Quem é muito contra é porque gosta

Ricardo Líper

Superficial e tola essa afirmação asnática, típica da Igreja Católica, de que pedofilia teria a ver com o sexo entre homens. Ela criou uma chuva de reações porque é óbvio que pedófilos fazem sexo com crianças de ambos os sexos. Lamentável que a Igreja Católica tente, mais uma vez, tapar o sol com a peneira. Parece-me que ela enfrenta uma tsunami erótica que qualquer agrupamento de homens saudáveis, muito fechado, como ela promove em seus mosteiros, enfrenta. Pele é pele, corpos são corpos e homens juntos geram amores e, muitos deles, físicos. Então a Igreja terá de contar sempre, nos seus mosteiros, como outros contam nos seus quartéis e navios, com muitos casos de sexo entre homens. Por outro lado, o que me parece que faz alguns tentarem se satisfazer com crianças é escapar de se entregar a carícias sexuais com um adulto, cujo olhar e consciência julgam o ato sexual. É resultado, portanto, da repressão. E é um sexo tolo, porque o corpo da criança, me refiro a menores de 17 anos, é um projeto de corpo humano. E quanto mais jovens mais indefinidos se tornam. Mas, o que possivelmente atrai alguns é essa indefinição física e de julgamento porque a culpa de obter prazer sexual é menor. Esse comportamento, portanto, torna-se comum na Igreja. Além do sexo entre seminaristas maiores de 18 anos, a violenta repressão cria o desejo por aqueles que, supostamente, não podem julgar nem entender direito o que está ocorrendo. Isso alivia e excita, portanto, alguns adultos. Criaturas que são indefinidas, como as crianças ou como os travestis ou as prostitutas mais pobres e devassas alijadas da cidadania e, portanto, de uma opinião respeitável, costumam atrair o senhor burguês. Ele se sente mais à vontade para ser sodomizado por seus dedos e, os mais afoitos, por um pênis de plástico antes do retorno ao lar para o convívio com sua vestal esposa...