terça-feira, 6 de outubro de 2009

Filmes que precisam ser revistos


Não deixe de rever

Ricardo Líper

"A Confissão" (The Confession, 1999) é um filme importante. Na história do cinema, muitos filmes são importantes. E precisam ser revistos periodicamente. Um casal de judeus tem um filho. O filho pega uma gripe que, possivelmente, evoluiu para um infecção respiratória mais grave ou poderia ser uma apendicite. O pai adora o filho. O pai tem uma postura ética segura. Quer criar o filho da mesma maneira. O filho é uma criança de 5 anos. Ele, em desespero, com o aumento da febre da criança, o leva a um hospital. Aí, encontra-se com o inferno. Os médicos e enfermeiros, arrogantes, agressivos, o humilham e demoram tanto de atender a criança que, com o maior sofrimento e desespero, ele e a mulher tomam um táxi e a criança morre se deslocando para outro hospital.
A cena é perfeita como cinema. Ele, depois de algum tempo, executa a tiros o atendente do hospital, o médico e a médica que mataram seu filho por se recusarem agressivamente a atendê-lo.
Comentário de um amigo meu: se todos fizessem isso, não existiriam mais médicos. Esse filme deveria abrir qualquer curso da área de saúde. Não sou a favor de assassinatos. Muito menos da pena de morte. Acho que a própria natureza, de forma cruel, rapidamente, se encarregará de executar todos nós. Mas sou a favor da prisão perpétua. Não como é feita aqui; prisão mesmo, e o indivíduo só saindo no caixão. Sim, com todo conforto elementar, não importa. Saber que só vai sair morto basta. Não precisa ser pior do que os campos de concentração como são as nossas prisões neste país de ninguém. Mas só sair da cadeia para o cemitério sem Dia dos Pais, Natal, nada. Agora, aqueles que não conseguirmos colocar na cadeia, e são muitos, a crítica sitemática, a acusação, os processos, devem ser os instrumentos para matá-los em vida. Ou, quem sabe, fazer com que eles se matem.

13 comentários:

  1. líper,

    ninguém merece tamanha indulgência...

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  2. Aguentamos tanta sacanagem e boçalidade de médicos! Deve ser por isso que eles nosm chamam de pacientes. Por falar nisso, um dos hospitais que estavam "em crise" em Salvador e chantagearam o governo recusando pacientes na emergência, até receberem 11 milhões de reais, acaba de inaugurar um novo prédio, luxuosíssimo! Falo do Espanhol, ali na Barra.

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  3. Assistirei ao filme.

    Só achei muita infantilidade classificar a natureza de cruel porque nos "extermina". A natureza não é algo externo a nós. E ela é o que é, não é possível julgá-la.

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  4. Por lidar um pouco com a classe medica, sei exatamente como eles se comportam. Por isso que evito ao máximo ir a um consultório, só quando não há mas solução. Nós somos mercadorias para este bando de boçais.

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  5. Ô Liper,
    veja se você arranja outro tipo de comentário para fazer. Tenha um pouco de autocrítica e reconheça que você não é bom nisso. Deixe essa coisa de comentar sobre filmes, cinema, para André Setaro. Ele não é lá essa coisa toda mas tem mais traquejo no assunto.

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  6. O texto do professor Ricardo Liper é realmente sugestivo pois do meu ponto de vista o que subjaz em seu comentário é a questão: existe realmente uma sociedade de seres humanos? Ou somos mais uma espécie animal com seus membros enlaçados em uma guerra subterrânea e encarniçada entre si, com a natureza e com outras espécies?

    Depois que Aristóteles escreveu no livro A Política que o homem é um animal social ninguém mais passou a duvidar da existência de uma sociedade dos homens.
    Durkheim definia a sociedade como algo mais que a soma das unidades físicas da espécie humana, donde resultava a força cogente que esta tinha sobre cada um; Weber a definia como o resultado da interação entre as pessoas.

    Também se constata que seja qual for a filosofia política - marxismo, anarquismo, liberalismo, fascismo -, nenhuma delas põe em dúvida a existência da sociedade.

    Os fundamentos variam desde a existência de um bem comum ao de uma natureza humana comum, mas é fato que nenhum teórico, seja sociólogo, antropólogo ou filósofo social é bastante corajoso para por em dúvida a existência da sociedade, embora a observação dos fatos em nossa vida cotidiana possa nos levar a duvidar da existência deste ser a que os teóricos imputam existência real, pacífica e unificadora da vida dos homens.

    As religiões monoteístas igualmente atestam a existência da sociedade sob o fundamento do Deus único, criador do homem e de todas coisas. Só o budismo, que não é uma religião, mas uma doutrina, afirma que a sociedade não tem existência real, sendo uma criação de nossa capacidade de conceituar e racionalizar.

    Só na literatura e na poesia escritores como Samuel Beckt, Cioran ("A vida, este mau gosto da matéria"), Albert Camus, Augusto dos Anjos, Machado de Assis, entre outros, expõem a recriação de fatos que referem o absurdo, o sem sentido, a guerra não declarada e a crueza da vida que nos faz duvidar da existência de uma sociedade dos homens.

    A pena de morte e a prisão perpétua como medidas de profilaxia social têm como fundamento a existência de pessoas sem aptidões para a vida em sociedade, contudo, estas medidas, nos países que a adotam, são medidas extremas e para poucos casos, embora exista uma infinidade de fatos cometidos no cotidiano encharcados de indiscutível crueldade tais como o narrado no filme "A Confissão" comentado pelo professor Ricardo Líper.

    A observação dos fatos cotidianos permite a qualquer um de nós - mesmo sem o gênio dos grandes escritores e poetas -, chegar às mesmas conclusões que eles.

    A evidência deste fato é o acontecido com Brigitte Bardot, atualmente com 76 anos, que aos 38, em 1973, abondonou tudo e se recolheu a um sítio passando a conviver somente com plantas, cabras, cavalos, gatos, cachorros, como medida de proteção contra os humanos.

    Por estas razões, tenho dúvidas da existência da sociedade a que se referem filósofos políticos e teóricos. O que qualquer observador constata é uma sociedade dividida sob as mais diversas clivagens tais como entre pessoas cruéis e suas vítimas, grupos em confronto sem nenhum ponto em comum, indivíduos agrupados só para o fim de pilharem os mais indefesos, enfim uma guerra subterrãnea e não declarada, a lei do cão, a lei da selva.

    Mas porque à evidência de que é tão fácil desmentir a afirmativa de que existe uma sociedade, de que existe um ponto comum que nos dê esperança na espécie humana, ainda insistimos em afirmar que existe uma sociedade dos homens? Acredito que Roberto Carlos explica: "Às vezes mentiras ajudam a viver."

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  7. Que chatice esse pseudo-tratado-querendo-ser-inteligente de Luiz Brasileiro. Haja horas no google para escrever e saco para ler.

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  8. sinto no ar um cheiro inconfundível de "quizila" pessoal...

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  9. Luiz Brasileiro é uma das pessoas mais inteligentes e cultas que conheço, por isso leio com atenção o que ele escreve neste blog.
    Acho que tem um Anônimo aí que pode não ter entendido o que ele escreveu, mas dizer que é chato é ser profundamente inculto, o que não é um mal em si, é apenas uma deficiência.

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  10. Ao querido amigo anônimo que disse que passo horas no google: bem que eu gostaria, mas não consigo nem vejo nada tão interessante, sou um dinossauro, mídia para mim só papel impresso.

    Talvez você tenha dislexia (não tome como ofensa, pois não é) ou dificuldae de concentração. O que escrevo é correndo os dedos no teclado, que depois vejo com muitos erros de digitação, etc.
    Peço-lhe desculpas, sinceras, em não poder fazer mais por você.

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  11. Luiz Brasileiro e seus fakes anônimos...só vocês que o conhecem. Eu não o conheço nem do meio acadêmico, nem do meio jornalístico, nem de meio algum.

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  12. Sempre assino embaixo do que escrevo.
    Você não me conhece. Muito agradecido (sem ironia).

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  13. Vixi... agora o cara tem de estar em algum meio para valer alguma coisa... ou seja, não saiu no Jornal Nacional, não presta... ou então estar naquela lama acadêmica (xiii...) com algum mestrado em Barcelona ou Lisboa... afff. Não ofendendo a todos, por favor.

    Bons textos, tanto de Liper, quanto de Luiz Brasileiro... e nem os conheço de meio algum. ops. e além do tudo adoro o google, o bing, o yahoo... nossos novos oráculos.

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Se vai acusar alguém nominalmente, identifique-se e anexe as provas. Não vamos pagar indenização na Justiça por acusações que não fizemos.