKKKKKKKKKK!
Que Duda Mendonça e Zé Dirceu, dos grandes nomes do mensalão petista, serão os homens chave da campanha de Dilma Rousseff?
Que as empreiteiras que financiaram (deu em todos os jornais, ainda não censurados por Lula) o buffet em homenagem a Dilma em Minas Gerais, recentemente, são habituais financiadoras de campanha e receberam fortunas do Planalto? A Engesa, somente neste segundo mandato de Lula, já faturou R$ 350 milhões, enquanto a CMT Engenharia foi mais modesta, abocanhando apenas R$ 45 milhões. Viu aí o que é redistribuição de renda, galera do Bolsa família?
Que a Corregedoria-Geral da União confirmou fraudes da Fundação Sarney com dinheiro da Petrobras. Sim, o mesmo Sarney que vocês, petistas, agora veneram e defendem. O coronel do Maranhão...
Mas deve ser tudo mentira de uma imprensa safada, de direita, burguesa, que quer estragar a missão humilde do super humilde Lula e do comunista Dirceu, que continua hospedado nababescamente em apartamento de secretário estadual baiano, na Praia do Forte, comendo e bebendo do bom e do melhor, enquanto a galera do Bolsa Família cata lixo na porta de restaurante.
Quáquáquáquá! Só tolo ou cooptado para acreditar nesta gente!
E olha que eles seriam a última esperança, porque os que vieram antes...Eram iguaizinhos! KKKKKKKKKKK!
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Comentários anônimos
Há três meses colocamos, aqui do lado, um AVISO dizendo que não iríamos aceitar agressões e calúnias contra as pessoas citando os nomes delas, a não ser que o denunciante se identificasse.
Parece que ninguém leu. Vamos colocar agora no corpo do blog. Leiam.
Nós vamos deletar comentários anônimos que contenham ofensas pessoais, afinal, não temos dinheiro pra ir aos tribunais. Ainda mais nos nossos tribunais. Haja dinheiro.
Olhem o que postamos aqui ao lado há três meses:
Atenção Comentários
Só serão aceitos os que respeitarem a lei de imprensa. Isto é, não citem nomes de pessoas, principalmente, em comentários anônimos. Para citar o nome de alguém, mande as provas, o nome do denunciante com fotocópia da carteira de identidade autenticada para caixa postal 2615 Salvador Bahia. Concordamos com esse aspecto da lei de imprensa que as pessoas devem ser preservadas de possíveis injúrias. Portanto os comentários que citam, sem provas que estejam em nossas mãos do que afirmam com o nome de quem o enviou confirmado, não serão aceitos.
Entrem em contato conosco pelo e-mail
osinimigosdorei@gmail.com
Parece que ninguém leu. Vamos colocar agora no corpo do blog. Leiam.
Nós vamos deletar comentários anônimos que contenham ofensas pessoais, afinal, não temos dinheiro pra ir aos tribunais. Ainda mais nos nossos tribunais. Haja dinheiro.
Olhem o que postamos aqui ao lado há três meses:
Atenção Comentários
Só serão aceitos os que respeitarem a lei de imprensa. Isto é, não citem nomes de pessoas, principalmente, em comentários anônimos. Para citar o nome de alguém, mande as provas, o nome do denunciante com fotocópia da carteira de identidade autenticada para caixa postal 2615 Salvador Bahia. Concordamos com esse aspecto da lei de imprensa que as pessoas devem ser preservadas de possíveis injúrias. Portanto os comentários que citam, sem provas que estejam em nossas mãos do que afirmam com o nome de quem o enviou confirmado, não serão aceitos.
Entrem em contato conosco pelo e-mail
osinimigosdorei@gmail.com
Yentl
Ricardo Líper
O DVD é um avanço muito grande, principalmente, por ser prático. Mas o DVD está inserido na sociedade. E, aí entram os interesses econômicos, as pessoas que decidem no ramo e suas mentalidades, enfim temos de conviver com interesses escusos, burrice etc. etc., que formam o tecido social e humano. "Yentl" ficou sem ser lançado em DVD até agora. Não só ele. Muitos e muitos filmes que já existem há anos em DVD em outros países, nesta tapera não existem.
Bem, mas vamos ao filme. É um dos filmes mais interessantes que já foram feitos. Ele mostra que os judeus não permitiam as mulheres estudarem. Estudar, na época, era estudo religioso. Barbra Streisand, com seus excelentes recursos de atriz e cantora, interpreta uma garota que não quer só casar, quer aprender. Para tal tem de se vestir de homem para poder aprender. Ela muda de gênero para poder estudar. Como Maria Quitéria e muitos outros personagens pelas mais variadas razões também o fizeram. Grandioso o filme. Não deixe de vê-lo. Cobre das locadoras. Loquei nesse último fim de semana para recordar. Não posso dizer onde, mas você que é inteligente fica sabendo que já existe e quando o rapazinho desatento e a mocinha entediada disserem que nem sabe o que é, você confirma que já existe nas locadoras.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Edivaldo, enfim um Homem na política.
Edivaldo Brito, vice-prefeito de Salvador: exigindo para os "cordeiros" apenas o que as leis já determinam, mas ninguém cumpre.
tOnY pAcHeCo
Já estamos tão acostumados a nossos políticos que dizem que esta mesa é de madeira e, no momento seguinte, pressionados, dizem que é de borracha, que já não conseguimos acreditar em nada do que eles dizem.
No entanto, meus amigos e eu, no sábado passado, reunidos em Ponta de Areia, na "bombardeada" Ilha de Itaparica, chegamos a uma unanimidade: o vice-prefeito de Salvador, Edivaldo Brito, é, realmente, diferente dos outros políticos.
A começar pelo fato de que, ao contrário de 99% dos políticos, ele é bem sucedido em sua vida profissional.
Assim, uma espécie de prefeito Bloomberg, de Nova York.
Edivaldo é um jurista com especialização em tributos que é respeitado nacional e internacionalmente. Por ser tributarista, é uma pessoa altamente bem sucedida em termos financeiros também. Portanto, não está na Prefeitura "para se fazer". Ele é quem está fazendo um favor à cidade.
Neste sentido, é bom assistir ao cabo-de-guerra entre o vice-prefeito e os donos de blocos de Carnaval da Bahia no quesito "cordeiros", aquela rapaziada tratada como escravos de plantação de cana.
Fosse nos idos dos anos 1990, quando Alex, Marinaldo, Max e eu assessorávamos estas pessoas, teríamos reunido todos os principais dirigentes no restaurante Soleares e comunicado que tinham que ceder imediatamente a tudo que Edivaldo Brito estava exigindo, pois insistir em polemizar em assunto tão politicamente correto é um suicídio social e, principalmente, financeiro, pois vai chegar uma hora em que nenhum turista vai querer sair nestes blocos. E olhe que os turistas são mais de 60% dos pagantes. É como dizer que preto não pode comprar abadá num mundo onde Barack Obama é presidente dos EUA. É pura burrice, além de idiotice.
Teríamos dito que dar tênis, boné, protetor solar, 3 litros de água mineral e um sanduíche de frango aos "cordeiros" é uma micharia para quem fatura milhões em patrocínios e venda de produtos (não só abadás, como muitos pensam, há uma grife de Carnaval em vários blocos).
Negar aos "cordeiros" um tênis chinês de 20 reais, um boné de 5 reais, e mais uns 5 reais de água e sanduíche é, antes de mais nada, mesquinharia e, ao final, uma prova de que são senhores de escravos e não empresários modernos.
Mas, como hoje em dia, não têm mais assessoria, se consideram o último biscoito do pacote, os "carnavalescos" resolveram partir para o embate com o vice-prefeito.
É bom que se lembrem: Edivaldo é rico. Edivaldo é bem-sucedido profissionalmente. Edivaldo, portanto, NÃO PODE ser subornado. Mas, principalmente (e, aí, vai uma assessoria gratuita em nome dos bons tempos que passamos juntos hehehehhehehehehe), lembrem-se: Edivaldo Brito é Homem, com H maiúsculo mesmo. Quando ele chama de "moleque" o empresário que trata seus empregados como escravos sem direitos, é porque ele se garante: é molecagem, mesmo, e totalmente fora dos padrões civilizados a maneira como os "cordeiros" são tratados pelo Carnaval de Salvador. O "problema" é que surgiu um Homem que resolveu denunciar isso...
Finalmente, digo: o boi tem que saber aonde arromba a cerca. Queridos, esta cerca chamada Edivaldo Brito é de titânio. Melhor uma derrota honrosa, que vai lhes dignificar, do que ficar defendendo o INDEFENSÁVEL.
Post scriptum: Senhoras Musas do Carnaval, Senhores Músicos do Carnaval, ficar calado diante de um assunto que fala alto sobre a dignidade humana é uma COISA FEIA. Muito feia, mesmo! Estamos envergonhados por vocês.
tOnY pAcHeCo
Já estamos tão acostumados a nossos políticos que dizem que esta mesa é de madeira e, no momento seguinte, pressionados, dizem que é de borracha, que já não conseguimos acreditar em nada do que eles dizem.
No entanto, meus amigos e eu, no sábado passado, reunidos em Ponta de Areia, na "bombardeada" Ilha de Itaparica, chegamos a uma unanimidade: o vice-prefeito de Salvador, Edivaldo Brito, é, realmente, diferente dos outros políticos.
A começar pelo fato de que, ao contrário de 99% dos políticos, ele é bem sucedido em sua vida profissional.
Assim, uma espécie de prefeito Bloomberg, de Nova York.
Edivaldo é um jurista com especialização em tributos que é respeitado nacional e internacionalmente. Por ser tributarista, é uma pessoa altamente bem sucedida em termos financeiros também. Portanto, não está na Prefeitura "para se fazer". Ele é quem está fazendo um favor à cidade.
Neste sentido, é bom assistir ao cabo-de-guerra entre o vice-prefeito e os donos de blocos de Carnaval da Bahia no quesito "cordeiros", aquela rapaziada tratada como escravos de plantação de cana.
Fosse nos idos dos anos 1990, quando Alex, Marinaldo, Max e eu assessorávamos estas pessoas, teríamos reunido todos os principais dirigentes no restaurante Soleares e comunicado que tinham que ceder imediatamente a tudo que Edivaldo Brito estava exigindo, pois insistir em polemizar em assunto tão politicamente correto é um suicídio social e, principalmente, financeiro, pois vai chegar uma hora em que nenhum turista vai querer sair nestes blocos. E olhe que os turistas são mais de 60% dos pagantes. É como dizer que preto não pode comprar abadá num mundo onde Barack Obama é presidente dos EUA. É pura burrice, além de idiotice.
Teríamos dito que dar tênis, boné, protetor solar, 3 litros de água mineral e um sanduíche de frango aos "cordeiros" é uma micharia para quem fatura milhões em patrocínios e venda de produtos (não só abadás, como muitos pensam, há uma grife de Carnaval em vários blocos).
Negar aos "cordeiros" um tênis chinês de 20 reais, um boné de 5 reais, e mais uns 5 reais de água e sanduíche é, antes de mais nada, mesquinharia e, ao final, uma prova de que são senhores de escravos e não empresários modernos.
Mas, como hoje em dia, não têm mais assessoria, se consideram o último biscoito do pacote, os "carnavalescos" resolveram partir para o embate com o vice-prefeito.
É bom que se lembrem: Edivaldo é rico. Edivaldo é bem-sucedido profissionalmente. Edivaldo, portanto, NÃO PODE ser subornado. Mas, principalmente (e, aí, vai uma assessoria gratuita em nome dos bons tempos que passamos juntos hehehehhehehehehe), lembrem-se: Edivaldo Brito é Homem, com H maiúsculo mesmo. Quando ele chama de "moleque" o empresário que trata seus empregados como escravos sem direitos, é porque ele se garante: é molecagem, mesmo, e totalmente fora dos padrões civilizados a maneira como os "cordeiros" são tratados pelo Carnaval de Salvador. O "problema" é que surgiu um Homem que resolveu denunciar isso...
Finalmente, digo: o boi tem que saber aonde arromba a cerca. Queridos, esta cerca chamada Edivaldo Brito é de titânio. Melhor uma derrota honrosa, que vai lhes dignificar, do que ficar defendendo o INDEFENSÁVEL.
Post scriptum: Senhoras Musas do Carnaval, Senhores Músicos do Carnaval, ficar calado diante de um assunto que fala alto sobre a dignidade humana é uma COISA FEIA. Muito feia, mesmo! Estamos envergonhados por vocês.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Vale a pena ler de novo
Alex Ferraz
Para quem não viu o que escrevi na minha coluna diária da Tribuna do dia 12 de janeiro, reproduzo aqui os textos, sem medo de ser feliz! Amanhã, mostrarei o que penso sobre Direitos Humanos de verdade...
frase: "Todos gostaríamos de votar no melhor homem, mas ele nunca se candidata." ( Kin Hubbard )
Lula, Chávez e a burguesia nacional
E Lula assinou o tal decreto-lei (criticavam tanto este instrumento!) criando o Programa Nacional de Direitos Humanos. Vou direto ao que interessa: no bojo desta aparentemente benévola lei, estão normas draconianas para o controle dos meios de comuminicação e, consequentemente, controle da liberdade de expressão. Não me deterei no texto do projeto, que pode ser visto em qualquer site. Voltemos ao ponto sombrio: através deste instrumento, fica estabelecido que conteúdos de noticiários, tanto da mídia impressa como da radiofônica e televisiva, serão "analisados" por "uma comissão oficial", a fim de se julgar se estão de acordo com a verdade ou não, se atingem ou não os "direitos humanos" etc. A depender do julgamento da tal comissão, concessões podem ser cassadas e muito provavelmente nós, jornalistas, poderemos estar à beira da cadeia ou pesados e silenciadores processos.
Está tudo armado para a ditadura branca do PT, no rastro do que faz Chávez na Venezuela. Enquanto isso, a burguesia nacional, refestelando-se nos imensos lucros que a economia equilibrada herdada de Itamar Franco e FHC lhes proporciona, contente da vida porque o PT cooptou e silenciou sindicatos e estudantes, vai encarando tudo numa boa, silenciosa, até porque tanto se dá a banqueiros, industriais etc. que se tenha ou não liberdade de expressão neste país, desde que haja lucros, cada vez mais lucros. Parte da população intelectualizada e pensante está também cooptada, seja por empregos milionários, seja por acreditar (sic) que é este o tipo de regime ideal para o Brasil, estando todos simpáticos (ou aceitando pelo silêncio) a este caminhar explícito e célere para um regime anti-democrático.
Finalmente, entidades com a OAB, que tanto ( e tão justamente) bradou contra o corrupto do José Roberto Arruda e as ditas representativas dos jornalistas permanecem mudas em relação à crescente ameaça à liberdade de expressão no Brasil.
Bem, quanto à burguesia nacional, que fique como advertência o mais recente noticiário sobre a Venezuela, onde Hugo Chávez ameaçou, ontem, claramente, intervir, com o Exército, tomando o controle "de qualquer empresa" que aumentar seus preços como resposta à maxidesvalorização da moeda nacional. Nem a ditadura militar brasileira chegou a tanto!
Chega de
boçalidade!
É mesmo o cúmulo da pretensão um governo, seja ele de direita, centro ou esquerda, arvorar-se a julgar o que é correto ou não na veiculação de notícias e opiniões pela imprensa.
Meia dúzia de sindicalistas e "cururus" leninistas julgando o que deve ser publicado. Olha, se isso vingar é hora de os sensatos fazerem a mala e se picarem desta joça!
Já existem
as leis
No que diz respeito a nós e aos jornais, não há necessidade de criar lei alguma, decreto nenhum, porque já somos devidamente regidos pelas leis comuns, inclusive o Código Penal.
Se atentarmos contra a honra de uma pessoa, podemos sofrer pesados processos pelas leis que já existem. E ponto final.
Liberdade
é isso
Na Suécia, onde cerca de 90% da população leem jornais diariamente, todas as formas de pré-inspecção de material impresso são proibidas, assim como obstruir a sua
impressão ou distribuição. O sistema de regras éticas, vigiado por comissão constituída só de homens da imprensa, assegura uma ampla liberdade de expressão e a independência absoluta da
comunicação social face ao Estado.
Vergonhoso
lugar
Relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), de outubro do ano passado, analisando a liberdade de imprensa ano mundo, dá conta de que no topo do ranking estão Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Noruega e Suécia. Na América Latina, o primeiro posto fica com o Uruguai, na 29ª colocação. O Brasil ocupa um constrangedor 71º lugar.
Destaques
negativos
Entre os destaques negativos, aparece o Irã. "O país se aproxima de maneira perigosa do trio infernal quanto à liberdade de imprensa, constituído há anos por Eritreia, Coreia do Norte e Turcomenistão", afirma o site da RSF. Além desses quatro, aparecem no fim da lista Mianmar (171º), Cuba, Laos e a China (168º).
Jornalistas
presos
Cuba continua mal, ocupando a 170ª posição. Sob o governo de Raúl Castro, websites ainda são bloqueados e jornalistas e blogueiros continuam sendo presos. A Jamaica, na 23a posição, é o país caribenho em melhor colocação.
Para quem não viu o que escrevi na minha coluna diária da Tribuna do dia 12 de janeiro, reproduzo aqui os textos, sem medo de ser feliz! Amanhã, mostrarei o que penso sobre Direitos Humanos de verdade...
frase: "Todos gostaríamos de votar no melhor homem, mas ele nunca se candidata." ( Kin Hubbard )
Lula, Chávez e a burguesia nacional
E Lula assinou o tal decreto-lei (criticavam tanto este instrumento!) criando o Programa Nacional de Direitos Humanos. Vou direto ao que interessa: no bojo desta aparentemente benévola lei, estão normas draconianas para o controle dos meios de comuminicação e, consequentemente, controle da liberdade de expressão. Não me deterei no texto do projeto, que pode ser visto em qualquer site. Voltemos ao ponto sombrio: através deste instrumento, fica estabelecido que conteúdos de noticiários, tanto da mídia impressa como da radiofônica e televisiva, serão "analisados" por "uma comissão oficial", a fim de se julgar se estão de acordo com a verdade ou não, se atingem ou não os "direitos humanos" etc. A depender do julgamento da tal comissão, concessões podem ser cassadas e muito provavelmente nós, jornalistas, poderemos estar à beira da cadeia ou pesados e silenciadores processos.
Está tudo armado para a ditadura branca do PT, no rastro do que faz Chávez na Venezuela. Enquanto isso, a burguesia nacional, refestelando-se nos imensos lucros que a economia equilibrada herdada de Itamar Franco e FHC lhes proporciona, contente da vida porque o PT cooptou e silenciou sindicatos e estudantes, vai encarando tudo numa boa, silenciosa, até porque tanto se dá a banqueiros, industriais etc. que se tenha ou não liberdade de expressão neste país, desde que haja lucros, cada vez mais lucros. Parte da população intelectualizada e pensante está também cooptada, seja por empregos milionários, seja por acreditar (sic) que é este o tipo de regime ideal para o Brasil, estando todos simpáticos (ou aceitando pelo silêncio) a este caminhar explícito e célere para um regime anti-democrático.
Finalmente, entidades com a OAB, que tanto ( e tão justamente) bradou contra o corrupto do José Roberto Arruda e as ditas representativas dos jornalistas permanecem mudas em relação à crescente ameaça à liberdade de expressão no Brasil.
Bem, quanto à burguesia nacional, que fique como advertência o mais recente noticiário sobre a Venezuela, onde Hugo Chávez ameaçou, ontem, claramente, intervir, com o Exército, tomando o controle "de qualquer empresa" que aumentar seus preços como resposta à maxidesvalorização da moeda nacional. Nem a ditadura militar brasileira chegou a tanto!
Chega de
boçalidade!
É mesmo o cúmulo da pretensão um governo, seja ele de direita, centro ou esquerda, arvorar-se a julgar o que é correto ou não na veiculação de notícias e opiniões pela imprensa.
Meia dúzia de sindicalistas e "cururus" leninistas julgando o que deve ser publicado. Olha, se isso vingar é hora de os sensatos fazerem a mala e se picarem desta joça!
Já existem
as leis
No que diz respeito a nós e aos jornais, não há necessidade de criar lei alguma, decreto nenhum, porque já somos devidamente regidos pelas leis comuns, inclusive o Código Penal.
Se atentarmos contra a honra de uma pessoa, podemos sofrer pesados processos pelas leis que já existem. E ponto final.
Liberdade
é isso
Na Suécia, onde cerca de 90% da população leem jornais diariamente, todas as formas de pré-inspecção de material impresso são proibidas, assim como obstruir a sua
impressão ou distribuição. O sistema de regras éticas, vigiado por comissão constituída só de homens da imprensa, assegura uma ampla liberdade de expressão e a independência absoluta da
comunicação social face ao Estado.
Vergonhoso
lugar
Relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), de outubro do ano passado, analisando a liberdade de imprensa ano mundo, dá conta de que no topo do ranking estão Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Noruega e Suécia. Na América Latina, o primeiro posto fica com o Uruguai, na 29ª colocação. O Brasil ocupa um constrangedor 71º lugar.
Destaques
negativos
Entre os destaques negativos, aparece o Irã. "O país se aproxima de maneira perigosa do trio infernal quanto à liberdade de imprensa, constituído há anos por Eritreia, Coreia do Norte e Turcomenistão", afirma o site da RSF. Além desses quatro, aparecem no fim da lista Mianmar (171º), Cuba, Laos e a China (168º).
Jornalistas
presos
Cuba continua mal, ocupando a 170ª posição. Sob o governo de Raúl Castro, websites ainda são bloqueados e jornalistas e blogueiros continuam sendo presos. A Jamaica, na 23a posição, é o país caribenho em melhor colocação.
Tá doido, é?
Alex Ferraz
Há uns dois anos o presidente Lula disse que tínhamos uma saúde pública de Primeiro Mundo. Sem comentários.
Agora, mais precisamente nas publicações de hoje, dia 13 de janeiro, foi a vez de o presidente do respeitável Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Puchman, dizer sandices. Afirma que "temos hoje uma estrutura social comparável aos países desenvolvidos". Que diabo é isso? A que estrutura social se refere este senhor? Isso me lembra quando FHC, lá por volta de 1998, por aí, disse que os brasileiros precisavam "acabar com esse complexo de inferioridade". Referia-se o então presidente-intelectual-elitista-dito ex-perseguido pela ditadura (pelo que se sabe, dirigia Mercedes-Benz lá fora enquanto a massa de manobra caia no pau de arara aqui) aos lamentos de enorme camada da população submetida a torturas pelo Estado, como péssimo serviço de saúde pública, insegurança absoluta nas grandes, médias e pequenas cidades (tal e qual hoje), aviltado por salários humilhantes e amordaçado pelo Bolsa Família. Complexo de inferioridade o cacete, FHC!, disse eu à época, em coluna que escrevia no jornal A Tarde. Era a constatação da realidade, mesmo. Pois é, agora vem o homem do Ipea dizer que temos estrutura social de país desenvolvido. Bem, em primeiro lugar recomendaria aos leitores sensatos deste blog (não a radicália provavelmente paga para ficar xingando sem dizer coisa com coisa) que lessem os jornais de hoje, de Salvador, via internet (Tribuna, A Tarde e Correio). Depois, entenderão as perguntas que faço a seguir:
Senhor presidente do Ipea: o senhor sabe onde fica o bairro de Rio Sena, onde mais duas pessoas foram metralhadas na porta de casa ontem, seguindo uma série infindável de assassinatos? O senhor sabe como vivem as pessoas na periferia da capital desta Boa Terra, e também na área rural? O senhor já esteve na fila de redacastramento para a esmola do Bolsa Família, na Rua Djalma Dutra, Sete Portas, em Salvador? O senhor já teve oportunidade de circular pelas praças da Piedade e Campo da Pólvora, ainda nesta capital da alegria, e ver os bandos de mendigos do Fome 10? O senhor já tentou pegar um ônibus na Estação da lapa, também na capital do axé? O senhor já passou pelo Largo Dois de Julho ou mesmo em torno de alguns restaurantes metidos a chique da Barra para ver a quantidade de gente apanhando comida no lixo? O senhor já tentou ser atendido no Hospital Menandro de Farias, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana da capital da Terra da Felicidade? O senhor já tentou pedir auxílio em uma delegacia de Polícia na capital do turismo? Pois é, só falei do meu torrão. Imaginem o resto desse brasilzão afora, principalmente pro Norte (vamos lá ao Piauí, Maranhão - comandado, este, pelo parceiro político de Lula, Sarney, há décadas).
Digo sem medo de errar: é pura falácia. Estrutura social de países desenvolvidos é muito, muitíssimo diferente. O presidente do Ipea sabe disso. O presidente Lula, então, nem se fala, pois conhece o mundo todo. Boa parte do ditos esquerdistas que ainda têm discenimento - e que certamente dirão aqui que estou delirando - também sabe. Não é nada disso. Repito: é falácia, é campanha eleitoral torpe e mentirosa.
Tchau e Bênção!
Há uns dois anos o presidente Lula disse que tínhamos uma saúde pública de Primeiro Mundo. Sem comentários.
Agora, mais precisamente nas publicações de hoje, dia 13 de janeiro, foi a vez de o presidente do respeitável Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Puchman, dizer sandices. Afirma que "temos hoje uma estrutura social comparável aos países desenvolvidos". Que diabo é isso? A que estrutura social se refere este senhor? Isso me lembra quando FHC, lá por volta de 1998, por aí, disse que os brasileiros precisavam "acabar com esse complexo de inferioridade". Referia-se o então presidente-intelectual-elitista-dito ex-perseguido pela ditadura (pelo que se sabe, dirigia Mercedes-Benz lá fora enquanto a massa de manobra caia no pau de arara aqui) aos lamentos de enorme camada da população submetida a torturas pelo Estado, como péssimo serviço de saúde pública, insegurança absoluta nas grandes, médias e pequenas cidades (tal e qual hoje), aviltado por salários humilhantes e amordaçado pelo Bolsa Família. Complexo de inferioridade o cacete, FHC!, disse eu à época, em coluna que escrevia no jornal A Tarde. Era a constatação da realidade, mesmo. Pois é, agora vem o homem do Ipea dizer que temos estrutura social de país desenvolvido. Bem, em primeiro lugar recomendaria aos leitores sensatos deste blog (não a radicália provavelmente paga para ficar xingando sem dizer coisa com coisa) que lessem os jornais de hoje, de Salvador, via internet (Tribuna, A Tarde e Correio). Depois, entenderão as perguntas que faço a seguir:
Senhor presidente do Ipea: o senhor sabe onde fica o bairro de Rio Sena, onde mais duas pessoas foram metralhadas na porta de casa ontem, seguindo uma série infindável de assassinatos? O senhor sabe como vivem as pessoas na periferia da capital desta Boa Terra, e também na área rural? O senhor já esteve na fila de redacastramento para a esmola do Bolsa Família, na Rua Djalma Dutra, Sete Portas, em Salvador? O senhor já teve oportunidade de circular pelas praças da Piedade e Campo da Pólvora, ainda nesta capital da alegria, e ver os bandos de mendigos do Fome 10? O senhor já tentou pegar um ônibus na Estação da lapa, também na capital do axé? O senhor já passou pelo Largo Dois de Julho ou mesmo em torno de alguns restaurantes metidos a chique da Barra para ver a quantidade de gente apanhando comida no lixo? O senhor já tentou ser atendido no Hospital Menandro de Farias, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana da capital da Terra da Felicidade? O senhor já tentou pedir auxílio em uma delegacia de Polícia na capital do turismo? Pois é, só falei do meu torrão. Imaginem o resto desse brasilzão afora, principalmente pro Norte (vamos lá ao Piauí, Maranhão - comandado, este, pelo parceiro político de Lula, Sarney, há décadas).
Digo sem medo de errar: é pura falácia. Estrutura social de países desenvolvidos é muito, muitíssimo diferente. O presidente do Ipea sabe disso. O presidente Lula, então, nem se fala, pois conhece o mundo todo. Boa parte do ditos esquerdistas que ainda têm discenimento - e que certamente dirão aqui que estou delirando - também sabe. Não é nada disso. Repito: é falácia, é campanha eleitoral torpe e mentirosa.
Tchau e Bênção!
A desgraça dos orelhões no Brasil
TONY pacheco
Vi a coluna que Alex Ferraz publicou na "Tribuna" sobre o abandono PROPOSITAL dos orelhões da Oi/Telemar em Salvador e, confesso, não acreditei muito. Agora, passei pela mesma situação e faço minha homenagem a Alex republicando aqui no blog as denúncias que ele fez na coluna "Em Tempo": a telefonia fixa virou uma desgraça no Brasil com os governos FHC/PSDB e Lula/PT e, por isso, precisamos varrer estes dois partidos do poder em outubro, antes que transformem a vida do brasileiro num inferno sem qualidade de vida alguma.
Vejam o que Alex escreveu...
Exigimos os orelhões de volta
(AlexFerraz, coluna EmTempo)
A real é que uma ligação de telefone fixo tipo orelhão para outro fixo é 29 vezes mais barata que uma ligação de celular para um número fixo. Então, ligar de orelhão ou telefone fixo é, em termos de grana, o melhor investimento que uma pessoa pode fazer na área de comunicação. Melhor do que ser sócio da Oi, como o filho de certo presidente de um país muito, muito longe daqui.
Uma ligação de celular para fixo, em média, custa R$1,75 por minuto, enquanto que de um orelhão para fixo, custa apenas e tão somente seis centavos (R$0,06) por minuto.
Só que, neste feriadão, eu constatei uma coisa que já suspeitava: a Oi não está fazendo a manutenção dos orelhões em Salvador e, depois, pesquisando também no resto da Bahia, a situação é a mesma. Na cidade de Entre Rios, por exemplo, de cada dez orelhões, apenas um funciona. Em Salvador, e nas cinco maiores capitais brasileiras, metade dos telefones públicos não funciona mais, segundo pesquisa do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor).
Como as duas maiores operadoras de telefonia fixa (Oi Brasil Telecom e Telefonica) são também proprietárias de operadoras de telefone celular, ambas estão deixando os orelhões ao deus-dará, afim de que a base de assinantes da telefonia celular aumente mais ainda.
Só que, em se tratando do povo brasileiro, que recebe um dos piores salários-mínimos do planeta, isso é uma crueldade, pois 90% dos proprietários de celular não têm dinheiro para ligar do seu aparelho: é tudo pré-pago.
Ligação a cobrar
Os jovens, que são a maioria dos proprietários de linhas celulares, já inventaram até letras para a musiquinha de ligação a cobrar, quando seus amigos ligam para eles: “Tem um pobre ligando pra mim”, “Tem um pobre aqui me ligando” e daí por diante...
Então, o feliz proprietário de celular liga mesmo é do orelhão. Só que o orelhão não funciona. No último feriadão, tentei ligar em 20 orelhões entre a Barra e o Centro, e só consegui linha em três.
Anatel, a surda.
E nem adianta falar com a Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, pois eles culpam o “vandalismo” pelo fato de os orelhões estarem quebrados.
Eu só tenho uma coisa a dizer à Anatel: é mentira!
Os telefones estão lá, bonitinhos, limpinhos, pintadinhos, só que não falam. Simplesmente não falam.
Oito por 10
O Brasil tem, neste momento, 165 milhões de celulares, dando uma média de oito celulares para cada grupo de 10 habitantes. E os brasileiros gastaram, em 2008, cerca de R$1,8 bilhão em ligações de seus celulares. A maioria esmagadora usando os pré-pagos, mostrando que somos um país de gente pobre, muito pobre mesmo.
No mínimo, deveriam respeitar nossa pobreza e manter os orelhões funcionando. A gente tiraria onda dizendo que tem celular e correria para o orelhão na hora de ligar.
Vi a coluna que Alex Ferraz publicou na "Tribuna" sobre o abandono PROPOSITAL dos orelhões da Oi/Telemar em Salvador e, confesso, não acreditei muito. Agora, passei pela mesma situação e faço minha homenagem a Alex republicando aqui no blog as denúncias que ele fez na coluna "Em Tempo": a telefonia fixa virou uma desgraça no Brasil com os governos FHC/PSDB e Lula/PT e, por isso, precisamos varrer estes dois partidos do poder em outubro, antes que transformem a vida do brasileiro num inferno sem qualidade de vida alguma.
Vejam o que Alex escreveu...
Exigimos os orelhões de volta
(AlexFerraz, coluna EmTempo)
A real é que uma ligação de telefone fixo tipo orelhão para outro fixo é 29 vezes mais barata que uma ligação de celular para um número fixo. Então, ligar de orelhão ou telefone fixo é, em termos de grana, o melhor investimento que uma pessoa pode fazer na área de comunicação. Melhor do que ser sócio da Oi, como o filho de certo presidente de um país muito, muito longe daqui.
Uma ligação de celular para fixo, em média, custa R$1,75 por minuto, enquanto que de um orelhão para fixo, custa apenas e tão somente seis centavos (R$0,06) por minuto.
Só que, neste feriadão, eu constatei uma coisa que já suspeitava: a Oi não está fazendo a manutenção dos orelhões em Salvador e, depois, pesquisando também no resto da Bahia, a situação é a mesma. Na cidade de Entre Rios, por exemplo, de cada dez orelhões, apenas um funciona. Em Salvador, e nas cinco maiores capitais brasileiras, metade dos telefones públicos não funciona mais, segundo pesquisa do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor).
Como as duas maiores operadoras de telefonia fixa (Oi Brasil Telecom e Telefonica) são também proprietárias de operadoras de telefone celular, ambas estão deixando os orelhões ao deus-dará, afim de que a base de assinantes da telefonia celular aumente mais ainda.
Só que, em se tratando do povo brasileiro, que recebe um dos piores salários-mínimos do planeta, isso é uma crueldade, pois 90% dos proprietários de celular não têm dinheiro para ligar do seu aparelho: é tudo pré-pago.
Ligação a cobrar
Os jovens, que são a maioria dos proprietários de linhas celulares, já inventaram até letras para a musiquinha de ligação a cobrar, quando seus amigos ligam para eles: “Tem um pobre ligando pra mim”, “Tem um pobre aqui me ligando” e daí por diante...
Então, o feliz proprietário de celular liga mesmo é do orelhão. Só que o orelhão não funciona. No último feriadão, tentei ligar em 20 orelhões entre a Barra e o Centro, e só consegui linha em três.
Anatel, a surda.
E nem adianta falar com a Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, pois eles culpam o “vandalismo” pelo fato de os orelhões estarem quebrados.
Eu só tenho uma coisa a dizer à Anatel: é mentira!
Os telefones estão lá, bonitinhos, limpinhos, pintadinhos, só que não falam. Simplesmente não falam.
Oito por 10
O Brasil tem, neste momento, 165 milhões de celulares, dando uma média de oito celulares para cada grupo de 10 habitantes. E os brasileiros gastaram, em 2008, cerca de R$1,8 bilhão em ligações de seus celulares. A maioria esmagadora usando os pré-pagos, mostrando que somos um país de gente pobre, muito pobre mesmo.
No mínimo, deveriam respeitar nossa pobreza e manter os orelhões funcionando. A gente tiraria onda dizendo que tem celular e correria para o orelhão na hora de ligar.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Joãzinho Trinta está certíssimo
Alex Ferraz
O ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu, que saiu em meio às tenebrosas denúncias do mensalão, está na Bahia, em férias, hospedado pelo secretário estadual da Indústria e Comércio, James Correa, em apartamento deste, de altíssimo luxo, no Litoral Norte. Dirceu tem à sua disposição, entre outras mordomias, potente e luxuoso automóvel para deslocamentos entre bizarros trechos, uma vez que se encontra em condomínio fechado.
As férias de Zé Dirceu têm sido nababescas. Recompensa muito justa pelos anos a fio em que o então militante contra a ditadura militar foi perseguido, tendo que sair do País e até mesmo fazer uma plástica para poder voltar.
Coincidentemente, o seu amigo do peito, presidente Lula, também esteve na Bahia, em merecido descanso, na praia de Inema. Viajou para São Paulo levando uma caixa de acarajés presenteada pelo governador Jaqeus Wagner, enquanto em Brasília anunciava-se que o presidente desistira da viagem a Guaribas, no Piauí, marco do natimorto projeto Fome Zero. O staff presidencial alegou dificuldade de acesso à região.
Estaria tudo muuito certo se eu, insistindo no meu raciocínio superficial, linear e com resquícios dos tempos de militante adolescente do PCdoB (aqueles arroubos aos quais certa vez se refeiru o presidente Lula, quando disse que "esse negócio" de esquerda e direita é coisa da juventude), não teimasse em ficar chocado com as contradições abissais deste país: de um lado, pessoas que se ufanam de terem vindo da miséria (caso de Lula) e de terem um passado de combate aos privilégios (Zé Dirceu), vivendo nababescamente, e, de outro, um povo que teima em ser absolutamente miserável, catar comida nas latas de lixo (quem duvidar, desligue o computador agora e vá às ruas de Salvador, ali pela Piedade, Campo da Pólvora, Largo Dois de Julho, Campo Grande etc.) e que, no caso do Piauí, está de tal forma isolado que nem o presidente da República, com todos os meios de transporte disponíveis, consegue chegar. E vejam, repito, que a cidade é o marco inicial do Programa Fome Zero!
Joãzinho Trinta tinha razão: quem gosta de miséria é intelectual. E súditos do Bolsa Família, completaria eu...
O ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu, que saiu em meio às tenebrosas denúncias do mensalão, está na Bahia, em férias, hospedado pelo secretário estadual da Indústria e Comércio, James Correa, em apartamento deste, de altíssimo luxo, no Litoral Norte. Dirceu tem à sua disposição, entre outras mordomias, potente e luxuoso automóvel para deslocamentos entre bizarros trechos, uma vez que se encontra em condomínio fechado.
As férias de Zé Dirceu têm sido nababescas. Recompensa muito justa pelos anos a fio em que o então militante contra a ditadura militar foi perseguido, tendo que sair do País e até mesmo fazer uma plástica para poder voltar.
Coincidentemente, o seu amigo do peito, presidente Lula, também esteve na Bahia, em merecido descanso, na praia de Inema. Viajou para São Paulo levando uma caixa de acarajés presenteada pelo governador Jaqeus Wagner, enquanto em Brasília anunciava-se que o presidente desistira da viagem a Guaribas, no Piauí, marco do natimorto projeto Fome Zero. O staff presidencial alegou dificuldade de acesso à região.
Estaria tudo muuito certo se eu, insistindo no meu raciocínio superficial, linear e com resquícios dos tempos de militante adolescente do PCdoB (aqueles arroubos aos quais certa vez se refeiru o presidente Lula, quando disse que "esse negócio" de esquerda e direita é coisa da juventude), não teimasse em ficar chocado com as contradições abissais deste país: de um lado, pessoas que se ufanam de terem vindo da miséria (caso de Lula) e de terem um passado de combate aos privilégios (Zé Dirceu), vivendo nababescamente, e, de outro, um povo que teima em ser absolutamente miserável, catar comida nas latas de lixo (quem duvidar, desligue o computador agora e vá às ruas de Salvador, ali pela Piedade, Campo da Pólvora, Largo Dois de Julho, Campo Grande etc.) e que, no caso do Piauí, está de tal forma isolado que nem o presidente da República, com todos os meios de transporte disponíveis, consegue chegar. E vejam, repito, que a cidade é o marco inicial do Programa Fome Zero!
Joãzinho Trinta tinha razão: quem gosta de miséria é intelectual. E súditos do Bolsa Família, completaria eu...
Qualidade de Vida
Nosso mundo real no dia-a-dia
Ricardo Líper
O que se precisa saber é que existe um conceito que chamado qualidade de vida. Ela é composta de duas coisas no nosso mundinho. Saúde, como o povo repete sempre e tem razão, e dinheiro. Sim, vamos deixar de hipocrisia. Em um país capitalista o dinheiro é tudo e ponto final. O resto é poesia e especulação sobre se o dinheiro traz ou não felicidade. Ele sozinho não nos faz feliz por si só, mas que ajuda muito, ajuda. Sem dinheiro nada ocorre porque ele é a varinha de condão principal do sistema. O abre-te sésamo. Mas aqui, que o capitalismo é mais do que selvagem, essas duas coisas não bastam. Existem mais dois princípios complementares. Você conseguir viver sem ser ameaçado. Não viver em pânico, por exemplo, de ser assaltado. Morros desabarem em sua cabeça, ser assassinado nas UTIs dos hospitais, essas coisas cotidianas nossas. E conseguir cumprir seus compromissos sem precisar se estressar, irritar, ser humilhado e tratado como se fosse um habitante de um campo de concentração.
E a qualidade de vida é, no meu entender, o único critério real que temos para avaliar onde vivemos. Aqui, as ruas são ameaçadoras sob todos os pontos de vista. E para se conseguir efetuar coisas simples, como, por exemplo, pagar a conta de luz. Vira um drama. Uma odisseia. A companhia de luz só permite se pagar a conta em alguns lugares, o que exclui as loterias, que são as mais práticas. Ir a um banco significa, muitas vezes, perder uma manhã inteira em pé, irritado, com pessoas desesperadas em volta. Não sei por que os bancos fazem o que querem no País que se vende como popular, até para os mais ingênuos, como tendo socialistas no poder?
A nossa qualidade de vida é uma das piores do mundo. Enxergar não é ter dois olhos ou um par de olhos com óculos e binóculos. Enxergar de fato é raciocinar diante do que se vê. Interpretar o que vê. Aliás, meu caro Watson, homenagem que faço ao novo filme sobre Sherlock, foi assim que saímos da cavernas. Ah! Esqueci... ir a uma repartição pública. Um cartório... Dizem as mais línguas que uma das coisas que contribuiu para a queda da URSS foram as filas.
Viu, Lulá? Vacile!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
"Acorda, Tunin, a Bahia já foi!"
TOny PAcheco
Quando cheguei a Salvador, em 1976, vivi numa cidade que era, assim, melhor que a propaganda do governo Wagner na TV.
Senti-me vivendo no ambiente místico das músicas de Dorival Caymmi, de iôiô e de iáiá. Não é brincadeira não! Realmente, a sensação ao andar pelas ruas daquela Salvador, de apenas 1 milhão de habitantes, era de que todo mundo era amigo. Tudo que eu perguntava (e eu perguntava muito, pois não havia Google na época e eu cheguei aqui sem saber a diferença entre acarajé e siriguela) me era respondido com educação, atenção, interesse legítimo. O baiano olhava no olho. No Banco Real, na Rua dos Ourives (nome lindo!) onde fui trabalhar como escriturário, logo na primeira semana fui convidado para feijoadas, babas (na minha terra chama-se pelada), passeios pela Baía de Todos os Santos. Lembro-me da gentileza ímpar do interiorano Josemar tentando me enturmar com o povo daqui, ele mesmo, vindo de fora de Salvador, mas totalmente integrado àquela altura, porque o soteropolitano era Caymmi todo.
Lembro-me do gerente, um carioca, que logo me avisou: "Aqui não permito doença na segunda e na sexta. Nem com atestado, pois sei que foi farra sem controle ou fim de semana prolongado..." A seriedade dele destoava da alegria dos funcionários, todos baianos. Menos eu e ele. Eu, feliz com a baianidade nagô. Ele, revoltado...
Pano rápido.
Salvador, segundo dia de 2010, 22 horas, no Rio Vermelho, eu e dois amigos músicos indo para o show do blueseiro Alvaro Assmar no Bar do Farol. Como fomos de táxi, por causa do trambolho autoritário inventado pelas seguradoras de automóveis, estávamos no passeio e lá ao longe vinha um destes microônibus (duas das maiores desgraças da Salvador de hoje: microônibus e mototáxi). Uma chuva incômoda começou a cair e quando íamos atravessar para entrar no bar, o motorista desgraçado acelerou o microônibus para nos impedir...
Tomamos um banho de água suja e fétida, bem em frente à casa de minha falecida Vovó Zeneide, na Rua Fonte do Boi (outro nome que acho bucólico e não tem mais nada a ver com esta selva em que vivemos).
Voltamos, cada um para sua casa, e adeus maior bluesman do Brasil...
Resumo da ópera: eu e a maioria daqueles que conheceram Salvador dos anos 1970 para trás, precisamos tomar um chá-de-realidade e entendermos que aquela Salvador não existe mais e jamais voltará a existir.
A tendência é a miséria absoluta, a insegurança, a selvageria, a falta de solidariedade, a falta de educação social (aquela que se aprende com os pais - pais, coisa que hoje não existe mais também, pois me sinto um dinossauro por ter sido criado por meu pai e minha mãe, hoje o padrão é pela mãe, pela avó, pela tia ou pelo traficante do bairro...).
O motorista do microônibus é apenas um em três milhões de jihadistas botocudos.
E, aí, um gaiato perguntaria: "Então, por que você não se pica?"
Já estou pronto pra me picar desde 2001. Só não vou porque sei que sentirei saudades terríveis de poucos, mas excelentes, amigos, que fiz aqui nos últimos 34 anos. E amigos, para mim, são as únicas razões suficientes para se viver em qualquer lugar, pois o bom amigo é aquele irmão perfeito, o irmão que você elegeu. E ele não deve ser abandonado nunca.
Mas, por mim, já tinha me picado há uma década, por que não sou Dorothy e sei que o Kansas... o Kansas? O Kansas sumiu.
Quando cheguei a Salvador, em 1976, vivi numa cidade que era, assim, melhor que a propaganda do governo Wagner na TV.
Senti-me vivendo no ambiente místico das músicas de Dorival Caymmi, de iôiô e de iáiá. Não é brincadeira não! Realmente, a sensação ao andar pelas ruas daquela Salvador, de apenas 1 milhão de habitantes, era de que todo mundo era amigo. Tudo que eu perguntava (e eu perguntava muito, pois não havia Google na época e eu cheguei aqui sem saber a diferença entre acarajé e siriguela) me era respondido com educação, atenção, interesse legítimo. O baiano olhava no olho. No Banco Real, na Rua dos Ourives (nome lindo!) onde fui trabalhar como escriturário, logo na primeira semana fui convidado para feijoadas, babas (na minha terra chama-se pelada), passeios pela Baía de Todos os Santos. Lembro-me da gentileza ímpar do interiorano Josemar tentando me enturmar com o povo daqui, ele mesmo, vindo de fora de Salvador, mas totalmente integrado àquela altura, porque o soteropolitano era Caymmi todo.
Lembro-me do gerente, um carioca, que logo me avisou: "Aqui não permito doença na segunda e na sexta. Nem com atestado, pois sei que foi farra sem controle ou fim de semana prolongado..." A seriedade dele destoava da alegria dos funcionários, todos baianos. Menos eu e ele. Eu, feliz com a baianidade nagô. Ele, revoltado...
Pano rápido.
Salvador, segundo dia de 2010, 22 horas, no Rio Vermelho, eu e dois amigos músicos indo para o show do blueseiro Alvaro Assmar no Bar do Farol. Como fomos de táxi, por causa do trambolho autoritário inventado pelas seguradoras de automóveis, estávamos no passeio e lá ao longe vinha um destes microônibus (duas das maiores desgraças da Salvador de hoje: microônibus e mototáxi). Uma chuva incômoda começou a cair e quando íamos atravessar para entrar no bar, o motorista desgraçado acelerou o microônibus para nos impedir...
Tomamos um banho de água suja e fétida, bem em frente à casa de minha falecida Vovó Zeneide, na Rua Fonte do Boi (outro nome que acho bucólico e não tem mais nada a ver com esta selva em que vivemos).
Voltamos, cada um para sua casa, e adeus maior bluesman do Brasil...
Resumo da ópera: eu e a maioria daqueles que conheceram Salvador dos anos 1970 para trás, precisamos tomar um chá-de-realidade e entendermos que aquela Salvador não existe mais e jamais voltará a existir.
A tendência é a miséria absoluta, a insegurança, a selvageria, a falta de solidariedade, a falta de educação social (aquela que se aprende com os pais - pais, coisa que hoje não existe mais também, pois me sinto um dinossauro por ter sido criado por meu pai e minha mãe, hoje o padrão é pela mãe, pela avó, pela tia ou pelo traficante do bairro...).
O motorista do microônibus é apenas um em três milhões de jihadistas botocudos.
E, aí, um gaiato perguntaria: "Então, por que você não se pica?"
Já estou pronto pra me picar desde 2001. Só não vou porque sei que sentirei saudades terríveis de poucos, mas excelentes, amigos, que fiz aqui nos últimos 34 anos. E amigos, para mim, são as únicas razões suficientes para se viver em qualquer lugar, pois o bom amigo é aquele irmão perfeito, o irmão que você elegeu. E ele não deve ser abandonado nunca.
Mas, por mim, já tinha me picado há uma década, por que não sou Dorothy e sei que o Kansas... o Kansas? O Kansas sumiu.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Esclarecendo
A queda da União Soviética
Ricardo Líper
O ideólogo tem a função de criar argumentos para justificar o injustificável e se manter no poder. Portanto, adianto alguns esclarecimentos a respeito do estado de calamidade no qual vive o Brasil. Estado esse que quem tem apenas o par de olhos percebe. Claro, se não estiver mamando. Então, vamos lá.
1 - Não culpo o atual governo somente. Culpo todos os governos que o povo, coitado, elegeu, até agora, por falta de opção. Sim, os governos são culpados porque iludem, corrompem, mentem, enrolam e deixam o povo na miséria. Não é o povo que nasceu com genes de ser indolente, miserável e não gosta de lutar pelos seus direitos. Ele é amordaçado por ideologias, por falta de ensino digno, por falta de tudo. Até, meu caro Watson, acontecer o que aconteceu na URSS. A história não é mãe, é juiza.
2 - A atual elite substituiu a outra e tem as mesmas práticas. Com pequenas e não importantes modificações, sob o ponto de vista de acabar as misérias (alimentar, educacional, urbana, locais para morar, acesso ao mínimo de dignidade).
3 - Não torço para que esse governo se dê mal. Talvez vote até em Dilmá, porque sei que a trupe de Fernandinho é muito pior. A história da velhinha que aplaudia o ditador, lembram-se? Conto outro dia. Ah, que beleza se fossem socialistas ou a facção socialista de fato, que com democracia, transformasse essa pocilga na qual vivemos, em uma grande nação.
4 - Aí os ideólogos a serviço da elite dominante vem me dizer com cinismo: por que você não vem participar dessa construção do verdadeiro socialismo? Porque eles sabem que é impossível com uma elite que não quer isso de fato devido ao imenso frentão político que é. Mas sempre estou aberto ao diálogo. Critico porque é minha função. Aliás, espero que estudem a fundo as causas da queda dos países socialistas antes de termos aqui a queda, não da Bastilha nem do Muro de Berlim, mas, de Brasília. Eu acho que agora estou chegado a fazer profecias. Estou à beira de botar uma longa barba, uma peruca branca com longos cabelos e ir para frente da faculdade com um cajado e com os olhos vidrados fazer profecias. Mas, meu caro Watson, novamente, não precisa ser um grande profeta para entender que um povo, por mais ignorante que seja, não suporta o nível de miséria, desorganização, injustiça a que está submetido. Que se a filhinha sair de casa, um sacizeiro a ataca para tomar um celular que o pai ainda está pagando em 10 vezes, comprado em um supermercado. Tenham cuidado. Demagogia não resolve sempre. Os inimigos do atual governo não somos nós, os inimigos dos rei, cuidado com a miopia. O jogo, a sorte, o imponderável de um povo na miséria total, quer isso dizer, miséria moral, educacional, cultural e alimentar, é que leva um governo a ficar à mercê do acaso. Qualquer um, mesmo um sujeito com uma toalha amarrada na cabeça, levaria o nosso povo a se posicionar contra Brasília, mesmo com Bolsa Família e o escambau. Nossa sorte é que o islamismo ainda não chegou até aqui e a vocacão do protestantismo nosso, de baixo nível, é se preocupar apenas com os fundos das mocinhas e dos rapazes. Se surgir um alucinado carismático a miséria o levará ao poder. Aliás, tem sido assim sempre: lembram do Xá da Pérsia versus o Aitolá. Pois é.
sábado, 2 de janeiro de 2010
São Tomé
O que fizeram de nosso povo
Ricardo Líper
Eu tenho por princípio só acreditar no que vejo. Acho que a observação é a mãe da ciência. Observar é olhar inteligentemente. O resto é ideologia: espertalhões criando um conjunto articulado de idéias para defender seus interesses iludindo os outros. O olhar inteligente é exatamente não cair no lerolero deles. Não adianta dizerem que esse país é uma futura potência, que está estável ou crescendo. Nunca vão me convencer. O que vejo, quando saio de casa, são pessoas famintas atacando a todos para sobreviver. O que vejo são professorinhas do segundo grau e mesmo as universitárias em trapos indo dar aulas. Pastinha de plástico comprada em camelô, Dilmá!
Uma garota vinha tomando um suco e passou pela porta de um Igreja nessa cidade que se diz uma grande cidade de um grande país. Várias crianças se aproximaram dela e ela teve de dar o refresco. Não se pode comer nada nas ruas dessa Salvador, terra de muita dor. O povo faminto pede, pede, roga e, se puder, toma. Fome, apenas isso, nada mais do que isso. Fome resultado da troca de elites, elites predatórias, ao longo dos anos no poder e que pouco estão se importanto com o país, com os outros, só com demagogia e se armar. Isto é, aumentar suas contas bancárias. Isso, apenas isso, nada mais do que isso. O resto é ideologia e ideologia e marketting só me servem para dar risada desses safados.
Vá para Europa ou outra região mais equilibrada e volte. Veja o nosso pobre povo desesperado em trapos. É a primeira impressão de horror e retrato fiel de nossa terra. Basta isso. Nada mais do que isso. Agora acredite no que dizem se quiser. Ser otário e alienado é uma condição acredito até, talvez, genética. Só acredite e/ou diga que acredita se lhe derem dinheiro, cargos, bons empregos. A regra é essa para eles e só se acredita nisso. Fora isso, a verdade é a melhor conselheira. E a verdade é a miséria.
Saia em domingos e feriados pelo centro da cidade. Saia... De carro, com as janelas fechadas e travadas, claro. Você já viu aqueles filmes de zumbis. Pois é. Isso é o que vejo e só acredito no que vejo.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
A mídia desatenta: A DÉCADA CONTINUA...
tony PACheco
Pegar a revista "Veja" e ler que eles fizeram uma retrospectiva DA DÉCADA, ninguém merece.
E, o pior, a grande imprensa toda foi atrás, inclusive, Globo, Record etc. e tal.
Parece que os coleguinhas se esqueceram que no Calendário Gregoriano, que vigora no Brasil e nos países ocidentais em geral, NÃO EXISTE ANO ZERO. Os anos são contados a partir de 1 a.C., para aqueles fatos que aconteceram antes do advento cristão, e 1 d.C., para os fatos ocorridos a partir do suposto nascimento de Cristo.
Quer dizer, década no Calendário Gregoriano começa em 1 e termina em 10. Esta primeira década do terceiro milênio começou em 2001 e só termina em 31 de dezembro de 2010.
Lembro-me que fiz uma matéria sobre isto para o caderno que editava no jornal "A Tarde" (caderno dominical "Lazer&Informação") e depois dei até uma palestra sobre o assunto numa faculdade em Lauro de Freitas. Isto foi na época da "Virada do Milênio", pois Globo, "Veja" e outros órgãos da mídia, na época, diziam que o ano 2000 seria "o novo milênio", quando, na verdade, foi o ano 2001 que deu início ao terceiro milênio da Era Cristã.
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