Lula bota dois ovos-de-serpente para o sucessor

tOnY pAcHeco

A mídia amestrada brasileira já escreveu milhões e milhões de caracteres sobre a Crise Grega, mas nem uma linha sobre o processo que deflagrou a crise, que foi a organização das Olimpíadas de Atenas de 2004. Lula conseguiu trazer para o Brasil a Copa de 2014 e, para dois anos depois, em 2016, as Olimpíadas: estes dois processos de gastança de dinheiro público poderão gerar uma crise infinitamente superior à grega na medida em que nossa economia já é a oitava do mundo.

Desde quando a Grécia começou as obras para sediar os jogos, o país se tornou endividado e gastador, pois tanto Copa do Mundo quanto Jogos Olímpicos criam um ambiente de negócios especulativo, volátil e gastador sem limites. Basta dizer que os gregos planejaram gastar perto de 4 bilhões de dólares e acabaram gastando quase 10 bilhões. A sociedade grega toda se contaminou com a gastança e a corrupção desenfreada que o processo deu origem. O resultado é o que vemos hoje: sucessivos governos populistas e corruptos iguais aos nossos geraram 50 mil novos funcionários públicos gregos (aqui, Lula já criou 153 mil novos cargos públicos) e uma dívida de 121% do PIB ou € 295 bilhões (cerca de R$ 750 bilhões).

Até os netos dos atuais gregos ainda terão dívidas a pagar da organização das Olimpíadas de 2004, pois, tal como aqui, o processo começa prometendo NÃO METER DINHEIRO PÚBLICO na organização do evento e, ao final, SÓ HÁ DINHEIRO PÚBLICO, vale dizer, o meu dinheiro e o seu dinheiro de impostos que poderiam ser canalizados para rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, escolas, penitenciárias, hospitais, enfim, equipamentos que geram emprego ao serem construídos e desenvolvimento e bem-estar quando estão prontos.

EQUIPAMENTOS ABANDONADOS

Apenas quatro anos após as Olimpíadas, em 2008, já havia denúncias de abandono das instalações esportivas construídas pelos gregos, porque as mesmas exigem mais de 200 milhões de dólares (cerca de R$400 milhões) anuais para manutenção. São equipamentos para delegações de quase 200 países. Quando os atletas internacionais vão embora é que se vê que tudo foi superdimensionado e não tem utilidade prática.

A China, em 2008, gastou em torno de 40 bilhões de dólares com as Olimpíadas de Pequim, quase cinco vezes mais do que a Grécia gastou para abrigar os Jogos de Atenas, em 2004.

A China, contudo, é um país onde o Partido Comunista manipula o dinheiro público ao seu bel prazer, sem controle algum da sociedade e, aí, mesmo que o volume de dinheiro seja absurdo, os chineses pagarão apenas com um aumento de sua miséria que é milenar e sem jeito.

10 JÁ VIRARAM 20

Quando se começou a falar na Copa de 2014 no Brasil, “chutou-se” que seriam gastos menos de 10 bilhões de reais. Mas, o ministro do Esporte, Orlando Silva, já disse serão gastos R$ 20,1 bilhões em obras para sediar a Copa do Mundo: R$ 4,8 bilhões do BNDES para a construção e reforma de estádios; R$ 11,2 bilhões para obras de mobilidade urbana, sendo que R$ 7,6 bi do governo federal e o restante de estados e municípios; R$ 2,5 bilhões para ampliação de aeroportos; R$ 1 bilhão para ampliação da rede hoteleira e R$ 677 milhões para reforma de terminais turísticos em portos.

Com este dinheiro, o governo recuperaria todas as rodovias federais do Brasil. Mas, como somos um país de bananas, ninguém diz isso.

E tem mais, como segundo a organização Transparência Internacional somos um dos países mais corruptos do mundo, estes 20,1 bilhões de reais podem muito bem se transformar em 40 bi “daqui prali”. O Brasil tem nota 3,9 na escala de 10 de corrupção, em que 10 é sem corrupção alguma, o que nos coloca numa posição em que há 75 países menos corruptos que o Brasil. O Chile, por exemplo, está em vigésimo quinto lugar e o Canadá, com nota 8,7, em décimo lugar...

Vimos isso nos Jogos Panamericanos de 2007, no Rio de Janeiro, que o governo Lula prometeu que seriam gastos apenas R$350 milhões e acabaram custando R$3,9 bilhões.

Veja-se que os Panamericanos anteriores a 2007, em Santo Domingo, Winnipeg, Mar Del Plata e Havana ficaram em torno de 260 milhões de reais cada um. O Brasil gastou 15 vezes mais para promover o mesmo evento.

“A grande lição do Pan é que precisamos fazer um melhor planejamento, antecipar tarefas para evitar surpresas de última hora e reduzir custos”, afirmou Orlando Silva, o ministro dos Esportes logo depois do Pan de 2007 e, agora, vem falando em R$20,1 bilhões para a Copa de 2014. Aí tem...

Pobre do próximo presidente da República, seja Marina Silva, José Serra, Dilma Rousseff ou dona Mariazinha do Bolebole . Será no colo dele(a) que estes dois ovos serão chocados.

Como diz Alex Ferraz, “quem viver, verá!”